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Pirenópolis recebe meio milhão de visitantes por ano

Wandell Seixas Da editoria de Econo

Cerca de meio milhão de pessoas visitam a bucólica cidade de Pirenópolis, anualmente. Um número surpreendente, digno dos grandes centros turísticos nacionais e internacionais. Nem todos sabem: a cidade, com pouco mais de 24 mil habitantes, é tombada como patrimônio nacional. Afinal, a urbe conserva seu aspecto tradicional e estilo da colonização portuguesa. Um detalhe: nos finais de semana mais requisitados pelos turistas, é aconselhável fazer a reserva antecipada para evitar incômodos de última hora. Nem todas as pousadas e restaurantes recebem cartão de crédito ou de débito. Mas há agências bancárias disponíveis.

O município foi forjado em seu processo de colonização na mineração de quartzito, utilizado em pisos e fachadas, e, posteriormente, na atividade agropecuária de pequeno porte. Hoje, o ecoturismo move a sua economia. O Ministério do Turismo contribui no fomento turístico do município. São cerca de 180 as pousadas, sítios, fazendas e chácaras que oferecem mais de quatro mil leitos aos visitantes. O turismo de cunho religioso se alia ao ecoturismo, que geram mais de dois mil empregos.

Procedência

Os turistas procedem de praticamente todo o mundo. Mas, nota-se logo à primeira vista que os brasilienses a descobriram. Durante os feriados e fins de semana, eles acorrem em massa a Piri, como é carinhosamente chamada a cidade dos Pirineus. O nome é originário da Serra dos Pireneus, situada ao redor. A denominação surgiu provavelmente dos espanhóis da região da Catalunha. Existe uma cadeia de montanha entre a Espanha e a França e o charmoso nome foi bem acolhido em Goiás.

A calmaria ainda é típica das pequenas cidades interioranas brasileiras. Pirenópolis conserva o sabor rural. Um povo humilde e que costuma receber a todos de braços abertos. Como uma moenda de cana, a cidade se transforma com a movimentação dos finais de semanas. De rara beleza panorâmica ao seu redor, a cidade vive um frenesi aos sábados e domingos ou finais de semanas mais prolongadas, como a Semana Santa e o carnaval.

No miolo nevrálgico entre a matriz e o coreto, ruas são fechadas à circulação de veículos. Nos finais de semana – seja alta ou baixa temporada –, a noite é agitada na Rua do Rosário, mais conhecida como Rua do Lazer. Em seu lugar, mesas e cadeiras tomam conta. São os restaurantes e bares recebendo até 15 mil pessoas com os seus múltiplos gostos e prontamente atendidos por um vasto cardápio de comidas regionais, onde os frutos do Cerrado, liderados pelo pequi no arroz ou no frango caipira têm o seu lugar assegurado ao lado da cozinha italiana, espanhola, portuguesa, árabe, japonesa, francesa, entre outras. Os preços variam conforme o local. E se situam dentro da linha de Goiânia.

A gastronomia é rica naquela cidade berço da cultura goiana, a exemplo da cidade de Goiás. Por isso, jamais faltará os pratos típicos como arroz com pequi, pamonha, empadão, guariroba, paçoca de pilão, baru e uma enorme variedade de quitandas e doces. No cardápio brasileiro, o visitante poderá encontrar pratos da gastronomia mineira, baiana, carioca, nordestina e gaúcha. São frutos do Cerrado: baru, guariroba, pequi, jatobá, caju-do-cerrado, cagaita e mangaba.

Como ponto forte do turismo gastronômico, é realizado todos os anos o Festival Gastronômico e Cultural. Em diferentes locais, o turista pode encontrar os doces tradicionais da região. Entre eles, doces de frutas, leite, cristalizados, geleias, picles, biscoitos, além de condimentos e muito mais. O comércio é bastante voltado para a venda de roupas, acessórios femininos, objetos de decoração, móveis rústicos e obras artesanais como jóias, pratas e pedras. As lojinhas vendem até roupas de estilo asiático, sobretudo, da Indonésia e da Índia. É interessante uma visita à feira de artes. Os preços são mais em conta em relação ao comércio tradicional.

Na parte cultural, Pirenópolis sobressai com a obra de Alex Botega, que expressa sua arte em mulheres namoradeiras, bordadeiras, guerreiras, lavadeiras, doceiras e tantas outras marcadas pelo colorido, sensualidade e alegria.

Desafiando Limites

O prefeito Nivaldo Melo anunciou uma novidade. A cidade disporá de um Centro de Convenções, que será construído com recursos da União. A obra está orçada em R$ 36 milhões e deverá ter início ainda este ano.

Outra novidade é a 12ª Prova de Ciclismo Desafiando Limites, prevista para o próximo dia 16. Desafiando Limites é o maior evento de ciclo viagem do Centro-Oeste e um dos maiores do Brasil. A organização reúne cerca de 1.000 apaixonados pelas bikes e pela natureza para pedalar no interior do Goiás. O desafio tem início na cidade de Santo Antônio Descoberto/Girassol e termina em Pirenópolis em um percurso que tem quase 100 quilômetros, passando por estradas de terra e fazendas.

Preocupa a administração municipal uma melhor qualidade na prestação de serviços. O prefeito Nivaldo Melo, inclusive, defende sempre o melhor preparo da mão de obra, através do Sebrae e outras instituições, para que o turista seja em consequência melhor atendido e “volte sempre”. Ele recomenda inclusive que nos pagamentos das prestações de serviços e nas compras de mercadorias o cliente exija a nota fiscal. “Com esses recursos, poderemos proporcionar também melhor conforto aos cidadãos de Pirenópolis e os que nos visitam”, considera o prefeito.

Fundação da cidade

Pirenópolis, fundada em 1727, está localizada a apenas 150 km de Brasília e 120 km de Goiânia. Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a cidade guarda os encantos da vida do interior e convida seus visitantes a conhecer e interagir com suas construções coloniais, sua rica e farta gastronomia, com seus santuários ecológicos e suas numerosas cachoeiras.

Na cidade ocorrem manifestações tradicionais como a Festa do Divino, Cavalhadas e as mais vanguardistas propostas de vida sustentável. O turismo de natureza tem destaque por suas cachoeiras incríveis, além de inesquecíveis e seguras atividades de turismo de aventura, acessíveis aos visitantes de todas as idades.

Tombada pelo Iphan em 1989, a cidade conserva o casario colonial. Pelas ladeiras, calçadas em paralelepípedos do centro antigo estão espalhadas construções branquinhas de janelas coloridas, igrejas e espaços culturais. O cenário fica ainda mais bonito à noite, quando são acesas antigas luminárias.

Atrativos culturais

Um passeio pelo Centro Histórico de Pirenópolis remete a uma viagem no tempo. As construções coloniais, como sobrados e igrejas, enchem de charme as ruas e as ladeiras calçadas em pedra.

Igreja matriz de Nossa
Senhora do Rosário
A igreja de 1728 é considerada a mais antiga de Goiás. Um incêndio em 2002 destruiu boa parte do interior, onde pinturas e detalhes em ouro ornamentavam os altares. As obras de restauração começaram em 2003 e ainda continuam, porém, não impedem a visita à construção.

Igreja Nosso Senhor do Bonfim
A igreja foi construída por escravos entre 1750 e 1754. O destaque é o altar-mor, que guarda a imagem do Senhor do Bonfim em tamanho natural, feita em madeira e trazida da Bahia. Um símbolo do período colonial.

Theatro de Pirenópolis
O espaço foi em erguido 1899 com donativos da população. Várias reformas foram feitas, porém, sempre preservando a fachada, as estruturas e os desenhos originais da casa, que comporta até 160 pessoas espalhadas entre plateia e camarotes. Sobrado em estilo neoclássico.

Museu das Cavalhadas
O colorido museu reúne indumentárias e objetos que contam a história da Festa do Divino, a mais tradicional da região.

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