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Produtores querem impedir importação de banana

A importação de banana do Equador está preocupando os produtores brasileiros, entre os quais os de Goiás. O assunto está sendo levado muito a sério pelo senador Álvaro Dias, da bancada do PSDB do Paraná, que intermediou, na última quarta-feira, uma reunião com a ministra Kátia Abreu, em Brasília. Os bananicultores querem que o governo federal impeça a importação e além de seus representantes dos Estados de Santa Catarina, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, encontravam-se também prefeitos e parlamentares no encontro.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) analisa se libera ou não a importação de bananas daquele país, que disputa com o Brasil a quarta posição mundial em volume de produção. Para tentar colocar seu produto no mercado brasileiro, o governo equatoriano submeteu ao Mapa estudos técnicos para comprovar que seu produto não tem doenças capazes de contaminar zonas agrícolas brasileiras. Caso isso ocorra, a importação tende a ser permitida. E é isso que os produtores nacionais tentam impedir.

Consumo da banana

A banana é a fruta mais consumida pelos brasileiros. O Brasil produz sete milhões de banana por ano, sendo que 95% desse montante é consumido pelos próprios brasileiros. O setor gera dois milhões de empregos e tem 500 mil produtores. A maioria é da agricultura familiar. Em Goiás, a área plantada com os bananais ocupa 12.500 hectares. O produtor produz em média de um a dois hectares. Os dois mil pequenos produtores produzem 172 mil toneladas anuais, segundo dados levantados por Alexandro Alves dos Santos, do Departamento Técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).

Os municípios produtores de bananas maçã, prata, entre outras, que sobressaem no Estado são: Anápolis, Jaraguá, Pirenópolis, Itaguaru, Uruana, São Luiz de Montes Belos, Buriti Alegre e Anicuns.

Segundo Alexandro Alves, a Faeg tem a Comissão de Fruticultura, que se preocupa com as demandas dos produtores, em sua quase totalidade agricultores familiares. “A importação preocupa porque afeta a pequena produção brasileira”, reconhece o técnico, observando que a ministra da Agricultura, senadora Kátia Abreu, também presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), deverá encontrar uma solução para o problema ao lado de outros ministérios.

Sanidade da banana

“No Equador, eles aplicam defensivos 60 vezes por ano, e aqui, de oito a dez vezes. Ali, há impacto muito maior ao meio ambiente. Eles têm doenças (da banana) que não temos. E, aqui, os trabalhadores são registrados, o que eleva custos de produção”, diz Luís Alberto Saes, da Apta.

Na avaliação do secretário-executivo da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira, Ronnei Lima do Nascimento, não seria compensador exportar bananas do Vale. “É uma questão de custos. Sai mais barato entregar no mercado interno. Noventa por cento do que se produz é consumido no Estado”, informou.

A assessoria de imprensa do Mapa confirmou os estudos para a possível importação de bananas do Equador. Porém, informou que só se manifestará sobre o assunto quando houver uma “resposta definitiva” do Mapa à questão.

Hoje, as importações brasileiras de banana são mínimas. De janeiro a setembro, segundo o ministério, totalizaram 2,7 toneladas. No período, foram exportadas 75,8 mil toneladas, 1,06% da safra prevista para este ano, de 7,3 milhões de toneladas, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE ).

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