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R$ 9 bi para pré-custeio em Goiás

Wandell Seixas Da editoria de Economia

O volume de recursos destinados à safra 2015-2016 satisfaz aos produtores goianos, mas os juros de 9% são considerados elevados, para quem sofreu com o forte veranico de janeiro, que se prolongou pelo mês de março. O Ministério da Agricultura acaba de anunciar crédito de R$ 9 bilhões para pré-custeio da safra. Do total liberado, R$ 2 bilhões serão oriundos da Caixa Econômica Federal com os mesmos juros já praticados até agora, de 6,75% ao ano. Os R$ 7 bilhões restantes procedem do Banco do Brasil e serão liberados com juros um pouco maiores, de 9% ao ano.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, destaca a importância do monte para Goiás que sofreu, pelo segundo ano consecutivo, com a estiagem, responsável por perdas de mais um bilhão de reais. Schreiner entende que o montante de R$ 9 bilhões atende às necessidades do produtor, visto que se trata de pré-custeio. "Esperamos que o Plano Safra seja liberado em tempo hábil e que o valor atenda às expectativas do setor", destaca, ratificando que a taxa de 9% vai comprometer a saúde do bolso do produtor.

Faeg aponta

insatisfação

"Nossa expectativa era de que o montante total de recursos viria com a mesma taxa de juros praticada até então, o que resultaria em um estímulo ao setor agropecuário e na consequente contribuição para o aumento de renda e do número de empregos. Agora, essa diferença de juros a serem praticadas no pré-custeio entre a Caixa Econômica e o Banco do Brasil irá impactar em um custo maior para o produtor", disse Schreiner.

Mesmo com a diferenciação de público, a Faeg entende que o percentual do Banco do Brasil prejudicará muito os pequenos, médios e grandes produtores, que terão que trabalhar com juros de 9%. "A insatisfação é grande, mas esperamos que a reação da economia seja rápida e que a taxa de juro possa ser normalizada o mais rápido possível".

Pré-custeio

O financiamento de pré-custeio é um recurso que o governo federal disponibiliza para que o produtor possa antecipar a compra de insumos e iniciar a etapa classificada por muitos analistas como a mais importante da produção: o planejamento. Com esse dinheiro, os produtores compras insumos como fertilizantes e defensivos agrícolas antes do início de cada safra.

Recursos podem aumentar

O secretário de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, André Nassar, afirmou que "estamos trabalhando para manter ou até mesmo elevar os recursos do Plano Agrícola e Pecuário (PAP 2015/2016)". O montante pode chegar a cerca de R$ 176 bilhões.

Nassar disse ainda que a prioridade é manter os R$ R$ 88,9 bilhões de crédito de custeio a juros controlados. Também poderão ser canalizados outros R$ 20 bilhões de recursos provenientes da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).

Outro ponto tratado foram as alterações dos juros para financiar a agricultura empresarial. O secretário adiantou na audiência que o aumento seria de um ou dois pontos percentuais. E complementou que os produtores rurais inscritos no Cadastro Ambiental Rural poderiam receber um abono de 0,5% na contratação de financiamento rural.

Entre os programas de financiamento do PAP, Nassar citou como prioritários a manutenção do Moderfrota, o Programa ABC, de Armazenagem, Prorenova, Inovagro e aqueles voltados para pecuária.

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