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Decisão americana repercute bem no Brasil

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Junqueira, considerou a decisão comercial “maior importância para os Estados produtores do Brasil”, entre eles Goiás. Em sua opinião, “é o um reconhecimento do governo e do consumidor norte-americanos de que o Brasil evoluiu no agronegócio e na pecuária”. Segundo ele, hoje o País “consegue oferecer um produto de padrão internacional e de alta qualidade”.

O presidente da SRB cobrou esforços no âmbito comercial por parte do governo para que os produtos agropecuários brasileiros ganhem mais mercados. “Se nós não formos vender o nosso produto, não vamos alcançar mercados de maior rentabilidade”, disse. Segundo Junqueira, a abertura dos Estados Unidos à carne brasileira deve servir de incentivo para que outros países, que utilizam esta Nação como referência, abram os portos para a produção pecuária nacional. Neste quesito, espera-se que negociações destravem com países como Canadá, México, Japão e Coreia do Sul.

Burocracia brasileira

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, enalteceu a abertura norte-americana com relação à importação de carnes do Brasil. Para ele, o trabalho da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, encontrou respaldo da presidente Dilma Rousseff. “O sinal verde foi dado pelo governo americano e isso deve ser levado em consideração”, observa.

Mas, entende que, por enquanto, as exportações brasileiras sofrerão impacto imediato em decorrência do processo burocrático e das inspeções sanitárias que serão feitas às unidades frigoríficas nos estados, entre eles Goiás. Segundo José Mário, algumas partidas de carnes poderão ocorrer depois de setenta dias, mas um volume competitivo “somente no próximo ano”.

Clarismino Pereira Júnior, presidente da Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ), endossa as palavras do dirigente da Faeg, sobretudo, no que diz respeito à burocracia brasileira. “Eu sei que a ministra da Agricultura, senadora Kátia Abreu, tem lutado como um gigante contra a amarração dos processos, mas nem tudo depende do seu Ministério”, avalia.

Ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) publicou o comunicado oficial em que reconhece o status sanitário do rebanho bovino brasileiro. O documento – conhecido como Final Rule – é necessário para a importação de carne in natura do Brasil.

Segundo o Ministério da Agricultura, entre janeiro e maio deste ano, o Brasil exportou US$ 139,89 milhões em carne bovina para os Estados Unidos. Do total do valor, 138,81 milhões foram de carne processada enquanto as miudezas registraram US$ 1,08 milhões. Em 2014, Brasil exportou US$ 229,16 milhões de dólares em carne bovina.

Para a ministra Kátia Abreu, a decisão dos Estados Unidos equivale a "ter uma senha" de acesso a outros mercados. "É o céu que se ilumina", disse a ministra que, ainda nesta semana, deve visitar o Japão, onde pretende concluir negociação para acabar com o embargo do país ao produto nacional.

A expectativa é de abrir o mercado japonês à carne processada e in natura brasileira. Além de carne, a ministra espera a liberação de produtos como melão e manga para o país. A contrapartida é que os japoneses possam vender a carne de Kobe (wagyiu) para o Brasil.

Além do Japão, o governo federal está concluindo negociações com a Arábia Saudita. Neste mês, auditores da defesa sanitária saudita visitaram estabelecimentos brasileiros de produção de carne bovina e de aves. Eles devem apresentar um relatório em até 45 dias para o Ministério da Agricultura. Os técnicos têm 35 dias para responder ao documento, se houver solicitação.

JBS: liberação histórica

A liberação do mercado dos Estados Unidos para a carne in natura do Brasil, que pode ser anunciada nos próximos dias pelo presidente Barack Obama, deve ter impacto "espetacular" e será um "marco histórico" para a pecuária brasileira, afirmou o presidente da JBS, Wesley Batista, logo após participar de reunião com a presidente Dilma Rousseff, que reuniu 25 empresários brasileiros que investem no mercado americano.

“Estamos superotimistas com o possível anúncio do presidente Obama. Acho que sai. O impacto é espetacular”, disse Batista a jornalistas. Ele citou em sua fala para Dilma que o anúncio deve ser "um marco histórico para a pecuária brasileira".

Os EUA, destacou o presidente da JBS, são um dos maiores importadores de carne do mundo. A liberação das importações da carne in natura pelos EUA também é vista como um selo de qualidade para a carne brasileira no mundo, o que deve gerar impacto positivo para as vendas do produto para outros países, sobretudo da Ásia.

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