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Indústria de máquinas faturou quase 5% menos nos cinco primeiros meses do ano

SÃO PAULO - O fraco desempenho da economia brasileira fez o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil cair 4,9% nos cinco primeiros meses desse ano em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com os dados divulgados hoje pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a receita acumulada de janeiro a maio do setor foi de R$ 36,59 bilhões. Em maio, a queda foi de 9,6% no comparativo ao mesmo mês de 2014, quando a receita atingiu R$ 7,35 bilhões.

Com essa queda na receita, o nível do emprego também apresentou retração significativa. Em maio, 346.873 pessoas faziam parte do quadro de pessoal das empresas do setor, queda de 6,4% em relação a abril deste ano e 5,3% no comparativo com o mesmo período de 2014. Na semana passada, o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, já havia anunciado uma previsão do fechamento de 150 mil postos de trabalho este ano.

Em maio, a indústria de máquinas e equipamentos utilizou 65,7% de sua capacidade instalada no país. Isso representa uma queda de 2,4% em relação a abril e de 14,3% no comparativo com o maio de 2014. É a pior utilização desde 1994, quando o índice chegou a 64%. Segundo a Abimaq, a carteira de pedidos registrou retração de 8,4% ante abril e 28,6% em relação a maio de 2014.

— O ajuste fiscal, pelo que já foi anunciado, não está ajudando muito a indústria, pois, as medidas são de corte de investimentos e aumento da carga tributária, Isso não vai nos ajudar a sair do fundo do poço em qual estamos. O PIB brasileiro deve cair mais de 2% este ano, isso já é uma realidade —, disse o diretor do departamento de competitividade, Mário Bernardi, para quem período de recessão econômica no país, deve durar até 2017.

A Abimaq também divulgou a balança comercial do setor nos cinco meses do ano. Até maio, o saldo está negativo em US$ 5,46 bilhões. As exportações somaram US$ 3,26 bilhões e as importações US$ 8,72 bilhões. Somente em maio, o deficit foi de US$ 965,04 milhões- US$ 633,35 milhões de exportação e US$ 1,59 bilhão de importação.

— Mesmo com a queda da importação, a indústria nacional não conseguiu reverter esse declínio no aumento de participação no mercado interno. As vendas de máquinas continua em queda —, afirmou Bernardi.

Segundo ele, 25% das vendas de máquinas e equipamentos no Brasil são de produtos importados. Há 15 anos, esse percentual era de 15%.

— O que pode ajudar um pouco a indústria são os investimentos em infraestrutura, mas eles têm de sair do papel efetivamente. Já vimos muitos planos bilionários anunciados e nada foi feito —, ressaltou o dirigente.

Para a Abimaq, o Plano Nacional de Incentivo à Exportação anunciado hoje não deve melhorar a situação do setor no curto prazo. Segundo a entidade, não foram estabelecidos os prazos para implantação das medidas que integram o plano.

— O retorno do Reintegra para 3%, por exemplo, está previsto para até 2018. Mas, quando? Além disso, esse percentual não diminui as perdas das empresas do setor, pois, pelos nossos cálculos 6% do valor dos impostos incididos sobre as vendas externas não são recuperados. Para nos dar um alento, o reintegra deveria ser de, pelo menos, 6% — , disse o chefe de gabinete da presidência da Abimaq, Lourival Jr.

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