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ECONOMIA

Cresce setor de alimentos especiais

O mercado de alimentos especiais e funcionais, como os sem glúten ou lactose, tem crescido nos últimos cinco anos, com aumento de vendas em 98%, enquanto a comercialização de alimentos e bebidas tradicionais cresceu 67% no mesmo período, segundo pesquisa da da consultoria Euromonitor. O Brasil é líder de crescimento deste segmento na América Latina, com faturamento de 45 bilhões de dólares, o que representa 17% do mercado de produtos especiais e funcionais.

Conforme a Associação Brasileira de Franchinsing (ABF), franquias de alimentação estão entre as que mais faturam no Brasil, sendo que 24% das redes em funcionamento no País são do ramo alimentício, o que representa 20,1% do faturamento do franchising nacional. Segundo a organização do Glúten Free Brasil, o setor cresceu cerca de 70% no último ano. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais (Abiad), o mercado de alimentos saudáveis movimenta cerca de R$ 15 bilhões ao ano no Brasil, no entanto, apesar do crescimento do setor e grande oferta no mercado, os produtos são oferecidos a valores altos, acima do preço dos tradicionais.

Para a publicitária Carime Chaer, que tem intolerância à lactose e hipersensibilidade a glúten, em supermercados ainda é muito difícil encontrar este tipo de produtos. “Mas nos últimos anos tem crescido a quantidade de lojas em Goiânia com venda de produtos para alérgicos. Os preços são mais altos, mas as opções são muitas”, ressalta. A justificativa dos valores elevados de produtos sem lactose ou glúten é o fato das matérias-primas, em sua maioria, serem importadas, fazendo com que o valor pago pelo consumidor seja mais caro.

Bolos sem glúten

Uma das dificuldades do público celíaco (que tem intolerância ao glúten, que é uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados) é encontrar alimentos, principalmente doces, que atendam essa restrição alimentar. De acordo com estudo publicado na revista Science Translation, cerca de 1% da população ocidental tem intolerância ao glúten. Segundo a Associação de Celíacos do Brasil (Acelbra), há um portador da doença celíaca para cada 600 habitantes no país. O número de celíacos, porém, pode ser bem maior, já que as pesquisas apontam apenas para os já diagnosticados. Como o setor apresenta dados positivos, o empreendedor que se dispuser a atender esse público poderá encontrar um mercado com bons números de crescimento.

Recentemente, uma franquia de bolos aberta em Goiânia, a Tradicional Bolos Caseiros, tem buscado atender ao público celíaco com oferta de produtos sem glúten em seu cardápio. Para o dono do empreendimento – que é ex-consultor do Sebrae –, Newton Póvoa, o mercado de saúde e estética em Goiânia tem buscado e consumido em grande escala produtos sem glúten e lactose, bem como os diet. “A Tradicional Bolos Caseiros fez levantamento dos principais gargalos do setor, e neste levantamento, o que mais nos chamou a atenção era a falta de produtos naturais (sem aditivo de conservantes), mas também produtos que atendessem paladares exigentes, como os bolos salgados, e os paladares com restrições alimentares, bolos sem glúten e lactose, bem como o diet”, ressalta.

Para a publicitária Carime, que é cliente da loja de bolos, a preocupação em oferecer os alimentos especiais tem conquistado sua simpatia a cada dia. “Além disso, não encontro facilmente bolos prontos, em casa de bolos, sem glúten e sem lactose”, explica. Carime diz só ter consumido o bolo de laranja sem glúten e sem lactose, mas pretende conhecer novos sabores oferecidos pela franquia. “[Laranja] É o meu sabor preferido, mas sei que tem outros sabores”.

Para poder atender a um público tão específico, Newton ressalta que sua experiência como consultor de negócios do Sebrae foi fundamental, pois possibilitou amplitude de visão em relação ao mercado. “Depois de uma pesquisa de mercado focada, com busca por franquias no setor de alimentação, chegamos à decisão de investir na Tradicional Bolos Caseiros. Para tanto, visitamos como clientes ocultos várias lojas, para que pudéssemos vivenciar a experiência da aquisição dos bolos. E antes da assinatura do contrato, a franquia nos permitiu vivenciar uns dias na cozinha, para que pudéssemos ter a garantia de que era esse tipo de negócio que queríamos para a vida”, lembra.

Newton destaca que, atualmente, em Goiânia, existem 42 lojas de bolos, sendo que 90% são de produção familiar, mas em 2013 e 2014 foram fechadas cerca de 10 lojas . “Buscamos as respostas destes empresários de qual o motivo da empresa não ter tido sucesso. 70% destes nos responderam que a falta de gestão e nenhum capital de giro dificultaram e muito o andamento de suas lojas”, conta. Com essas informações, Newton e sua esposa, Lorena Rodrigues, decidiram investir em tal mercado na Capital, mesmo com as incertezas na economia brasileira. “Se o empresário tiver conhecimento do mercado em que vai atuar, vai diminuir em 30% o risco, deverá possuir capital de giro para aguentar alguns meses até a empresa se estabilizar, as vantagens em abrir na recessão são os valores dos aluguéis, que estão mais baixos e funcionários com salários achatados, com isso alcança-se uma economia substancial”, completa Newton.

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