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Fundepec quer cadeia envolvida na qualidade

Ao ser empossado, ontem, na presidência do Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária em Goiás (Fundepec), Alfredo Luiz Correia enalteceu a abertura de mercado de carne bovina in natura para os Estados Unidos. Como representante de um organismo que patrocina o desenvolvimento da pecuária no Estado, o novo presidente do Fundepec observou ao Diário da Manhã que “toda a cadeia é responsável pela qualidade da carne, da fazenda ao mercado de consumo onde ele estiver”.

Em sua visão, o pecuarista deve contribuir para a sanidade do rebanho em sua propriedade. Para tanto, a vacinação periódica deve seguir nas datas recomendadas pelo Ministério da Agricultura. O caminhão frigorífico prossegue com esses cuidados no transporte da carne, as unidades frigoríficas e a rede de açougues e supermercados. Se o produto for para o exterior, as embarcações têm que prosseguir em sua jornada de higiene, para que o consumidor final disponha de um produto de qualidade confiável. “Citei o exemplo da carne, mas com os lácteos o procedimento deverá ser o mesmo”, observou Alfredo Correia.

Alfredo Luiz Correia é taxativo quanto ao ciclo de demanda baseada no status sanitário. “Isto não é tarefa apenas de governo”. Em sua opinião, o Brasil está alcançando o topo da pirâmide porque todos procuraram atuar na busca da qualidade da carne. Os pecuaristas investiram na melhoria genética do rebanho bovino, com a ação do sistema de confinamento o boi é abatido mais cedo e todo esse conjunto resulta na qualidade. Aliada, naturalmente, a outros fatores, onde se inclui a sanidade animal. A rentabilidade acompanha o processo, acredita ele, também um pecuarista.

A solenidade de posse da nova diretoria do Fundepec foi bastante concorrida. Alfredo Correia tem como vice-presidente Clarismino Luiz Pereira Júnior, presidente da Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ). O mandato da nova diretoria vai até 30 de junho de 2018.

Importância do Fundo

O Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária em Goiás foi criado há 25 anos. É um Fundo indenizatório para o caso de abate de animais acometidos de doenças infectocontagiosas como, por exemplo, a aftosa. Se um produtor rural, que contribui para a formação do Fundo, tiver o seu rebanho infectado, que tenha que passar pelo processo de abate sanitário, ele é ressarcido pelo Fundo. Porém, tem que necessariamente ser contribuinte cuja inscrição é feita na sede do Fundo, na Rua 261, Qd 95, Lt 33, no Setor Leste Universitário. Para os interessados residentes no interior, estes devem procurar os escritórios da Agrodefesa.

Entende a nova diretoria do Fundepec-Goiás que a entidade tem enormes desafios a serem enfrentados a cada etapa. O Fundo é hoje uma referência nacional e  mundial mas precisa ampliar seu leque de atuação, já que seu objetivo principal é o produtor rural. Neste sentido, a nova diretoria está traçando nova linha de trabalho.

Para se ter uma ideia da importância do Fundepec-Goiás, a sua implantação foi fundamental para o desaparecimento da febre aftosa em Goiás há 20 anos. Isso porque o Fundo trabalha em parceria com a Agrodefesa repassando ao órgão do governo, 15% de toda sua arrecadação cuja verba é utilizada para as ações atinentes a fiscalização de fronteiras e o trabalho em favor da melhor qualidade do rebanho bovino.

Goiás é referência mundial

Com a criação do Fundepec-Goiás, o Estado é pioneiro nesta iniciativa. Com o passar dos anos e os resultados positivos, a entidade motivou a criação de similares em outros Estados brasileiros, como São Paulo, Bahia, Paraná e Paraíba. O Fundepec-Goiás é hoje referência mundial.

Em 2014, uma missão técnica da Organização Mundial de Saúde Animal esteve no Brasil fazendo uma espécie de auditoria em 12 Estados verificando a qualidade sanitária do rebanho, sistemas de produção e até de abate. O relatório desta entidade é divulgado no mundo todo e, através dele, os países que comercializam carnes e derivados são informados das condições das regiões visitadas. Para se ter uma base da importância da Organização Mundial de Saúde Animal, ela foi criada em 1921 e é seguida em seus relatórios por mais de 150 países que compram carnes e derivados além de outros alimentos.

Depois da visita feita a 12 Estados brasileiros, os técnicos da Omsa estiveram no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e confirmaram que o estado de Goiás, está à frente dos demais Estados nos trabalhos em prol da qualidade sanitária do rebanho e na parceria com o poder público. Esses técnicos, antes do relatório, visitaram o Fundepec-Goiás e tomaram conhecimento de sua história e seu trabalho pioneiro em prol da qualidade do rebanho goiano.

Novos desafios

Todas as diretorias que estiveram à frente do Fundepec-Goiás deram sua parcela de contribuição para o desenvolvimento da pecuária. Na gestão do último presidente médico veterinário José Magno Pato, muito foi feito, entre elas, mudanças nos estatutos. Com ampliação do leque de atuação, o Fundo parte agora para alcançar maior número de produtores, se tornar mais conhecido e ajudar a combater outras doenças animais, além da aftosa, tuberculose e brucelose.

Por outro lado, o novo presidente Alfredo Luiz Correia agradeceu o trabalho feito na gestão de José Magno Pato, bem como a sua indicação para encabeçar a nova diretoria e enfatizou o seu compromisso no sentido de que as novas metas traçadas e outras que virão ao longo de seu mandato, sejam cumpridas. Igualmente falaram outros conselheiros, Clarismino Luiz Pereira Junior (AGCZ); Haroldo Max de Souza, (OCB); Hugo Cunha Goldfeld, (SGPA); José Mário Schreiner, FAEG/Senar); Antônio Flávio Camilo de Lima, (Seagro) e Júlio César Carneiro, (AGS).

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