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MP promove campanha contra carne clandestina

Campanha contra o consumo de carne clandestina está sendo deflagrada em Goiás pelo Ministério Público. O objetivo, anunciado na última quarta-feira, em reunião na sede do MP, é o de chamar a atenção do consumidor para a importância de alimentos de qualidade. A proposta da Campanha Goiás Contra a Carne Clandestina é que a mesa do goiano seja servida por produtos de qualidade, devidamente fiscalizados e com selo de inspeção federal, estadual ou municipal.

A iniciativa tem inteiro apoio da Agrodefesa, Vigilância Sanitária, Procon, Ministério da Agricultura, Secretaria do Desenvolvimento, Emater, Conselho Regional de Medicina Veterinária, Conselho Regional de Engenharia, Sindicarne, Associação Goiana de Supermercados e Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária. O Fundepec, por sinal, na palavra do seu presidente Alfredo Luiz Correia, disse que a instituição dispõe de uma cartilha em que discorre sobre a grave ameaça à saúde dos consumidores da carne clandestina.

A instituição entende que somente carnes inspecionadas e corretamente manipuladas oferecem segurança ao público. A cartilha orienta o consumidor sobre os procedimentos quanto à carne clandestina, uma prática bastante comum nos centros urbanos e no meio rural. Os riscos são imensos com relação ao consumo da carne clandestina. Bactérias, infecções alimentares e doenças provocadas por um produto de procedência duvidosa colocam em risco a saúde e a vida das pessoas. A Emater, que se faz presente em praticamente todos os municípios goianos, terá participação ativa no processo de educação sanitária, segundo Alípio Magalhães de Oliveira, da Superintendência de Agricultura.

Orientação ao público

As intoxicações alimentares provocadas por bactérias preocupam as autoridades sanitárias, que apoiam a iniciativa do Sindicarne em procurar orientar o público consumidor sobre os riscos à saúde.

As intoxicações podem ser provocadas por uma grave doença chamada de botulismo, que pode ocasionar a morte, perturbações neuroparalíticas, perda de visão, debilidade e dificuldade respiratória. É transmitida em carnes e vegetais sem o processamento adequado em conservas, enlatados e defumados. Há, no entanto, outras bactérias que colocam em risco a saúde das pessoas. Entre elas, bactéria E. coli, salmonela, víbrio, clostridium e listéria, que provocam febre, diarreia, náusea, vômito, cólera, dores abdominais, meningite e aborto.

As doenças não param por aí. As teníases e a cisticercose ocorrem com a ingestão de carne suína ou bovina sem os devidos cuidados, como congelamento e cozimento. As autoridades sanitárias apontam também a tuberculose, toxoplasmose e brucelose, que atacam respectivamente os pulmões da vítima, pneumonia, sistema nervoso, problemas de visão, entre inúmeras outras doenças graves. É importante lembrar que quando o animal é abatido sem as condições adequadas de higiene há 25 mil bactérias por centímetro quadrado. Onze horas depois, esse número transcende a 350 mil. E assim vai num crescendo geométrico que se define popularmente por podridão total.

Em um frigorífico que trabalha dentro das normas higiênicas e segurança, para um boi abatido, se gasta cerca de dois mil litros de água para limpar a carcaça. Abatido no mato, não se gasta nada. E há, ainda, situações em que esse animal é roubado das fazendas, provocando prejuízos aos criadores e aos consumidores finais. No frigorífico, o abate é fiscalizado e o público consome um produto de melhor qualidade, porque a fiscalização está em cima no cumprimento das leis e das portarias oficiais. No abate clandestino, os impostos são sonegados.

Da fazenda ao frigorífico

O animal cumpre um percurso transparente e correto da fazenda ao frigorífico. Começa que o criador é obrigado a fazer controle sanitário. Deve vermifugar e vacina regularmente os seus animais, seja ele bovino, suíno, caprinos e ovinos. Ele cumpre um ritual após o transporte rígido, onde o sangue, vísceras e carcaças são analisados para verificar a existência de doenças. Após, segue para a câmara de resfriamento a zero grau. Depois segue para a desossa, numa a 12 graus centigrados.

Do matadouro, a carne sai separada e classificada em caminhões refrigerados para os supermercados e casas de carne. Nos postos de revenda, a carne, obrigatoriamente, deve ser mantida a sete graus centígrados no máximo. As espécies de carne devem ser separadas: frango com frango, bovina com bovina, suína com suína e, assim, por diante.

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