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Produção de comida precisa crescer 80% até 2050

Aumentar a produção agropecuária em 80% até o ano 2050 será um dos próximos desafios dos produtores para satisfazer a uma população de 9,7 milhões, 37% maior em comparação à atualidade. Esse posicionamento foi feito, ontem, pelo representante da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação) no Brasil, Alan Bojanic, em apresentação no Fórum Estadão - Alimentos, sob o patrocínio da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em São Paulo. Na oportunidade, Bojanic disse que estes dados constam do documento recém elaborado pela FAO sobre a questão alimentar no mundo e a posição do Brasil nesse novo cenário.

Para o representante da FAO, as perspectivas brasileiras de contribuir para a alimentação mundial são promissoras. Por várias razões. Entre as quais, porque disponibilidade de terras férteis, recursos hídricos, tecnologia e vontade de produzir. Os estudos ofereceram informações ainda de que cerca de 70% da população do País será urbana. O relatório observa, também, que a cadeia verde-amarelo do agronegócio precisa ampliar sua logística de transporte, integrando as ferrovias, hidrovias, ferrovias e portos. Outros itens precisam entrar no processo, como educação mais voltada para a atualidade contemporânea, agregação de valor aos produtos alimentícios e gestão. "São fatores que responderão por melhor desempenho", observou.

Em sua palestra, Alan, de descendência boliviana, disse que nesse cenário crescerá a demanda por carnes, uma proteína animal de crescente aceitação no mercado. Ele forneceu uma notícia alvissareira para o consumidor. A de que os alimentos tendem a baixar de preços, mantendo, no entanto, a rentabilidade dos produtores. O uso crescente da tecnologia originárias das pesquisas agronômicas favorecerá no menor custo e crescente aumento da produtividade em menor espaço de área. O maior desafio do agro está em reduzir os índices de pobreza e da desigualdade social. A assistência técnica à pequena produção foi defendida pelo representante da FAO no Brasil.

Questão da confiabilidade

Se no País 58% da produção agropecuária é industrializada, o público exige cada vez mais qualidade no que consome. Foi o que declarou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Edmundo Klotz. A confiabilidade no alimento industrializado é reputada como essencial para a sobrevivência industrial. "São mais de 200 milhões de consumidores no País", disse, observando que os brasileiros estão entre os primeiros no ranking da produção, da comercialização e da exportação de laranjas, soja, doces, entre outros produtos.

O intercâmbio comercial com o mundo é crescente. O Brasil gera mais de um milhão de empregos diretos na indústria de alimentos, oferece um saldo na balança comercial da ordem de US$34 milhões. "É o primeiro no mundo em volume de alimentos, mas perde em renda porque não agrega valores", finalizou.

Redes sociais provocam mudanças de hábitos alimentares

As redes sociais estão provocando mudanças drásticas nos hábitos de consumo, com ênfase para os alimentos. Um produto ou uma marca podem desaparecer em função de um comentário sobre a sua qualidade. Essas observações constaram do Fórum Abag-Estadão de Alimentos, ontem, encerrado em São Paulo (SP), onde lideranças empresariais demonstraram preocupação com o avanço de informação do "novo consumidor", através da internet a um público infinito. A recomendação, mais insistentemente a partir de agora, é que toda a cadeia se preocupe com um produto final de qualidade.

Luiz Madi, diretor geral do Instituto Tecnológico de Alimentos (ITAL), revelou que são 33,5 mil empresas no Brasil. Mas, também, apontou necessidade crescente das "responsabilidades sociais e ambientais, da credibilidade, da autenticidade e da rastreabilidade". Em sua visão, o consumidor exige de a cadeia produtiva o respeito integral. Na atualidade, o chamamento à qualidade é vital. Os consumidores estão se tornando cada vez mais exigentes. Para tanto eles ouvem a opinião do vizinho e com a modernidade da comunicação qualquer crítica pode determinar o fim de um produto ou de uma marca.

Sérgio Alexandre Simões, da consultora PWC, teceu considerações sobre crescentes mudanças de hábitos do consumidor. O consumidor quer conhecer a origem do que consome, sobretudo dos alimentos. "Desde sua origem à ponta no supermercado", observou, ou seja, no caso dos alimentos, da fazenda, do transporte e, finalmente, do comércio varejista", acrescentou. As redes sociais estão plugadas nesse rastreamento da origem e também da qualidade e dos preços dos produtos ofertados. (W.S)

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