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Rio tem a 4ª gasolina mais cara entre capitais

RIO - O Rio tem a quarta gasolina mais cara entre as capitais do país, apesar de o estado ser o maior produtor de petróleo, responsável por 67% do total extraído no Brasil. De acordo com a pesquisa de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), na última sexta-feira, o preço médio do litro da gasolina na capital fluminense era de R$ 3,791, menor apenas do que os valores cobrados em Rio Branco, no Acre (R$ 4,072), Palmas, no Tocantins (R$ 3,875) e Salvador, R$ 3,845. A carga tributária e o frete do álcool são apontados pelos especialistas como responsáveis pelo alto preço no Rio. Só no último mês, o litro da gasolina vendida no Rio ficou praticamente R$ 0,10 mais caro.

— No Rio, 31% do preço da gasolina deve-se ao ICMS. Esta é a maior alíquota entre todos os estados. Além disso, um quarto é da gasolina é composto por álcool anidro, que tem de ser transportado de São Paulo, onde ficam as principais usinas. E esse frete encarece o preço do álcool, impactando na gasolina — justifica o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis, Paulo Miranda Soares.

ÁLCOOL EM ALTA

Em pelo menos quatro postos, o consumidor fluminense já paga mais de R$ 4 pelo litro da gasolina. No mais caro, segundo a pesquisa da ANP, na Gávea, zona sul da cidade, o preço chegou a R$ 4,199. Foi o segundo maior preço encontrado pela pesquisa em todo o país, atrás apenas de um posto em Rio Branco, onde valor chegou a R$ 4,20.

No Acre, estado que tem a capital com o maior preço médio da gasolina, a alíquota de ICMS é de 25%, assim como em Palmas (TO). Em Salvador é de 28%. O menor preço médio foi encontrado em João Pessoa (R$ 3,204), onde o ICMS corresponde a 27% do preço.

Segundo a presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Rio, Cida Schneider, historicamente, o ICMS é maior no Rio. Mas ela diz que hoje, a pressão sobre o preço da gasolina vem das usinas de álcool:

— O álcool anidro sobe sem parar há 12 semanas nas usinas, em razão de uma maior demanda, e isso é repassado aos postos e aumenta o preço da gasolina também do etanol— diz.

Amaryllis Romano, economista e analista de etanol da consultoria Tendências, considera um “absurdo” o maior produtor de petróleo do Brasil ter um dos preços mais altos para a gasolina. E, além da carga tributária e do frete do álcool anidro, acredita que falta concorrência no Rio:

— Em São Paulo, por exemplo, onde há uma maior pulverização de distribuidoras e postos, o preço médio é bem menor.

O preço médio da gasolina em São Paulo era R$ 3,449 ou R$ 0,29 menor do que no Rio.

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