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CNI defende aumento de carga trabalhista para 80 horas semanais no Brasil

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, divulgou nesta sexta-feira, 8, que para que o governo melhore a situação do déficit fiscal, serão necessárias “mudanças duras” tanto na Previdência Social quanto nas leis trabalhistas.

A informação ocorreu após de mais de duas horas de reunião com o presidente em exercício Michel Temer e com quase 100 empresários do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).

Na ocasião, Temer deixou o evento sem falar com a imprensa. Já Robson Andrade, durante entrevista que ocorreu após a reunião, sugeriu que o Brasil adote iniciativas similares às do governo francês, que, de forma independente do Parlamento, conseguiu autorizar uma carga horária de até 80 horas semanais e de 12 diárias para os trabalhadores.

“Um déficit de R$ 139 bilhões [para 2017]. Acho que foi uma demonstração de responsabilidade do governo apresentar as dificuldades que têm e o esforço que será feito para contornar essas dificuldades”, afirmou o presidente da CNI.

De acordo com Robson, ao considerar que neste ano o déficit será de R$ 170 bilhões, a conclusão é que haverá, em algumas áreas, crescimento de despesas governamentais. “É claro que a iniciativa privada está ansiosa para ver medidas duras, difíceis de serem apresentadas. Por exemplo, a questão da Previdência Social. Tem de haver mudanças na Previdência Social. Caso contrário, não teremos no Brasil um futuro promissor”, acrescentou.

Ainda de acordo com o presidente da CNI, deverá ser implementado reformas trabalhistas. Segundo ele, o empresário está “ansioso” para que essas mudanças sejam apresentadas “no menor tempo possível”.

“Vimos agora o governo francês, sem enviar ao Congresso Nacional, tomar decisões com relação às questões trabalhistas. No Brasil, temos 44 horas de trabalho semanal. As centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36 passou, para a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas diárias de trabalho. A razão disso é muito simples. A França perdeu a competitividade de sua indústria com relação aos demais países da Europa. Agora, está revertendo e revendo suas medidas, para criar competitividade. O mundo é assim e temos de estar aberto para fazer essas mudanças. Ficamos ansiosos para que essas mudanças sejam apresentadas no menor tempo possível”, argumentou o empresário.

Além disso, durante a entrevista, Robson reiterou a posição da CNI contrária ao aumento de impostos.

“Somos totalmente contra qualquer aumento de imposto. O Brasil tem muito espaço para reduzir custos e ganhar eficiência para melhorar a máquina pública antes de pensar em qualquer aumento de carga tributária. Acho que seria ineficaz e resultaria, neste momento, na redução das receitas, uma vez que as empresas estão em uma situação muito difícil”, disse ele.

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