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Beba água, coma salada

O consumo de drogas exis­te, isso não pode ser ignorado. A simples proibição e terror psico­lógico não inibem o uso de subs­tâncias psicoativas. As escassas políticas e ações de reduções de danos, trabalham com o fato de que os usuários dessas substân­cias podem ter um baque menor em sua saúde e diminuir a chan­ce de danos a sociedade com al­guns cuidados.

As iniciativas pela redução de anos não são de agora como con­ta o Centro de Convivência É de lei: “No Brasil a primeira experi­ência em redução de danos, ocor­reu em 1989, na cidade de Santos, com a distribuição de seringas estéreis entre usuários de dro­gas injetáveis com o objetivo de conter a disseminação do HIV/AIDS, e desde então em muitos estados brasileiros têm sido de­senvolvidas ações nesta pers­pectiva, sejam por instituições públicas ou por organizações da sociedade civil, e com apoio, so­bretudo das diretrizes do Minis­tério da Saúde, por meio dos Pro­gramas Nacionais de DST/AIDS, Hepatites Virais e Saúde Mental. Estas ações também se amplia­ram para diferentes drogas e di­ferentes formas de uso de drogas, saindo do foco do usuário de dro­ga injetável”.

Existe uma grande resistência sobre o assunto, a crítica é por­que políticas e dicas de redução de danos soam aos ouvidos con­servadores como um “Use dro­gas”, uma interpretação simplis­ta das políticas e campanhas. As ações de redução de danos es­barram em moral religiosa e até no direito penal, pois as leis são duras com o uso e apologia de drogas. O uso de drogas é visto como um problema de seguran­ça pública, bem antes de um pro­blema de saúde pública.

O Centro de Convivência É de lei considera a abordagem do poder público ao assunto como equivocada e prejudicial: “Res­saltamos assim, que a atual po­lítica de drogas brasileira e a le­gislação reguladora da produção, comércio e consumo de substân­cias psicoativas não têm respon­dido de forma eficiente e efeti­va a problemática das drogas, e têm sido responsáveis por conse­quências bastante danosas para usuários de drogas e a sociedade de uma maneira geral.”

ROLÊ SEM VACILO

Durante o carnaval algumas campanhas estão rolando nas redes, devido ao aumento do uso de drogas na ocasião . Mui­tas pessoas vem compartilhan­do dicas de saúde e de redução de danos, específicos para os abu­sos carnavalescos. Afinal não é muito efetivo pedir que os foliões não bebam muito durante o car­naval, como fez o prefeito do Rio Marcelo Crivella.

Na rede foi criada a hashtag “rolê sem vacilo”, que inclui posts de dicas de redução de danos e uma cartilha produzida a respei­to do assunto. O slogan da cam­panha é “Experimente reduzir danos”. O material traz explica­ções sobre efeitos de drogas, mis­turas de substância, cuidados com a alimentação antes e após o uso de substâncias psicoativas e lembra a importância da hidra­tação.

Outras ações voltadas para o assunto também foram orga­nizadas ao longo do mês, como uma conversa promovida pela Plataforma Brasileira de Política de Drogas, que promoveu o de­bate com o tema: “Drogas, Im­prensa e Carnaval”. “O uso e o comércio de drogas são temas recorrentes na cobertura jorna­lística ao longo do carnaval. A desinformação, sobretudo com relação aos efeitos e à composi­ção das substâncias, é bastante comum, inclusive entre os que as consomem. Em um período como esse, um debate franco so­bre o uso de substâncias, lícitas e ilícitas, se mostra urgente” expli­ca a organização do Projeto Res­pire. Na ocasião eles distribuí­ram aos presentes o “Guia sobre drogas para jornalistas”.

Tipos de efeitos das substância sobre o sistema nervoso informados pela cartilha:

Estimulantes: Substâncias que aumentam a atividade do SNC e deixam as pessoas mais ativas, como a cafeína, a cocaína e as anfetaminas.

Depressoras: Drogas que diminuem a atividade do SNC e diminuem a capacidade dos neurônios de responder a estímulos, diminuindo o autocontrole e deixando as pessoas sedadas, com sono. Essa categoria inclui o álcool, os opioides e os sedativos.

Perturbadoras: São drogas que, em vez de aumentar ou diminuir a atividade do SNC, alteram a qualidade de seu funcionamento. Ou seja, em vez de afetarem a intensidade da atividade dos neurô­nios, elas afetam o tipo de atividade deles. Nessa categoria estão substâncias como o LSD, a DMT e, para alguns especialistas, a maconha.

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