A partir desta quarta-feira (18/4) o Teatro Sesi, com apoio da Lei Goyazes de Incentivo à Cultura, realiza a Semana da Dramaturgia Goiana. Na programação, três espetáculos inéditos e goianos. O evento também realiza um bate-papo com o autor do texto, elenco, diretores e professores da Escola de Artes Cênicas da UFG: Walkiria Pereira Batista, Clarice da Silva Costa e Marcus Vinícius Pantaleão e o diretor e dramaturgo convidado Roberto Alvim, do Grupo Noir, de São Paulo. O projeto dá oportunidade para novos autores encenarem suas peças, com diretores e elenco à sua escolha. As propostas foram selecionadas em 2016 pelo Núcleo de Dramaturgia do Sesi e, logo após, os textos ganharam montagem e direção, escolhidos pelos integrantes da companhia.
O primeiro espetáculo da Semana de Dramaturgia Goiana tem início marcado para as 20 horas desta quarta-feira. Matilda e a Bala Perdida, de Almir Amorim, com encenação da atriz Luiz Divina e direção de Bruno Peixoto. Almir é ator, professor e diretor de teatro. Conhece bem o que é fazer teatro, mas faz questão de sempre participar de novos propostas. Na quinta-feira (19) é a vez do espetáculo O Jogo da Verdade, de Mariabe Silva, com direção de Samuel Baldani. O espetáculo marca a estreia na dramaturgia de Mariabe Silva, com um texto que aborda questões familiares de forma pungente. No encerramento, realizado na sexta-feira (20), a peça Partidos toma a cena. Escrita por Jarleo Barbosa e direção de Allan Santana, o espetáculo conta com a participação dos atores João Paulo Falcão e Larissa Sisterolli. Jarleo Barbosa utilizou da sua visão e carreira cinematográfica para compor um texto expressando sua visão sobre o mundo.
O Núcleo de Dramaturgia teve início em maio de 2016, sob a coordenação do diretor e professor Samuel Baldani, do Grupo Guará da Coordenação de Arte e Cultura da PUC-GO. Quinze autores selecionados previamente participaram de sete oficinas, ministradas pelos autores e diretores Roberto Alvim, Samir Yasbek e Kil Abreu (SP), Ana Carina Melo dos Santos (RJ), Mário Marciano (PB), Fernando Villar (DF) e Rafael Lorran (MG). Na primeira etapa do projeto, realizada em novembro de 2016, foi selecionado e encenado o texto Destros Sinistros, de Vitor Duarte.
DIA 18/04 - 20 HORAS
Matilde e a Bala Perdida
Texto – Almir de Amorim
Direção – Bruno Peixoto
Atriz – Luzia Mello
Assistente de direção, produção, documentação, e registro e audiovisual fotográfico – Yanke Amorim
Iluminação e operação de luz – Washington Dias
Figurino, contrarregragem e coordenação de palco - Cláudio Livas
Cenário e adereços, vídeo mapping – Paulinho Pessoa
Caracterização (maquiagem e cabelo) - Yanko Rubin
Designer gráfico - Paula Thaís
DRAMATURGIA:
Almir de Amorim
Matilde, mulher de meia-idade, teve sua família desaparecida. Em tenra idade teria sido exposta, como testemunha, a todo tipo de perseguição, sofrimento e tortura que seus pais sofreram. Cresceu confinada na casa onde os pais viviam e tinham suas atividades. Matilde diz ter outro nome. Foi rebatizada como Matilde Kalipo Belafonte. Em sua solidão constrói casulos, busca meios de se ajustar aos processos, onde sua loucura se transmute e se torne uma alternativa de salvação. Busca assistência do sistema, até que o encontro perplexamente absurdo, lhe arrebate para o seu “paraíso eterno”.
Almir de Amorim – Ator de teatro e cinema. Dramaturgo goiano com formação nos Teatros Oficina e Arena (SP/RJ), nos anos 1960/70. Foi aluno de Eugênio Kusnet. Assistente dos diretores e dramaturgos Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri. Atuou como assistente também nas telenovelas extinta TV Excelsior (SP) com os diretores Walter Avancini, Carlos Zara, Dionisio Azevedo. É diretor da Escola de Formação de Atores – ACT Casa do Teatro.
ENCENAÇÃO
Bruno Peixoto
“Deparar-se com a dramaturgia de Almir de Amorim é sempre uma grande surpresa. Matilde e a Bala Perdida não é diferente. A trama textual é extremamente elaborada e tece comentários de um período obscuro vivenciado e experimentado pelo autor. Matilde é uma personagem solo, à margem da sociedade e será interpretada por Luzia Mello, no auge de sua carreira. É uma honra e um presente oferecido pelos dois guiar a encenação deste texto. A ideia é criar uma atmosfera peculiar de loucura, memórias e narrativas que perpassam a mente da personagem e de suas lembranças. Cenografia, maquiagem, adereços, figurino, luz e trilha sonora seguirão esses aspectos que trazem desde detalhes ternos de um espaço e figura abandonada pela sociedade até as surpresas produzidas na tecnologia da cena contemporânea”
DIA 19/04 – 20H
O Jogo da Verdade
Texto: Mariabe Aguilar
Direção: Samuel Baldani
Elenco: Helena Moraes e Marilia Ribeiro
Figurino: Elmira Inácio
Cenário: Keila Alves
Iluminação: Alexandre Greco
Maquiagem: Keila Alves
Sonoplastia: Ana Claudia
Técnico de Som: Gustavo
Preparação Corporal: Vanessa Voskelis
Fotografia: Layza Vasconcelos
Designer Gráfico: Iuri Vaz
Produção: A Incorporadora Cultural
DRAMATURGIA
Mariabe Silva
O texto de Mariabe Aguilar traz à cena o embate entre essas duas forças: razão e emoção. Decisões tomadas sem muita reflexão no passado vêm despejar suas dores no presente. A necessidade – de conhecer a verdade, de afeto, de algo mais – é o que move essa emocionante disputa.
ENCENAÇÃO
Samuel Baldani
“Duas mulheres, um embate. Ambas com o passado em comum e ao qual terão de prestar contas. Uma quer esquecê-lo e ele insiste em reaparecer. A outra quer desvendá-lo e ele insiste em escapar-lhe. Dois mundos que se chocam e cujos estilhaços refletirão verdades dolorosas e cortantes. Uma mãe que enjeita a filha; uma filha que rejeita a mulher que a entregou para adoção. Qual das duas está no seu direito? Duas verdades que se enfrentam num jogo sem vencedores. Se o passado que você deixou enterrado há 20 anos aparecesse cheio de perguntas, o que você faria?
DIA 20/04 - 20H
Partidos
Texto : Jarleo Barbosa
Direção: Allan Jacinto Santana
Concepção e direção de arte: Benedito Ferreira
Elenco: João Paulo Falcão e Larissa Sisterolli
Trilha sonora: Rui Bordalo
Ass. técnica : Letícia Lemes Santiago
Fotografia : Io Hardy
Iluminação: Michely Ascari
Maquiagem: Ana Simiema
Realização: Cia. Comfome
Apoio : CCUFG
DRAMATURGIA
Jarleo Barbosa
Narra duas histórias de amor que chegaram ao fim. Momentos vividos a dois, relações solares que agora estão relegadas à memória, ou pior; ao esquecimento. São dois monólogos, cada um averigua os restos, as migalhas de um amor vivido e agora morto, sem motivo claro aparente. No amor, como na guerra, todos são culpados e cúmplices. “Entre duas pessoas, até mesmo as que se amam, existe um espaço intransponível, que é limitado pela linguagem, pelas experiências subjetivas individuais e intransponíveis. Por mais que amemos, somos limitados. Isso talvez seja a semente da solidão.”
ENCENAÇÃO
Allan Jacinto Santana
“Dois personagens que se abrem aos estados dos relacionamentos findos. Comparo com a simplicidade de um campo, onde contam suas memórias dos momentos finais da ida de um amor. Caminho por onde todo mundo ou já passou ou há de passar. Jarleo recorta a simplicidade de ser e amar. E o que fica é a relação com o tempo. Só tempo. E enquanto tempo, teatro”.
SERVIÇO
Evento: Semana de Dramaturgia Goiana
Espetáculos: Matilde e a Bala Perdida, O jogo da Verdade e Partidos
Dias: 18 a 20 de abril
Horário: 20 horas
Local: Teatro Sesi (Av. João Leite nº 1.013, Setor Santa Genoveva. Telefone: 3261- 3495)
Ingressos: Doação de 2 kg de alimentos ou um livro literário