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ESPORTES

Time da Ponte Preta

No Brasil há o mito de que jogador de futebol depois dos 30 anos está acabado para o esporte bretão, mas em Rio Verde um time mostra o contrário. Correr, lutar, ter fôlego, buscar a melhor colocação dentro de campo e se antecipar as jogadas são características de quem passou dos 40 anos.  Fica até a pergunta histórica: você deve jogar bola para entrar em forma ou deve entrar em forma para jogar bola? Em Rio Verde a resposta foi encontrada.

Ponte Preta: um lugar ecológico e esportivo

O time da Ponte Preta foi campeão de másters com um saldo positivo e referências de bons atletas do passado. O campeonato que homenageou o técnico Linoene de Jesus provou que a vontade jogar deve ser manifestado em casa lance, pois o atleta experiente corre pelo atalho. O campeonato previa que somente jogadores acima de 40 anos deveriam participar, e o bom time da Ponte Preta foi campeão na cobrança dos pênaltis. O time do treinador Tiãozinho empatou em 1 a 1 contra o CTG e buscou o troféu na cobrança dos pênaltis, com o goleiro Baiano defendendo uma cobrança histórica do atacante Caçapa. A região da Ponte Preta em Rio Verde é um local turístico, ecológico, atraente, além de ter um belo campo de futebol society. O local é comandado pelos pioneiros Dadá, Laurinho do Cartório e Jairo, que organizam os treinos e participações nos campeonatos. Bons jogadores profissionais do passado reforçam o time da Ponte Preta, como Vital César, que jogou em vários times do Brasil e Pereira, que jogou pelo Esporte Clube Rio Verde, Mineiros, com rara disposição. Depois de cada jogo há uma resenha feliz regada a um bom churrasco e chope, detalhes que ajudam na união da equipe. A Secretaria Municipal de Esportes organizou dois campeonatos, uma na categoria sênior, vencido pelo CTG, Centro de Tradições Gaúchas, e o outro de máster, vencido com mérito pela Ponte Preta, que tem este nome inspirado no time de Campinas.

O curioso é que foram abertas inscrições para o campeonato de livre em vários pontos da cidade e não houve a mesma repercussão dos campeonatos dos jogadores de 40 e 50 anos. O exemplo da Ponte Preta é notável, já que ela foi o primeiro campeão do Futebol Terrão da Vila Menezes, um bairro notório e esportivo de Rio Verde. Se for verdade que a juventude não quer mais saber de esportes, preferindo o uso das tecnologias como whatsapp e Facebook, os atletas veteranos provam que a receita de saúde passa pela constante prática de futebol, pois termina um campeonato e já começa outro, com grande público. Jogadores conhecidos como Soares, Gilson, Pereira, Vital César, Baiano, Nenê, Cléber, Nilson Fidelis, Maurício Manteiga, Jairo, Dadá, Jato e outros abnegados provaram que o futebol society revela craques ou serve para a manutenção da forma. O atleta profissional se alimenta bem e na hora certa; evita as noitadas; faz exercícios constantes e tem compromisso com a sua profissão, evitando exageros e contusões. Já o atleta amador joga por descontração, união dos amigos e vontade de continuar mostrando talentos na quarta década da vida. Se o jogador profissional chega até a fingir contusão para não jogar, o amador se perder uma perna, poderá até jogar com a outra! São os contrastes dos níveis de atletas; mas o curioso é que o atleta profissional quando fica de férias logo procura um campinho para bater uma bola.  O time da Ponte Preta venceu outros atletas que já foram profissionais, como Caçapa, Frei, Giovane Pastel, num belo duelo de forças e maturidade. Correr atrás de uma bola é uma forma de manter a saúde, amizades, deixando o sangue  circulando com mais facilidade nas veias. Por coincidência, o time da Ponte Preta de Rio Verde encontra em seu homônimo de São Paulo outro exemplo de longevidade no futebol, já que é um dos times mais antigos do Brasil. Dizem que ponte foi feita para se passar por cima; mas no caso da Ponte Preta ela deixa os adversários no chão, levantando a tese de que “velho” é quem parou ainda jovem de praticar esporte. Ser campeão dentro de campo é tão importante quanto fora dele, pois o atleta é sinônimo de cidadão consciente, usando o seu corpo de forma sábia e saudável, sendo modelo na família e na grande pátria Brasil. Depois vem a compensação do chope e do churrasco, provando que tudo na vida deve ser guiado pelo equilíbrio. Quem se equilibra sobre uma ponte merece reconhecimento.

(José Carlos Vieira, escritor, jornalista do Jornal Folha da Cidade, Rio Verde, E-mail [email protected])

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