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Aos 93 anos, ex-guarda de Auschwitz é julgado na Alemanha por 300 mil mortes

Da BBC

Um ex-guarda nazista de 93 anos está sendo julgado sob acusação de coparticipação na morte de pelo menos 300 mil judeus. Oskar Groening só chamou a atenção do Ministério Público após se posicionar contra as pessoas que negam o Holocausto e dizer em público que havia testemunhado as mortes.

O julgamento, que ocorre em Lüneburg, pode ser um dos últimos de crimes de guerra nazistas. No início do júri, Groening, conhecido como o “contador de Auschwitz”, admitiu que é moralmente culpado.

Ele descreveu sua função de contar dinheiro confiscado de recém-chegados e disse que testemunhou assassinatos em massa, mas negou participação direta no genocídio. Se for considerado culpado, ele pode ser condenado a uma pena entre três e 15 anos de prisão.

“Peço perdão. Eu compartilho moralmente a culpa, mas se eu sou culpado de acordo com o direito penal é uma decisão de vocês”, afirmou, dirigindo-se aos jurados.

Oskar Groening parecia frágil quando entrou na sala do tribunal apoiado em um andador. Mas sua voz soou forte e firme quando ele falou por quase uma hora.

Quatro sobreviventes do notório campo de extermínio o assistiam no local. Grande parte do testemunho descreveu as tentativas de alcançar sua ambição de ser um "executivo" da SS para trabalhar como contador para os nazistas. Mas houve momentos perturbadores também; por pouco tempo, vimos os horrores de Auschwitz através de seus olhos.

Os sobreviventes o observaram impassíveis, mas seus parentes mais jovens balançaram a cabeça em descrença quando ele contou sobre sua chegada ao campo como um jovem guarda da SS. Ele disse que oficiais lhe deram vodca ao chegar no local.

Ele até descreveu as garrafas de vodca. Enquanto bebiam, os oficiais contaram que o campo era para os judeus deportados. Que os prisioneiros judeus seriam mortos e eliminados.

Depois, ele pegou uma garrafa de água: “Eu vou bebê-la como eu bebia aquelas garrafas de vodca em Auschwitz.”

Groening começou a trabalhar como guarda em Auschwitz, aos 21 anos. Ao final da guerra, começou uma vida normal de classe média em Lüneburg, na Alemanha, onde trabalhou em uma fábrica de vidro até se aposentar.

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