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Revista e jornal suspendem circulação por falta de papel na Venezuela

Afetadas pela escassez de papel, mais duas publicações na Venezuela estão suspendendo suas versões impressas. A revista “Zeta” esgotou seu estoque com a edição que chegou nesta sexta-feira às bancas. Situação semelhante vive o jornal “El País”, do mesmo grupo. A partir de agora, as duas publicações somente poderão ser lidas em suas versões online.

Francisco Poleo, vice-presidente executivo dos dois veículos, disse que a decisão foi tomada depois que o Complexo Editorial Alfredo Maneiro, encarregado da venda do material, não respondeu sobre os pedidos de compra. Segundo o jornal “El Nacional”, a empresa alegou que o produto está “em processo de nacionalização”.

“Não há resposta para a compra do material. Pelo menos, não a tempo de garantir a continuidade ininterrupta da revista”, indicou um comunicado da “Zeta”, que pretende restabelecer a publicação da revista que circula há 41 anos assim que possível.

Os problemas para a compra se arrastam há seis meses. Há três semanas, a revista anunciou que a situação se agravara. Na tentativa de ganhar tempo, reduziu o número de páginas de 66 para 50; e depois para 32.

A escassez de papel tem atingido vários jornais e revistas na Venezuela, e pelo menos dez deixaram de circular temporariamente desde 2013. Em setembro do ano passado, o diário “El Impulso” — o mais antigo da Venezuela, com 110 anos — precisou interromper temporariamente sua versão impressa. Em fevereiro deste ano foi a vez do “TalCual”.

Mais recentemente, outros três se viram afetados. Diante da sede do jornal “El Carabobeño”, ameaçado de fechar por falta de papel, três estudantes universitários fazem greve de fome. E nos dias 25 e 30 de junho, “El Nuevo Guayanés” e “Notidiario”, respectivamente, deixaram de circular por falta de recursos para comprar pranchas para a impressão.

Em abril, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) manifestou preocupação com o destino de jornais independentes no país. Segundo a entidade, o governo de Nicolás Maduro estaria atingindo os jornais ao limitar dólares que poderiam ser utilizados para aquisição de papel, além de retirar publicidade oficial dos veículos.

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