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Assédio nas instituições: um grito abafado de socorro

De acordo com estudos realizados no mês de março deste ano, chega a 40% as mulheres que são assediadas moralmente, já o sexual é de 46,7%

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Todos os dias mulheres são hostilizadas, assediadas e colocadas em risco. Nas mais diversas profissionais, a Polícia carrega ainda mais peso, pois seríamos nós que precisávamos demonstrar justiça e respeito. Eu como mulher, escrivã aposentada e primeira mulher a assumir a presidência de uma entidade em 45 anos, vi enquanto na ativa e vejo constantemente que precisamos urgentemente de medidas de proteção, conscientização e reestruturação.

Trabalhar sem estrutura, condições mínimas de bem-estar físico e mental tem se tornado uma rotina amarga e difícil de vivenciar e perceber que as mudanças acontecem somente diante de tragédias como esta que aconteceu com a colega da PCMG, Rafaela Drummond.

Uma mulher tão jovem que talvez seu sonho era servir à Polícia Civil e à população, se dedicou e estudou para estar onde estava e infelizmente, findar a sua vida por falta de socorro diante de tanto assédio que sofria.

O crescimento exponencial de casos de adoecimento mental entre os integrantes das forças de segurança pública é um grito de socorro para uma urgência de medidas em âmbito federal, estadual e municipal para a prática de um plano de respeito à vida, assistência e acompanhamento psicológico e médico, além da valorização desses profissionais, oferecendo um ambiente de trabalho saudável e com dignidade.

De acordo com estudos realizados no mês de março deste ano, chega a 40% as mulheres que são assediadas moralmente, já o sexual é de 46,7%. O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Goiás registrou um aumento de 68,2% no número de denúncias de assédio moral no ambiente de trabalho, em 2022.

Isso não é normal, não é aceitável, não é humano! Nossos sentimentos aos amigos e a família enlutada, que possamos ser uma voz para todos os que passaram ou estão passando por isso. Não se cale!

Nelma Félix - escrivã aposentada da PCGO e primeira presidente mulher da União Goiana dos Policiais Civis (UGOPOCI).

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