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OPINIÃO

A obra missionária dos Franciscos

Irani Inácio de Lima,Especial para Opinião Pública

Fraternal e amorosamente tomamos a liberdade de oferecer aos ilustres leitores que, em dignificando honram-nos com a leitura dos singelos e despretensiosos artigos de nossa humilde lavra, a empreender introspectiva e hipotética viagem em torno de sua própria individualidade.   O escopo do inusitado convite é despertar aos que ainda dormem para a urgente e imperiosa necessidade de enfrentarmos o enorme desafio de vivenciarmos a fraternidade universal.  A iniciativa que não é inédita anela por sugerir a todas as criaturas interessadas a fomentar amplo e fervoroso debate em torno do ecumenismo, uma bandeira que emula os mais variados  segmentos religiosos do planeta. Estribado no milenar e muito bem urdido projeto de universalização do Cristianismo comando por Paulo de Tarso sob a égide de Jesus, o debate unificador de todas as religiões passa inevitavelmente pelos marcantes exemplos de Francisco de Assis, Francisco Cândido Xavier e o papa Francisco.   A excelência, a magnitude e a indizível beleza da obra missionária e universal destes três luminares da humanidade nos induzem a refletir profundamente sobre o legado espiritual de cada um deles.  Ao vivenciar o doce sentimento da fraternidade universal que vibra e contagia, estes três mensageiros do Céu a terra jornadearam pelos íngremes caminhos da vida física esparzindo a esperança e a paz, deixando pegadas de amor e um rastro de luz pelos caminhos percorridos.  Ambos vieram a lume e se reencarnaram no orbe revestido da indumentária física masculina e com o prenome de Francisco. Cada um deles a seu tempo assumiu a sublime e veneranda missão de redirecionar os caminhos da humanidade.  O de Assis ao depois de muitas andanças pelos caminhos do tempo, inclusive quando ostentou a indumentária física de João Evangelista desta feita reencarnou em Assis na Itália. Estava plenamente  consciente de que o seu era o exercício de ampliar o próprio olhar existencial para ao depois reconduzir a veneranda Igreja Católica Apostólica Romana a reviver com respeito e humildade o Cristianismo em sua maior pureza.  Filho do abastado, arrogante e egoísta comerciante que dele desejava fazer seu sucessor, ainda jovem, corpo esbelto, músculos ágeis Francisco se deliciava com o fausto e os arrastamentos da vida mundana.  Após ser prisioneiro de guerra e experimentar as agruras da vida temporal, caindo em si passa a pensar e agir de forma diferente. Rebelado, entra em conflito com o pai e rejeitando o dinheiro e as coisas mundanas  começa a vender suas mercadorias para dar dinheiro aos pobres e comprar material para reformar sua Igrejinha. Deserdado escuta a decisão do pai e renuncia seus bens para entrar definitivamente na vida religiosa. Calça literalmente as sandálias da humildade e sai a campo para percorrer com passo estugado e firme o íngreme e luminoso caminho missionário da verdade que ampara, consola, esclarece e liberta as almas da opressão de sua própria ignorância. Firme e resoluto palmilhando a via única da amorosidade e estendo aos que sofrem as mãos do amor e da caridade, Francisco materializou e trouxe a lume para revivê-la integralmente a fraternal mensagem de seus idos tempos de João Evangelista: ”filhinhos amai-vos uns aos outros.”  E na leira desta mesma sintonia vibracional Francisco Cândido Xavier advindo da extrema pobreza de um lar humilde e católico reencarnou-se na cidade mineira de Pedro Leopoldo com a sublime e indeclinável missão de ser fervoro e fiel adepto do Cristianismo Redivivo.  Amável, humilde e generoso percorreu a senda de sua luminosa trajetória de amor e luz socorrendo os miseráveis, amparando os que sofrem, enxugando as lágrimas do desespero, consolando os aflitos corações, esclarecendo dúvidas, amparando os desprotegidos, esparzindo as luzes da caridade e do amor que cobre multidões de pecados. O Homem Amor antes mesmo de ser guindado, por merecimento, ao honroso patamar de “o maior brasileiro de todos os tempos,” soube honrar e dignificar os postulados da doutrina codificada por Kardec e estratificada como fé raciocinada e lógica, capaz de enfrentar a razão face a face em todas as épocas da humanidade.  Médium espírita mundialmente conhecido e respeitado, de estrema sensibilidade transformou-se em um dos maiores escritores do planeta deixando um acervo primoroso de 568 obras psicografas de lavra de diversos autores espirituais.  Por derradeiro, o Francisco que chegou por último ao cenário da vida temporal nasceu na Argentina e recebeu na pia batismal o nome de  Jorge Mário Bergoglio antes de ser eleito Supremo Pontífice da veneranda Igreja Católica Romana e adotar o nome de Francisco Primeiro. Ao assumir o comando da Igreja Romana Francisco abraçou fraternalmente a bandeira do ecumenismo. Absolutamente convencido da magnitude de sua sublime e veneranda missão dentre outras atitudes inovadoras decidiu combater sistematicamente a corrupção, a pedofilia, o crime organizado, desmantelar o centro do poder econômico do Vaticano e implementar tantos outros benefícios assumindo com  serena coragem  uma postura moderna e revolucionária capaz de redirecionar os caminhos da Igreja. Dentre outras bandeiras que ornamentam seu revolucionários projeto de mudança assumiu a defesa do feminismo, da pobreza cristã e do homossexualismo arrimado nos ensinamentos do evangelho   esculpido na memória de toda criatura.  “As mulheres são as coisas mais belas que Deus fez”. A Igreja é mulher. “A Igreja Católica é amor e tem que dialogar com o movimento gay”. “Os homossexuais têm dons e qualidades a oferecer à comunidade cristã,” sentencia o papa que apoia a união civil entre os homossexuais. Não lhes parece razoável abraçarmos o processo de “franciscamento” do Cristianismo sem maiores preocupações com rótulo religioso castrador?

(Irani Inácio de Lima, advogado e espírita. [email protected])

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