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OPINIÃO

Gasolina original

Joaquim de Azevedo Machado ,Especial para Opinião PúblicaO governo, através de seus órgãos fiscalizadores, pune os postos que vendem combustíveis adulterados. Até aí tudo bem. No entanto, há anos que o ele incorre na mesma ilicitude, ao adulterar um produ

Joaquim de Azevedo Machado ,Especial para Opinião Pública

O governo, através de seus órgãos fiscalizadores, pune os postos que vendem combustíveis adulterados. Até aí tudo bem. No entanto, há anos que o ele incorre na mesma ilicitude, ao adulterar um produto chamado gasolina comum (a original). Agora chegando ao ponto de adicionar simplesmente 27,5% de etanol àquele combustível, o que descaracteriza totalmente o produto anunciado. Este, na sua originalidade, sem dúvida de maior eficiência para os carros, mas que infelizmente há muito tempo retirado do mercado. Retirado vírgula, pois para o governo, como uma miragem que só ele vê, continua a venda.

Se o referido produto pelo menos fosse anunciado como combustível misto, sendo uma alternativa entre a gasolina comum e o etanol, eu não estaria aqui escrevendo esta, digamos... denúncia. Sim, é uma denúncia porque o governo assim procedendo faz venda ilegal de um produto por outro, portanto enganando o consumidor. Por isso, entendo que caberia demanda jurídica contra o infrator, inclusive podendo gerar a famigerada (para o governo) jurisprudência. Com a palavra, o Ministério Público.

A gasolina original, aqui denominada comum, pelo que me consta, é vendida como tal nos demais países do planeta. No Brasil, não sei por que cargas d’água, ela não é ofertada para compra. Ora, se esse produto fosse disponibilizado no mercado, muitos consumidores, aqueles que a preferem e podem pagar pelo seu custo/benefício, com certeza a utilizariam. Com essa providência, poder-se-ia diminuir as áreas plantadas com cana de açúcar, fato que muito agradeceria a natureza. É certo que esta porcentagem de etanol adicionada pode reduzir a emissão de monóxido de carbono para a atmosfera. Mas aí é outro assunto e uma coisa não justifica a outra.

É ditado comum que se pode enganar alguém ou um povo por algum tempo, mas nunca o tempo todo. Fica o alerta para que o consumidor não continue comprando gato por lebre. E ao governo, que está burlando a própria lei ao enganá-lo anunciando um produto por outro. Isto é assunto para o Código de Defesa do Consumidor.

(Joaquim de Azevedo Machado – Vila Itatiaia. E-mail: jazevedo@hotmail.com.br)