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OPINIÃO

Goiás nos trilhos

Sebastian Pereira ,Especial para Opinião Pública

O próximo dia 11 de abril será uma data significativa para os goianos no sentido de alavancar o modal turístico em Goiás. Na ocasião ocorre em Vianópolis com respaldo do prefeito Issy Quinan e de representantes do fórum cultural da região, o segundo Seminário “Nos Trilhos da Cultura e do Turismo”.

Segundo dados do Ministério do Turismo há no Brasil, 32 rotas de  trens passageiros em operação, em 11 estados das regiões Sudeste, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Somando todas as rotas estima-se que são percorridos cerca de 30 mil km e o cidadão pode apreciar as ricas e diversas belezas naturais do território nacional no conforto dos vagões.

No Rio de Janeiro, há o famoso trem do Corcovado, em São Paulo, a Estrada de Ferro Campos do Jordão que leva turistas para a Serra da Mantiqueira, a do Paraná que mostra os caminhos da época de ouro, a de Minas Gerais, onde se percorre os trilhos a bordo da famosa Maria Fumaça, além, do Trem do Pantanal e outros.

Mas em Goiás onde mais de 600 km de trilhos são operados pela VL! / FCA é possível, atualmente, contemplar apenas o transporte de cargas desde os anos 80, com o fim da RFFSA.

Infelizmente, ao longo de 30 anos o trem passageiro deixou de circular, prenunciando a decadência desse modal tão importante para o desenvolvimento da economia regional e nacional.

Mas reverter isso é um compromisso e luta determinada da comunidade da Estrada de Ferro e o positivo é que expoentes do meio cultural dos municípios que formam a região do primeiro ramal ferroviário goiano querem mudar essa realidade, através, do Projeto Estação Goiás. A meta é implantar o trem turístico em trecho de 260 km, com saída de Senador Canedo até Catalão.

E todos defendem o retorno do trem de passageiros pelo menos aos fins de semana. É uma iniciativa indispensável para resgatar valores, difundir a cultura goiana e apoiar na promoção do desenvolvimento econômico nesse eixo.

Uma das etapas para isso vem sendo cumprida com empenho pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico Nacional que coordena a restauração da maioria das Estações Ferroviárias em municípios como Pires do Rio, Vianópolis, Silvânia e outros. O Iphan deve continuar os trabalhos de restauro em outras estações.

Agora, é preciso vontade política e firme articulação junto a ANTT – Agencia Nacional de Transportes Terrestre e VL! / FCA, com a finalidade de recuperar para a sociedade a possibilidade de circular – sem a pressa do cotidiano –, nos vagões pelos trilhos que levam a passeios agradáveis com valoração da cultura regional e impulsão do comércio nos municípios da estrada de ferro.

Lamentavelmente, a ANTT ao liberar concessão para a então FCA – Ferrovia Centro Atlântica, autorizou tão somente, o transporte de cargas.

Assim, é imprescindível alterar a normatização para também o trade turístico e para acelerar a concretização desse projeto é preciso convergência de forças do setor público e de segmentos organizados.

É, portanto, oportuno que o atuante governador Marconi Perillo e lideranças do legislativo goiano se mobilizem no sentido de viabilizar essa alteração junto a ANTT, com o propósito de colocar o trem nos trilhos.

Em março, representantes dos setores de cultura e turismo, autoridades e empresários promoveram Seminário na cidade de Leopoldo de Bulhões com a meta de retomar esse importante projeto e nesse próximo encontro em Vianópolis, nossos prefeitos, deputados e chefes do executivo estadual e federal tem a grande chance de atuarem de forma conjunta no processo de fortalecer o  desenvolvimento da região do marco ferroviário em Goiás.

Convém destacar que nos grandes centros urbanos a logística de transporte ferroviário articulada com BRT, VLT e Metrô se destacam entre os modais primordiais para desafogar as vias urbanas e encurtar distancia entre cidades. Isso vem ganhando destaque nas principais cidades brasileiras.

Uma pena que demoraram décadas para identificar que o ramal de transporte de cargas e passageiros são alternativas indispensáveis como instrumento de redução de custos na produção e indutor na impulsão da economia. Mas, ainda dá tempo e é possível corrigir erros de outrora.

(Sebastian Pereira é jornalista)

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