Home / Opinião

OPINIÃO

A escola ninja

Claudeci Ferreira de Andrade ,Especial para Opinião Pública

A escola que busca o aluno em sua casa, dá livro, dá lanche, dá uniforme; aulas de graça e enche o aluno de direitos, cobre-o de presentes, é salário família, é bolsa escola, poupança jovem, provento este, provento aquele e cotas mil, diminuindo assim os seus deveres, não está convencendo por sua competência, certamente precisa de muleta. E só expõe, cada vez mais, a sua nudez! Confundiram escola do "povo" com apenas escola do "polvo", este suja o ambiente com sua tinta mágica, enganando o ameaçador, para fugir ileso! Essa escola é "Ninja", também. Por isso, mata seus professores facilmente substituíveis; o "de graça" não tem valor.

É como disse A. Ganivet: "Construir sobre a vontade de uma multidão é loucura; a vontade de um povo é como um relâmpago que dura um segundo." O povo sempre vence, mas está quase sempre errado! Vejam o que se tornou a escola para todos; palanque político, espectador fácil! Que contra senso mora nela, ao mesmo tempo que pretende preparar seletos para produzir com qualidade e ganhar a concorrência do mercado, faz a mistura da facilidade com estranhos atalhos, nivelando todo mundo por baixo! Afinal o que queremos? E por que eu ei de querer ser melhor por ter três cursos superiores e uma pós-graduação lato-senso, se sou professor só para separar brigas de aluno em minha classe. E olha que não estudei artes marciais e nem para ser judoca, por isso me sinto incompetente mesmo assim.  Por que as escolas não brigam por cliente? Não imprimem aquela disputa beneficiadora em busca do conhecimento? Mas, basta facilitar a disciplina e afrouxar os critérios de avaliação e virão os montes! É só diploma o que o povo interessa!

Qual é a visão vanguardista do aluno moderno ao levar o seu aparelho celular para a escola? Que contribuição o pai trabalhador dá ao filho, presenteando-lhe um smartphone de última geração, como suborno para motivá-lo nos estudos? Sem o manual dos bons costumes, a tecnologia atrapalha e emburrece. Foi em uma aula de Língua Portuguesa que os pedi para usarem seus aparelhos proveitosamente. Naquela aula, iríamos fazer um vocabulário com umas palavras parônimas e homônimas, pelo menos serviu para eu confirmar minhas suspeitas, eles não querem é fazer nada mesmo. usaram as desculpas que não tinham internet, não tinham um aplicativo capaz e foram tantas despistadas que nem começaram. Mas eu os cobrei dizendo que deviam fazer por merecer o lanche. Porém não adianta incentivo algum, a tendência é mais forte!

(Claudeci Ferreira de Andrade, pós-graduado em Língua Portuguesa, licenciado em Letras, bacharel em Teologia, professor de Filosofia, Gramática e Redação em Senador Canedo, funcionário público)

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias