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OPINIÃO

Dia da Água, Dia da Terra, Dia da Flora e da Humanidade de Deus - parte I

Pedro Wilson Guimarães Especial para Opiniãopública

Todo dia é dia de lutar pela vida. Vida vivida com dignidade, pluralidade, diversidade, e sempre crença e contribuição com a democracia, liberdade, igualdade e solidariedade. Dias da água, da terra, da flora, da fauna, da humanidade de Deus, sempre. O sempre está cheio de ágoras. Agora mesmo precisamos proteger mais e melhor os nossos biomas dos desmatamentos, queimadas, degradações, desertificações, assoreamentos, poluições, envenenamentos claros, escuros, vistos e invisíveis. Agora mesmo precisamos de mais chuvas, mais energias, confortos, chances, oportunidades de vida e trabalho, ciência e tecnologia, educação e cultura, prazer, lazer, sempre. Agora mais ainda precisamos inventar, descobrir, empreender, ousar, partilhar os recursos naturais humanos, materiais, culturais e espirituais feitos por diferentes povos, vias, políticas, economias, geografias, sociologias, antropologias das histórias das caminhadas das mulheres e dos homens, aqui e acolá, antes, durante e depois dos mundos acima e abaixo, dos céus e das terras águas. Mundos verticais e horizontais paralelos até o fim. No passado quando precisávamos comunicar, usávamos cartas. Muitas nunca chegaram aos destinos. Hoje usamos as internets da vida. Precisamos de mais cartas e mais e melhores internets para comunicar que estamos compromissados de corpo e alma com a terra. Carta da Terra:

PREÂMBULO DA CARTA DA TERRA

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.

TERRA, NOSSO LAR

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A SITUAÇÃO GLOBAL

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

DESAFIOS FUTUROS

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.

E que respostas temos dado para a humanidade diante desta carta e de outras como protocolos,acordos, tratados, textos com contextos relativos aos direitos humanos sociais e ambientais universais? Cartas para e com nossos biomas cerrados, sertões, matas atlânticas e brancas caatingas, pampas e pantanais e sempre amazônias entre dois majestosos mares? Estamos lendo e escrevendo, fazendo nossos deveres de casa, da universidade, da empresa, do serviço público, da igreja, do clube, da mídia, agricultura, indústria, comércio, produção, consumo, opinião, manifestação contra os males da terra. Sempre, agora, agora mesmo? O que fazer? Ver, julgar e agir para e face o bem comum, bem comum de todos os grupos, famílias, comunidades, cidades e campos. E os desertos, violências, abandonos? Agora sem rumos e sem destinos neste século XXI? Temos alternativas que é participar. E estudar, aprender, compartilhar saídas. Assim teremos novos caminhos, novas esperanças e novas felizcidades ainda e agora neste milênio de Deus, dará, vida digna, sempre, mas os agora exigem hoje para termos certezas relativas e claro, para os amanhãs de nossas histórias. Oxalá. Carta a todos que querem sem medo e sem violência uma pátria melhor sem fronteiras, sempre, agora mesmo com um sorriso, um abraço e uma flor para uma criança, todas crianças calungas, carajás, brancas, amarelas, vermelhas, mestiças, ultrapassando umbrais da barbárie para a civilização e a esperança de um mundo melhor, sempre, que começa agora.

(Pedro Wilson Guimarães, presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia/2013 – Amma, presidente da Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente - Anamma 2013/2015, secretário do Ministério do Meio Ambiente2012/2013, prefeito e vereador de Goiânia, deputado federal de 1993-2011 PT/GO, professor da UFG e da PUC-Goiás, militante dos Movimentos de Direitos Humanos, Fé e Política, Educação, Cerrados. E-mail: [email protected])

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