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OPINIÃO

Inhumas e seus representantes provinciais

Sabemos que a lei de censura e da intimidação apesar de serem desprezadas pelos indivíduos ainda persistem em algumas regiões do Brasil e em algumas instituições, inclusive em Inhumas-Go.  Entretanto, o que me leva a direcionar este texto, são as formas que este fato lamentável está sendo disseminado nesta cidade. Inhumas, por muitos anos foi considerada a “menina dos olhos do estado de Goiás”, jovem, promissora no empreendedorismo, celeiro de grandes agentes esportivos e culturais. Entretanto, este cenário mudou de forma drástica a partir de meados da década de 1990, alavancados por diversos fatores, entre eles os fatores políticos. No entanto, a estrutura política desta cidade sempre se deu a partir do coronelismo e do patronato, onde grandes empresários e latifundiários cravaram a suas garras no povo da “antiga goiabeira” e não as “largaram” mais.  Evidentemente, que diversas outras cidades do Estado e do País tiveram as suas estruturas políticas forjadas a partir destes princípios. Mas o que me inquieta são as reminiscências deste passado sombrio e não tão distante de nossa história emancipatória, pois ainda sofremos com esta mazela social histórica. Nossa estrutura política municipal mantem ainda raízes nestes princípios, onde indivíduos se aproveitam deste “curral eleitoral” para manterem seus domínios no meio político contemplando assim seus anseios pessoais. Enfim, convivemos ainda com este problema no entanto mais recentemente começamos a sofrer de forma mais direta com as formas intimidadoras e “ditatórias” por parte de indivíduos que compõem a atual gestão (existem exceções), formas estas que permeiam desde a censura por parte da imprensa local à “ameaças de processos” judiciais.  O cenário hoje em Inhumas neste aspecto é desolador, convivemos com indivíduos políticos que preferem a intimidação e a censura ao invés de debates sobre temáticas pertinentes aos cidadão inhumense, convivemos com indivíduos que ainda preferem as demagogias beneficiárias para se manterem no poder e quando os mesmos são questionados logo as ameaças se iniciam.

Estes representantes (não me representam), deveriam buscar alternativas diferenciadas para lidar com críticas e questionamentos, ou voltarem aos livros de História para saber que intimidação e a censura já causou vários danos para a sociedade. Inhumas é maior que qualquer político e seus cidadão não podem ser tratados como gado, mas sim como agentes ativos de transformação social. O ato de ser contra, de questionar, de criticar faz parte de um processo democrático que avança de forma lenta e gradual. Infelizmente a Cultura política em nossa cidade é de manutenção de uma  cultura política provinciana e feudal ,  pois o que predomina ainda em nossa política local são: seres que ainda reverberam que política , religião e futebol não se discute, pessoas que tem Deus e a Bíblia enquanto embasamento teórico, pessoas que ainda vem na demagogia o princípio básico de se vencer uma eleição, pessoas que ainda se aproveitam da máquina pública para benefícios próprios e se cercam de um horda de seguidores alienados que também querem se aproveitar do momento que gestores vivenciam, pessoas que não se dão o pudor de entender que cargo político não é emprego, pessoas que assumem pastas na gestão sem o mínimo de preparo, pessoas que vem na sua moral e na sua ética os princípios metafísicos que regem todas as camadas sociais, pessoas que preferem ameaçar de forma pífia seus questionadores, pessoas que ainda vivem no medievo, gostaria de aqui citar nomes e exemplificar tais pessoas mas me darei o luxo de me omitir dizendo somente que esta cidade não merece ter os gestores que vem tendo a alguns anos e que estão sendo personificados na figura do secretariado da atual gestão ( salvo algumas exceções) enfim só nos resta o limbo do raciocínio crítico.

(Flávio Henrique da Silva, graduado em História, pós-graduando (Esp.) em Políticas e Gestão da Educação Profissional e Tecnológica, pelo IFG, mestrando em Sociologia pela UFG, colaborador do Núcleo de pesquisa NETFH (IFG Campus Goiânia))

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