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OPINIÃO

Reflexões durante a Semana Santa em Caldas Novas

Orimar de Bastos Especial para Opiniãopública

Saiba, meu caríssimo cara pálida, no decorrer desta Semana Santa, fiz um reconhecimento pessoal, “enfurnado” em meu cantinho que denomino de “vivenda meu cantinho, N. Sra, da Salette”, com a finalidade de fazer alguma leitura e pensar um pouco neste nosso mundo de meu Deus, e, lógico, efetuar algumas rezas em constrição á própria semana da paixão de Cristo.

Não me saiu da cabeça, por mais que quisesse, a figura do Batista Custódio, da última visita que fiz ao mesmo, na redação do Diário da Manhã. Naquele dia, encontrei-o sozinho, e travamos um pequeno diálogo, ao após convidá-lo a vir passar um fim de semana aqui comigo, aproveita as “benesses” das águas quentes, afirmando ao mesmo que tais águas são propícias para idosos na nossa idade.

Este respondeu-me.

- Não posso Orimar, tenho que dirigir o jornal.

No que respondi:

- Delegue a direção para alguém, pelo menos por dois dias.

Logo a seguir, chamou até a sua sala o Ulisses Aesse, seu confidente pessoal, conforme este mesmo escreve em suas crônicas que são mais uma legenda da vida do que qualquer outra coisa.

E este veio acompanhado do outro “oitentão”. Edson Costa, fazendo aos mesmos a seguinte pergunta:

- Ulisses, diga ao Orimar por que não posso sair daqui da redação, nem pelo menos um dia.

E a resposta veio na “bucha”.

- Porque o jornal fecha.

Fiquei atônito. Será que o meu dileto amigo é, na verdade, o espírito do jornal? E ele o jornal?

Sai de lá encabulado e condoído com a situação a que se “meteu” o nosso Batista Custódio.

E com tal imbróglio na mente, submeti a esta enclasuramento para efetivar uma pequena reflexão, que durou de quarta feira á noite até domingo, precisamente no decorrer das solenidades da semana da paixão.

Li e reli o artigo de grande profundidade do BC “UMA ROSA NAS FERIDAS”, editado no DM do dia 24 de março, e aprofundei em suas palavras. Tive, confesso, uma certa inveja de não poder tecer no papel todo o conhecimento que este assim traduz nos seus artigos, que são lições profundas para se analisar.

Neste artigo ele penetra nos meandros dos nossos políticos, principalmente os dois proeminentes vultos atuais de Goiás: Marconi e Iris.

Como este analisou, e muito bem, o encontro de Marconi com Dilma, em recebendo a nossa presidente tão bem e educadamente, proferindo até um discurso tecendo rasgados elogios á pessoa de que ela representa, a de presidente do nosso País. Ali ele não citou Dilma, pessoa física e sim, Dilma pessoa jurídica. Verdade mesmo Batista, que grandeza e que demonstração de ser um grande estadista.

Você, meu querido, aprofundando aos conselhos recebidos da espiritualidade, atinge ás pessoas de forma mais do que direta e estes, só mesmo fazendo ouvidos moucos para não entender o que ali está escrito.

As mensagens de Pedro Ludovico e Alfredo Nasser, dois expoentes da política passada, que muito enobreceu nosso Estado, pois eram dois adversários, mas com visão bem explícitas no respeitante ao progresso do nosso Goiás.

Ainda com seu artigo em mãos, recebo o jornal em que se vê, na capa, briga de dois políticos que não mereciam baixar ao nível a que se propuseram: Demóstenes Torres e Ronaldo Caiado. Todo mundo sabe que o Ronaldo Caiado topa qualquer briga e não deixa nada sem responder, e agora, com tais ameaças do Demóstenes, será  que ainda vai sair faíscas pela imprensa falada, escrita e televisada?

Meu Deus, por que todo o político tem de ficar agregado, ou melhor, com o rabo preso em algum financiador de campanha?

Onde está o erro?

Um dia após o seu artigo, Batista, tive o dissabor de ler um protesto grotesco de um senhor (Pedro Roberto Gomes), do Rio de Janeiro, fazendo uma assacarão à sua pessoa, sem ao menos conhecê-lo. Se todos os octogenários vestissem o pijama e ficassem enclausurado em seus lares, na atualidade, acredito que muita coisa ficará estagnada neste nosso Brasil. Bendita Olivetti, Modelo Lexikon 80, igualzinha a minha, da qual coloco os meus pensamentos, transcrevendo para que minha secretária digite. Se todos tivesse uma máquina desta e não penetrasse nos avanços tecnológicos acontecidos, mas pensassem e compreendessem o motivo de uma vida, seria uma beleza. Mas não. Quanta idiotice.

A resposta do Arthur da Paz foi serena e apresentou “en passant” a figura do Batista que nós conhecemos, ou melhor que todo mundo de bem o conhece. Na verdade, Batista Custódio é história do jornalismo goiano. E como este tem história para contar e narrar com sua querida Olivetti Lexikon 80.

Sabe, ainda mais, querido Batista Custódio, o seu convite para trabalhar aí na Redação do DM buliu com os meus brios e tende certeza, meu coração palpitou. Mas, deixar Caldas Novas, nos dias de hoje, é muito difícil. Finquei raízes aqui. Sou caldas-novense de direito e de coração.

Saiba, também, que daqui vejo o mundo em uma ótica diferente do burburinho de uma cidade grande como Goiânia, da qual residi por alguns anos.

Vejo, pelos jornais e televisão, o mar de lama que foi coloca nossa Petrobras, com uma roubalheira daquela.

Agora, a Receita Federal.

Vem também o lamaçal da Previdência Social.

Antes a Ferrovia Norte Sul.

E muito mais ainda virá, porque estamos cheios de corruptos e corruptores neste nosso País e não será algumas condenações que irão tirar elementos de seu meio, ou seja, corrupção.

Assim, nesta minha reflexão, que durou os festejos (???) da Semana Santa, pude efetivar um exame de consciência bem acentuado e complexo deste nosso Brasil.

Desta maneira, meu querido Batista Custódio, nem todas as rosas nas feridas deixarão ficar em branco nosso País querido.

Mas, parafraseado, os alertas do mundo espiritualista, nas várias mensagens por você recebida, “aguenta firme”, pois saiba que todos nós, seus amigos, “estaremos juntos” e ainda veremos um triunfo de pessoas de bem, nesta luta quase surda contra esta corja de corruptos e corruptores.

Saiba mais, não, a vida não fugiu do mundo.

(Orimar de Bastos é juiz de Direito aposentado, advogado militante em Caldas Novas, membro da Academia Tocantinense de Letras, ocupante da Cadeira n° 33 e membro da Academia de Letras)

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