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Residencial Jardins do Cerrado, um bairro periférico esquecido - Parte II

Os residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo foram inaugurados às pressas para evitar uma suposta invasão, uma vez que milhares de casebres estavam prontas e se mantinham desocupadas à espera de seus respectivos donos. As primeiras famílias a se mudarem para o empreendimento dependeram da entrega de água em carros-pipas para o uso diário e de luz de vela para clarear. Somente dias depois, aos poucos, esses recursos foram sendo instalados.

Em 2009, à época da chegada dos primeiros moradores rigorosamente selecionados, o bairro já contava com um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei), com capacidade para atender até 100 crianças; um pequeno Posto de Saúde da Família (PSF); e uma escola municipal para cerca de 1000 alunos do primeiro ao sexto ano, porém, a escola estadual mais próxima se localizava em outro bairro, a cerca de seis quilômetros, de modo que a partir do início do ano letivo de 2010, uma média de 20 ônibus escolares transportavam os alunos para várias escolas e diversos colégios da Grande Goiânia.

Colégios estaduais como Aécio Oliveira de Andrade, no Setor Urias Magalhães, Edmundo Pinheiro, no bairro São Francisco e, a partir do ano de 2012, Marechal Rondon, na Vila Irany passaram a receber os alunos dos residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo. A massa estudantil era tão gigante que muitas escolas municipais e colégios estaduais de bairros como Crimeia Oeste, Fama, Conjunto Vera Cruz, Recanto do Bosque, Finsocial e até a cidade de Trindade também acolheram os estudantes da minicidade.

Eram transportados em média, cotidianamente, em dias letivos cerca de 200 alunos para o Colégio Estadual Marechal Rondon; 300 alunos para o Colégio Estadual Aécio Oliveira de Andrade (desses 110 era exclusivamente do Ensino Médio); e 400 alunos para o Colégio Estadual Edmundo Pinheiro. Totalizando 900 alunos, sem contar aqueles da Rede Municipal transportados para o Conjunto Vera Cruz e outros ainda da Rede Estadual que usavam o transporte convencional para chegar às escolas de outros bairros e até para o município de Trindade.

No próximo artigo veremos que com a retirada do transporte escolar para as escolas estaduais, 900 alunos, em média, obrigatoriamente passaram a usar o transporte convencional para irem às escolas, gerando gastos para as famílias que são de baixa renda e superlotando o transporte coletivo que não consegue atender a demanda do bairro.

(Gilson Vasco, escritor)

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