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Proclamamos a convenção de Dionísio neste dia catártico, nesta ópera biográfica, nesta amiúde coleção de sensações, de aplausos, risos, choros, delírios e suspiros. O que fazem neste olimpo nossas helenas, nossos sócrates, nossos ésquilos, nossos pensadores, o que fazem nesta convenção? Será que querem perverter a poética de Aristóteles que tanto persegue nossos atores por gerações? Será que querem mudar o final inesquecível da maior novela de todos os tempos: Edipo Rei? Ou arrancar de vez os grilhões e as correntes do prometeu acorrentado? Mas o que quer Baco nesta data tão teatral? Eles querem anunciar um grande Pararinfo do seu Olimpo. Sim, ele é um artista que vem navegando em águas profundas, abrindo e fechando cortinas a cada noite. Ele vem vindo muito de longe, vem dos sotaques paulistas meu, vem das terras cariocas porra! Atravessou a commedie francese, viajou o país numa carroça mambembe, mas graças a Deus não foi ele quem colocou fogo na TV Tupi e nem Nero. Já chorou lágrimas com uma tal de Irene Ravache e os dois caminhavam sempre juntinhos falando de teatro pela Avenida Paulista, sem contar o café das cinco com uma tal Marília Pera, uma senhora Maria Della Costa, e um cafezinho com o doutor Paulo Autran, e depois no final do dia ir pegar umas aulinhas com o professor Ziembinsk. E o jantar com um certa Dulcina de Moraes, e uma tal de Cacilda Becker? Este moço foi longe... Chegando ao ponto até de virar zé macumbeiro com um tal de Mazzaroppi. Este moço é rebelde, largou seu sucesso ostentação e foi rodar o mundo até chegar ao ponto de pedir as bênçãos para o mestre Dalai Lama. E pelas terras indianas resolveu montar barraca. O tempo passa e quando menos se espera este moço começa a falar uai. Mas, afinal, o que tá acontecendo uai? E pelas estradas do pequi foi tecendo fios de tantos outros risos, tantas outras cenas até mudar seu nome para Don Fernando. Uai, sô, este moço é Ivan Lima, não é Don Fernando. Já se passaram 50 anos de carreira e nem percebemos. Parabéns, mestre Ivan Lima! 50 anos de carreira não é pra qualquer um... e que venham mais infinitas cenas na sua vida...!
Evoé Baco!
Carpe Diem!!
(Rafa Ribeiro Blat é produtor cultural, artista cênico e diretor do grupo Arsênicos– Carpintaria Cênica)
