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OPINIÃO

A água e a provada, novamente!

Antes de começar eu gostaria de mencionar uma coisinha rápida. Tendo me cansado de ver e ouvir as lamúrias dum monte de gente, até de jovens, de que “o ano passou muito rápido” ou: “Ontem era carnaval, hoje já é Natal”, e assim por diante, resolvi argumentar: “Mas, pera aí, o ano só tem 51 semanas, ou seja, 51 domingos tem que passar rápido mesmo!” Não é que a surpresa é sempre geral. “Só isso, só mesmo?” Tem gente que “corre” no celular para constatar. Doze meses parece ser um longo período. Cinquenta e uma semanas não!

Eu dou a minha palavra de honra, e não vou jurar porque está bem claro, lá nos evangelhos, que Jesus Cristo admoestou que não devemos jurar, em hipótese alguma, porque não sabemos nada sobre o futuro, sobre o amanhã e, concomitantemente, não podemos jurar nem por um fio dos nossos cabelos, disse o mestre dos mestres: “Não podeis saber se ele amanhecerá preto ou branco”, então, como “dizia”, dou a minha palavra de honra que eu estou importunando o misericordioso leitor, o que acompanha as minhas “mal traçadas linhas” neste matutino vanguardista, que vou narrar novamente os fatos atendendo aos pedidos de inúmeros amigos. O ocorrido foi na Praça Tamandaré. Vamos aos fatos neste próximo parágrafo.

Logo que voltei para a imprensa regularmente, a partir de 2011, escrevi uma série e sobre a água. Lá eu afirmei que depois do advento da privada, ou seja, do vaso sanitário, no meio do século passado, quando passamos a deixar de agachar e passamos a sentar para defecar, ou seja, cagar, pensando que somos reis ou deuses, ou sei lá o quê, passamos a chamar o tal vaso, ou privada, de trono e, com um simples acionamento dum botão ou o puxamento duma cordinha, podemos ver os nossos dejetos, outrora abrigados em nosso interior, centrifugando numa água que poderia salvar a vida de meia dúzia de pessoas que morreram de sede hoje, na face da Terra. Então, eu mencionei que o melhor elogio que recebi, depois desses quatro anos que voltei a escrever foi parado, esperando um semáforo “abrir” ali na Avenida Assis Chateaubriand, como “disse”, na Praça Tamandaré, quando vi o meu nome sendo bradado do meio da praça. Era um senhor, muito conhecido no setor, que se veste indefectivelmente de preto, com a sua bengala preta por sobre a sua cabeça, gesticulando. Quando ele viu que eu o havia visto, provou que voz não tem idade porquanto gritou:

“Senhor Gonçalves Dias, depois que eu li a série sobre a água e a privada a minha cagada nunca mais foi a mesma”. Até!

(Henrique G. Dias, jornalista)

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