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OPINIÃO

Minha riqueza

Meu nascimento na Ordem Maçônica ocorreu em 26 de agosto de 1978, na Loja Maçônica “Acácia Brasiliense”, onde permaneço nesses 36 anos. Segunda Loja da capital goiana. Foi um importante passo em minha vida. Fui seu Venerável Mestre durante 4 anos e nas missões recebidas, exerci a secretaria de Educação e Cultura do Grande Oriente do Estado de Goiás, passando pelo seu Conselho Estadual, Assembleia Estadual Maçônica, para chegar ao Grão-Mestrado Estadual, por seis anos, de 2007 a 2013.

No Grande Oriente do Brasil fui distinguido por Jair Assis Ribeiro, ao por ele ser nomeado Conselheiro Federal e ministro do Supremo Tribunal Federal. Francisco Murilo Pinto nos designou como Coordenador Executivo de Maçonaria a Favor da Vida – Contra as Drogas, trabalho ao qual me entreguei desde a sua criação e faço bandeira da minha vida. Com Laelso Rodrigues exerci a Secretaria Geral de Interior e Relações Públicas. Eleito com Marcos José da Silva, estou no Grão-Mestrado Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil, desde junho de 2013, com mandato a finalizar em junho de 2018.

Por este Brasil inteiro maçônico já caminhei, pretendendo com o amparo do Grande Arquiteto do Universo, espero com palestras e exposições, continuar a jornada, colocando-me ao inteiro dispor dos Grandes Orientes Estaduais, Lojas e família maçônica.

Esta é a minha intenção, materializada na vontade. Tomando posição, procurando escolher o bem, com energia positiva, empenho e zelo em continuar aperfeiçoando minha proposta de vida. Coloco no meu caminhar maçônico, o cultivo da boa vontade.

Boa vontade que Immanuel Kant, filósofo prussiano, considerado como último grande filósofo da Era Moderna, que viveu de 1724 a 1804, assim definiu:

“De todas as coisas que podemos conceber neste mundo ou mesmo, de uma maneira geral, fora dele, não há nenhuma que possa ser considerada como boa sem restrição, salvo uma boa vontade.

O entendimento, o espírito, o juízo e os outros talentos do espírito, seja qual for o nome que lhes dermos, a coragem, a decisão, a perseverança nos propósitos, como qualidades do temperamento, são, indubitavelmente, sob muitos aspectos, coisas boas e desejáveis. Contudo, também podem chegar a ser extraordinariamente más e daninhas, se a vontade que há de usar destes bens naturais, e cuja constituição se chama por isso caráter, não é uma boa vontade.

O mesmo se pode dizer dos dons da fortuna. O poder, a riqueza, a consideração, a própria saúde e tudo o que constitui o bem-estar e contentamento com a própria sorte. Numa palavra, tudo o que se denomina felicidade gera uma confiança que muitas vezes se torna arrogância, se não existir uma boa vontade que modere a influência que a felicidade pode exercer sobre a sensibilidade e que corrija o princípio da nossa atividade, tornando-o útil ao bem geral.

Num espectador imparcial e dotado de razão, testemunha da felicidade ininterrupta de uma pessoa que não ostente o menor traço de uma vontade pura e boa, nunca encontrará uma satisfação verdadeira. De tal modo a boa vontade parece ser a condição indispensável sem a qual não somos dignos de ser felizes. A boa vontade não é boa pelo que produz e realiza, nem por facilitar o alcance de um fim que nos proponhamos, mas apenas pelo querer mesmo. Isto quer dizer que ela é boa em si”.

A boa vontade é a única coisa que pode ser considerada como boa em si mesma, isto porque a boa vontade, enquanto princípio que orienta as ações humanas, não vai buscar o seu valor aos impulsos que nos levam a agir. Ninguém reconhecerá valor moral num ato de caridade praticado com a intenção de obter benefícios pessoais.

Por isso o valor de uma boa vontade consiste, apenas, na pura intenção de praticar o bem. Independentemente das consequências, a boa vontade surge para nós como um dever incondicionado.

Finalizo este artigo indo escritor maranhense Viriato Correia, nascido em 23 de janeiro de 1884 e falecido em 10 de abril de 1967, dele usando uma preciosidade literária, citada pelo membro da Academia Goiana de Letras e Conselheiro Federal do GOB, Hélio Moreira, quando de sua posse na presidência da AGL:

“Há um velho ditado indiano que narra os acontecimentos de uma assembleia de nababos, que se reunia, de tempos em tempos, para discutir maneiras de aumentar seus tesouros. Estavam um dia a assembleia agregada, quando se ouviu bater à porta. Era um desconhecido que queria entrar. Que riquezas trazeis? Perguntaram-lhe, antes de permitirem sua entrada. Nenhuma”, respondeu ele. Apenas trago boa vontade. Ia o homem ser posto para fora, quando o mais velho do grêmio falou: “Deixemo-lo ficar, que a boa vontade, é também uma riqueza.”

A todos que nos encontramos aos sábados aqui no Diário da Manhã, aqui estou, sem ter outra riqueza, senão boa vontade.

(Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil - [email protected])

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