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A melancolia acompanhou todas as rodadas do campeonato goiano de futebol, e com transmissão ao vivo de muitos jogos desse deprimente campeonato. Empurrando goela abaixo do telespectador um produto de péssima qualidade.
Não gostaria de escrever isso, mas a sensação é de que o Estadual vai morrendo ano após ano.
É o momento de refletir e rediscutir o futebol goiano, não dá pra tapar o sol com a peneira. Ouvir presidentes de clubes e a direção da Federação Goiana de Futebol pregando o que não é a realidade no futebol goiano é no mínimo cômico.
Logo após o jogo da final do campeonato, o treinador do Goiás esporte clube parabenizou o futebol goiano, parabenizou a federação, e parabenizou os atletas pelo “fantástico campeonato”. Foi a pior declaração dos últimos tempos que fui obrigado a escutar.
Com as declarações equivocadas do treinador, percebi que no futebol á demagogia está presente, somos obrigados a tolerar informações onde o único objetivo é enganar o público consumidor de um produto que foi pago, e não foi entregue, no caso, o futebol.
Os números com 35 jogos realizados: total de público pagante da 2ª rodada do 2º turno da 1ª fase: 12.528. Aconteceu jogo com 66 pagantes.
Média de público pagante da 2ª rodada do 2º turno da 1ª fase: 2.505.
Total de público pagante do campeonato: 71.257.
Média de público pagante do campeonato: 2.035.
Total arrecadado bruto da 2ª rodada do 2º turno da 1ª fase: R$ 226.117,50.
Média de renda da 2ª rodada do 2º turno da 1ª fase: R$ 45.223,50.
Total de renda bruta do campeonato: R$ 1.316.342,50.
Média de renda do campeonato: R$ 37.609,78.
Maior público pagante: 6.420 no jogo Atlético 1x2 Goiás, no domingo, dia 8 de fevereiro no Estádio Serra Dourada em Goiânia.
Menor público pagante: 66 no jogo Grêmio Anápolis 0x0 Caldas Novas, na quarta-feira, dia 4 de fevereiro no Estádio Jonas Duarte em Anápolis.
Maior renda: R$ 100.500,00 no jogo Itumbiara 1x0 Goianésia, na quarta-feira, dia 04 de fevereiro no Estádio JK em Itumbiara.
Menor renda: R$ 1.200,00 no jogo Grêmio Anápolis 0x0 Caldas Novas, na quarta-feira, dia 4 de fevereiro no Estádio Jonas Duarte em Anápolis.
A sugestão para que se dê uma tônica no futebol goiano é criar a “Copa Centro-Oeste” com os principais clubes do Centro-Oeste e os grandes de Brasília.
Os times do interior do Estado disputariam o campeonato goiano da primeira divisão, sendo que o campeão seria premiado com acesso à “Copa Centro-Oeste” entrando na vaga do pior classificado na competição da copa.
Acontece com sucesso de público a Copa Nordeste, em outros moldes. Mas o público é extraordinário, com lotação máxima nos estádios quase em todos os jogos.
Pode também no final das competições copa Nordeste e Centro-Oeste, acontecer a Copa dos Campeões, sendo primeiro, segundo e terceiro da Copa Centro-Oeste e os três da copa Nordeste, com jogos mata-mata.
Com certeza a vitrine seria grandiosa e os clubes poderiam mostrar melhor seus jogadores da base ao exigente e midiático mercado “da bola”. O campeonato goiano jamais ofereceu esse tipo de oportunidade aos clubes. Creio que no Centro-Oeste não há um clube que esteja satisfeito com os campeonatos regionais.
Os times do interior do Estado de Goiás ganham e muito com isso, principalmente em público, pois haverá paridade orçamentaria entre os times do interior, com certeza deixará os jogos e o campeonato mais disputado e mais democrático, com clássicos pelo interior do estado. A busca pela vaga na Copa Centro-Oeste também dará uma tônica especial ao campeonato goiano.
Não podemos achar que está tudo bem e continuarmos com esse campeonato goiano nesses moldes, não há nada pior na tarde de domingo ou na quarta á noite que os jogos do campeonato goiano. O estado melancólico do Serra Dourada é assustador, nos jogos onde o público é menos de cem pessoas dá medo de atravessar o estacionamento escuro, a parte interna que fica debaixo das arquibancadas toda escura, os banheiros horríveis, o estádio não oferece nenhum conforto. Quando assistimos aos jogos de outros estaduais é fácil notar a decadência do Estádio Serra Dourada perante as arenas Brasil afora.
Na última década muito dinheiro foi destinado a obras de reforma no estádio Serra Dourada, mas parece que o dinheiro não surtiu nenhum efeito, tudo continua como antes, em alguns setores pior que antes. Alguém sabe informar quanto foi gasto em melhorias do Estádio nos últimos dez anos? Quem pagou pelas “cadeiras” que foram colocadas no estádio e depois foram retiradas? Pra onde elas foram? Lixo? Espero que a federação dê números, quanto gastou e em que gastou.
Sabe-se que mais dinheiro será gasto no Serra Dourada, quem aprovou á reforma, onde está o projeto? Gostaria de ver o estádio Serra Dourada como sempre foi nas décadas anteriores um dos melhores do País. O estádio entrou em estado de melancolia juntamente com o futebol, um é reflexo do outro. A federação para não cair no ridículo oferece prêmios, ou guloseimas para atrair o publico, numa tentativa absurda de salvar o que já está morto.
Quando alguém oferece algo de brinde pra gente, para que se experimente seu produto, podemos desconfiar da qualidade do tal produto.
Um esporte como futebol que movimenta milhões e milhões de reais, mexe com sentimento de milhões e milhões de pessoas, deveria cuidar melhor do seu produto. Os clubes deveriam buscar alternativas junto ao seu torcedor. Que tal ouvir a torcida ao menos uma vez?
“Não é a vontade de vencer que importa – todo mundo tem isso. O que importa é a vontade de se preparar para vencer.”
(André Junior, membro da UBE – União Brasileira de Escritores – Goiás [email protected])
