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OPINIÃO

Dom Fernando Gomes dos Santos – 30 anos de ressurreição

“A verdade liberta”

“Ser fermento no meio social”

Dom Fernando muitas lembranças, muitas saudades. Lembranças do homem de igreja, das cidades e dos campos, da sociedade e da política. E da comunicação, da educação.  E da universidade e da cultura libertadora de Jesus Cristo que amou e libertou a humanidade na história redimida. Redimida para todos homens e mulheres de todas cores, origens, geografias e sociologias. E cidadanias, direitos humanos sempre por justiça e paz.

Dom Fernando de patos, ingazeiras, paraíbas, penedos, aracajus, goiáses, goiânias, brasílias. E Goiânia para sempre a partir das oito horas do dia primeiro de junho de 1985. Foi do hospital santa helena para sua catedral de Nossa Senhora Auxiliadora que magnificamente depôs dos tronos os poderosos por um mundo de misericórdia e solidariedade universal. Dom Fernando padre e bispo diante de duas grandes guerras que revelaram novas formas de poder, política e sociedade: capitalismos, comunismos, nazismos, fascismos, socialismos, neocolonialismos. E ditaduras, democracias, barbáries, civilizações, imperialismos em ocidente e oriente. D. Fernando de João Paulo, João Paulo II e Bento XVI. E, agora de Francisco, pastor da paz. Dom Fernando da Igreja Católica aberto ao ecumenismo. Dom Fernando da Igreja de Pio XI, Pio XII, João XXIII, pastor navegante do Concílio Vaticano II (mater e t magistra e pacin in terris). Dom Fernando de Paulo VI do final do Vaticano II e de enclicas como Evangeli Annoncianti e Gaudium Et Spes e do encontro de Medellín por uma comunicação libertadora. Dom Fernando e mesmo não podendo ir, seguiu os encontros de Puebla. E de S. Domingo por uma teologia da salvação e libertação da humanidade de Deus de todos pecados pessoais, sociais, militares, econômicos, políticos. Eis as caminhadas das comunidades de base (Cebs) como lugar de fé, oração, celebração e ação por uma nova sociedade sem explorados e sem exploradores. E assim com assumência máxima de Cristo de que todos nós amemos uns aos outros por um vida, todos vidas, dignas de serem vividas por indígenas, quilombolas, agricultores familiares, empreendedores rurais e urbanos. E mais por técnicos, professores, estudantes, políticos, artistas, produtores e consumidores conscientes com partilhas, participação? É teoria e ação face o bem comum. Bem comum de todos e todas mulheres e homens. Dom Fernando nordestino, cerradino, brasileiro que fez reforma agrária nas terras da igreja fazenda Conceição de Corumbá que virou estudos para o mestrado de Wolmir Amado/PUC-Goiás. Daí sua convicção e apoio as criações do Conselho Indigenista Missionário e CPT, MNDDhumanos, cut, ibrace, C.Justiça e Paz, CNBB, CRB, União e Consciência Negra. E variadas assembleias arquidiocesanas nos colégios, nas paróquias, nas regiões pastorais, na UCG/PUC. Tudo por uma educação libertadora paulofreriana, saúde, trabalho, mobilidade, segurança, fé. E esperança, de um mundo sem medo e sem ódio fazendo continuadamente reformas éticas, políticas, agrárias, educacionais, tributárias para não termos muitos impostos (impostômetro) e também não termos sonegações (sonegômetros) que são de 500 e 700 bilhões anuais pelo Brasil, estados e municípios afora. Dom Fernando pelo combate a violências nos campos e nas cidades. Combate a ditadura e por democracia participativa sem medo de sermos felizes. Dom Fernando da criação e evolução. E as assembleias da CNBB por uma fé engajada de todos cristãos. Dom Fernando da Cmapanha da Campanha da Fraternidade. Dom Fernando das viagens pelos USA, Canadá e Europa na busca de mais padres e irmãs para o trabalho pastoral rural e urbano empreendido. Dom Fernando do Seminário Santa Cruz e do Ifiteg de todos padres seculares e religiosos/as de quase todas congregações que já estavam e depois vieram trabalhar na Arquidiocese de Goiânia e em outros dioceses. Dom Fernando de Cibele, Nilce, Margarida. Guilhermina, Nadir, Revy, Katerine, Melini, Maria Luiza, Raimunda, Hernandez, Claudina, Lourdes, Pilar e as irmãs de São Damião. E mais Augusta, Irmãs franciscanas, salesianas do duplo centenário de Dom Bosco (João Bosco, apóstolo da juventude – 1815/2015). E mais agostinianas, dominicanas. E passionistas, paulinas, carlistas, beneditinas, missionárias. E também de congregações masculinas homônimas, jesuítas, redentoristas, maristas, oblatos, orionistas, focolares. E tanta gente boa gente que vieram do sul e nordeste para trabalharmos esse Jesus no centro oeste do Brasil central dos cerrados das águas emendadas brasílias de JK a Dilma Rousseff. Dom Fernando. D. Abel e D. Emanuel, bispo de Goiás. E de D. Antônio Ribeiro de Oliveira e D. Washigton Cruz sucessores dele mesmo nesta igreja de Goiânia de quase 82 anos de Venerando a Paulo Garcia. D. Fernando da UG/ UCG/PUC de Nacca, Cristobal, Vaz, Pereira, Rui, P. Wilson, Dário, Ivo, Clélia, João Climaco, Geralda, Borges, Terezinha, Marivaldo, Wolmir e Mauricio, Altair, Joadir, Jonathas, Zezinho, Antonio, Laura Chaer, Célia, Albertina, Augusto, Darci, Ernestino, Antonieta, Veneranda, Carlita. Acari, Paulinho. D. Fernando de todas lutas e solidariedades pastorais na luta pela terra, casa, segurança alimentar e social, educação. Foi fundador e animador da UC/UCG/PUC em 1959 com ajuda do Colégio Santo Agostinho e dos Padres Jesuítas Machado, Nacca. E mais Cristobal, Quevedinho, Lima, Tomazzi, Alcides, Aldorando, Luiz, Vitalis, Alice, Everson, Alaor, Lima, Pelágio, Dalastre , Zezão, Geraldo, Elza, Eleuza, Vaz, Javier, Baquero, Hortal, Schimitz, Correia, Palacin, irmão Pedro, Garcia, Guaraci. Lanuzza, Sister Conrad. E Burnier, mártir da luta pela terra matogrossense, com Padre Rodolfo (salesiano) índios e camponeses sem terras. E dos Padres Jentels, Chicãos e Bailãos, Adelaides, Dorothys, Canuttos, Josimos, Henryroisiers, Nativos, Rosas da Paz, Zeporfírios e Vilmar. Todos mártires das lutas sociais e combates a ditadura com suas famosas cartas pastorais das Páscoas de cada ano. Dom Fernando da Rádio Difusora e da educação de base. Dom Fernando da sociedade goiana de cultura, mantenedora da PUC, presenças de Jaime Câmara, Geraldo Alemão, Mauro, Servito, Olvanir, Wilton Pinheiro, amigo paraibano, Carmelo. E Padre Pereira, fiel auxiliar nas pastorais desta igreja de Goiânia. Dom Fernando de Jataí de D. Benedito, D. Hilário e de São Luís de Montes Belos de Stanislau depois D. Washigton e agora D. Carmelo. E de Anápolis de D. Epaminondas, D. Manoel e agora D. João. Dom Fernando de Itumbiara, Ipameri, Formosa, Porto Nacional depois D. Celso. E de Goiás/Vila Boa com D. Tomaz, depois D. Eugênio e de D. Pedro Casaldaliga da luta sempre dura da terra para reforma agrária. D. Fernando de João, Daiber, Alberto, Moacir, César, Vicente e D. Carlinhos. E mais Padre Zezinho, Leandro, Calimam, Fleury, Leônidas, Ivo, Henrique, Jesus, Flores, Negri, Roque, Gregório, Otávio,  Beraldo, Lobo, Leo, Jacó, Nilo, Neves, Bernadoni. E Sulivan, Otto, Thomaz, Rui, Columbano, José, Vilmo, Humberto, Confaloni, Papini, Cristovão, Serra. E Rodolfo, Telmann da Vila Santa Marta de tantas vidas não vividas. D. Fernando do MFCristão de João e Nini, Maria Helena e Adelmo, Vicentinos, Wanda. E mais Dom Fernando da Ação Católica JUC, JEC, JAC de Alda, Nei, Aparecida, Darcy, Marina, Vanin, Haelmo, Sônia, Nelma, Lumuba, Sergio, Paulo, Wagner, Emerson, Betinha, Uassy, Sólon, Leda, Lelé, Ferreira, Peixoto, Zoroastro, Dilair, Zé Trindade, Marilena, Pedro, Pérola, Godofredo, Lúcia, Bizé, Rosa, Gil, Rose, Celsinho, Célio, Henrique, Rubens, Carlos, Melchior, Joaquim, Rabelo, Anette, Stela, Sanina, Walderez, Omari, Geraldo, Faria, Aparecida, Isa, Chicão, Itami, Maria Alice, Angélica, Rosa, Márcia, Tereza, Ary. Dom. Fernando de Batista Custódio do Cinco de Março da Avenida Goiás com a 55 (bairro popular do acidente do Césio 137). E de tantas perseguições e censuras políticas pela ditadura inacabada. D. Fernando da revista da Arquidiocese e Jornal Brasil Central e Comunhão e Participação. Agora e sempre todos contra a ditadura e deve ser ontem, hoje e sempre. Viva a democracia. D. Fernando do apoio aos movimentos sociais, estudantis, professores. E da luta contra a invasão de sua Catedral de Nossa Senhora Auxiliadora. Depois de D. Antonio e agora de D. Washigton. D. Fernando Gomes dos Santos de tantas presenças no Brasil do século XX em busca de democracia, liberdade. E cristã mesmo da partilha. E solidariedade neste século XXI, esperança do amor, direitos humanos, justiça e paz para todos homens e mulheres do planeta azul de Deus dará. D. Fernando procurador dos pobres na expressão do renomado Leonardo Boff, na ocasião de sua morte e depois ressurreição para sempre. D. Fernando está ao lado de D. Tomaz, Stanislau, D. Helder, Pereira, Cibele, Jozimo, Celso, Maria José da Vila João Vaz, Joaquim Magalhães, Simão Bororo, Burnier preparando para a festa de Cristo Rei (organizada pelo padre Leopoldino nos estádios de Goiânia) na próxima semana (Corpus Cristi). E mais a celebração da beatude do Arcebispo Mártir de São Salvador, D. Oscar Romero, liderança expressiva na luta contra a violência oficial rural e urbana na América Central. Viva D. Fernando, viva D. Romero, Viva D. Tomaz. Viva a santidade de D. Helder, Dorothy, Moura, Sueli, Maria José, Nativo. Todas testemunhas do evangelho revolucionário de Jesus Cristo há dois mil anos afirmando que a verdade liberta. Eu vim para que todos tenham vida digna de viver, bem viver, melhor conviver. Ser fermento no meio. D. Fernando partiu, deixou exemplos e muitas saudades imensuráveis.

Dom Fernando da festa da Trindade do padre Pelágio ao Padre Robson do Divino Pai Eterno de todos romeiros do Brasil Central de mil léguas dos sertões cerradinos. Obrigado pela amizade, apoio, orientação cristã para um vida com Maria Tereza, Veridiana e Isadora com Cacildo, Adriano e Guilherme e Mariana e Rafael e Gabriel, chegantes para estes planaltos centrais. Muito obrigado pelo testemunho de Jesus e compromissos assim por uma nova história nova. Viva sempre D. Fernando em nossa memória de muitas lutas como da anistia ampla, direitos humanos e a busca da verdade sobre tantos brasileiros torturados, mortos e até desaparecidos pela ditadura inconclusa. Viva a luta de D. Fernando e de todos nós, pois a luta continua por melhoria, verdade e justiça e paz. D. Fernando saudades e lembranças permanentes. Viva a vida aqui e no céu de Deus, dará.

(Pedro Wilson Guimarães, presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia/2013 – Amma. Presidente da Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente - Anamma 2013/2015. Secretário do Ministério do Meio Ambiente2012/2013. Prefeito e vereador de Goiânia. Deputado federal de 1993-2011 PT/GO. Professor da UFG e da PUC-Goiás. Militante dos Movimentos de Direitos Humanos, Fé e Política, Educação, Cerrados. E-mail: [email protected])

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