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OPINIÃO

O tamanduá morto

Vinha eu de Goiânia com destino a Caldas Novas, usando os benefícios Rodovia de pista dupla que liga a Capital e Bela Vista de Goiás, quando ao adentrar na 147, no trecho de Bela Vista a Piracanjuba, eis que me deparei com um tamanduá morto.

Olhei bem para a carcaça do animal e fiquei chocado, eis que deve ter sido algum motorista sem entranhas, que, ao observar o animal na pista, não teve o zelo de desviar e o atropelou.

Penalizei com tal morte, pois que o tamanduá não ofende ninguém e sua alimentação se limita a capim e formigas, a gente observa, por vezes, alguns destes animais “andando” no meio de vacas e cavalos, sem a menor ofensa a eles.

Assim, o motorista atropelador nunca deve ter possuído algum animal de estimação e o seu ato pode ser comparado com algum marginal que comete a infração e foge.

Lembrei-me de um fato ocorrido na ocasião de um grande incêndio nas imediações da Serra de Caldas, onde vários animais foram atingidos pelo fogo e na reportagem de um jornal, que não me lembro mais qual, apresentou a foto de dois tamanduás, um já adulto e outro pequeno, devendo ser mãe e filho que foram consumido por aquele incêndio.

Tal fato foi propagada pela imprensa nacional e muitos órgãos de outros Estados fizeram uma grande alusão afirmando que existem vários animais em extinção e o tamanduá é um deles.

Desta maneira, o atropelamento efetivado naquela estrada, por um motorista, acredito, sem entranhas e sem nenhum requinte de bondade para com os animais irracionais, acreditando, também, que este “cara” e um irracional bem maior do que o que foi atingido.

É isto aí, meu querido cara pálida, não se deve desviar sua atenção em uma rodovia, mesmo de pequeno porte, como a 147, que pode atingir e atropelar, não só um animal silvestre, como também um doméstico e também uma pessoa.

A atenção deve ser redobrada, principalmente se você no período noturno, preferido por este coitados de animais silvestres trafegar, na sua pura inocência, e ser abatido por um incauto “guiador de carros”. Digo guiador de carros, pois que, na realidade, um motorista que se preza, não cometeria de maneira alguma, em sã consciência, um ato deste. A sua atitude seria ou   desviar do animal, deixá-lo trafegar em seu rumo e seguir viagem.

Por isso sempre digo aos meus amigos e conhecidos, não basta você saber dirigir, tem que saber, também, comportar em uma estrada com sua atenção redobrada, pois em cada curva, ou em qualquer momento, pode surgir situações embaraçosas e se você não é um verdadeiro “motorista”, comete o designo deste atropelador e tenho certeza que sua consciência ficará das mais atingidas e o remorso campeará em seu espírito por muito tempo.

Mas, não tem importância não, meu querido tamanduá, sua morte, pelo menos, foi sentida por mim e deixo nesta minha despretensiosa crônica, uma gota de lagrima por sua morte.

(Orimar de Bastos é juiz de Direito aposentado, advogado militante em Caldas Novas, membro da Academia Tocantinense de Letras, ocupante da Cadeira n° 33 e membro da Academia de Letras e Artes de Piracanjuba-GO e Cidadão Caldas-novense. E-mail: [email protected])

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