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OPINIÃO

À esquerda, o Psol e um projeto societário para Itumbiara

Nem vou me dar ao trabalho de fazer críticas mais elaboradas acerca da atual gestão do prefeito Chico Bala (PTB). Gestão conservadora, tímida, sem empreendedorismo e que, inevitavelmente, lança a promissora Itumbiara em um atavismo sem precedentes na história da cidade.

Itumbiara é, atualmente, uma cidade fracassada onde serviços públicos essenciais como saúde, educação e infraestrutura urbana e rural tão somente inexistem. Quanto à saúde, melhor nem tocar no que ela tem representado nos últimos dez anos. Em letras miúdas, um abatedouro de pessoas pobres e carentes. Um evidente e escancarado caso de polícia.

Na educação, outro segmento fundamental para o desenvolvimento da cidade, seguimos na inércia de processos e procedimentos burocráticos, previsíveis, de pouca ou nenhuma formação crítica, cidadã ou que garanta algum espaço aos fundamentais direitos humanos. Não falo de algo menor! Fracassamos rotundamente na educação e melhor nem falar da marmota da tal "educação de tempo integral" que, pelo menos, tem traumatizado crianças ao ponto de, não raro, tirá-las da escola.

São muitas as questões e desafios. O que é fundamental nesse momento é clamar e conclamar as esquerdas dos partidos, os movimentos sociais e todas as pessoas que possuem efetiva preocupação com os destinos dessa bela cidade para a construção de um projeto social, político e econômico para Itumbiara. Uma iniciativa teórico-prática que prime pela inclusão de todos, que traga ao centro das análises segmentos fundamentais e esquecidos historicamente pelas mais recentes administrações municipais, sempre festeiras, mas incompetentes e desastradas para a construção de saídas efetivas para os dramas locais.

Nesse sentido, em especial, o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e que já possui uma considerável caminhada política em Itumbiara tem muito a contribuir no sentido de motivar, mobilizar e pautar debates e reflexões sobre o rosário de lástimas que atingem, sobretudo e principalmente, os pobres e esquecidos da cidade e, enfim, construir, de forma horizontal, democrática e coletiva, caminhos com e a partir do mundo social destas mesmas pessoas.

É este o sentido e a perspectiva porque a realidade local exige por inteligências administrativas em condições de envolver a população em debates e construção de saídas consequentes. Mas de que forma? Bom começo é afirmando valores essenciais como o poder popular, a descentralização do poder político, a potencialização para o surgimento de novas lideranças, sobretudo, de esquerda, advindas dos movimentos sociais, dos bairros e das periferias.

As contradições são muitas e plenas, e a atual oligarquia, estruturalmente incompetente, vaidosa e incapaz já disse a que veio e em definitivo, não responde aos dilemas essenciais da vida urbana ou rural da cidade e é dever da esquerda de maior autonomia, maior poder de crítica e mais estudiosa ousar tomar o poder, ousar vencer e engendrar processos sociais de maior e mais ampla participação para a revolução social que a cidade, o povo e o futuro merece e precisa.

(Ângelo Cavalcante, economista, cientista político, doutorando em Geografia Humana na Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Campus Itumbiara)

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