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Aula de Caráter no currículo escolar: caráter é a soma de nossos hábitos, virtudes e vícios

A rede de escolas KIPP (Knowlegde is Power Program – Programa Conhecimento é Poder, em tradução livre), fundada em 1994 nos Estados Unidos, tem como meta levar seus alunos – (86% são de famílias pobres) – até a universidade. Para garantir que todos tenham confiança de que são capazes de aprender, não aposta apenas no rigor acadêmico, mas promove diferentes atividades para despertar entusiasmo, perseverança, autocontrole, gratidão, otimismo, inteligência social e curiosidade em seus alunos. Dentro desse contexto, uma de suas 141 escolas, a KIPP Infinity Middle School, no Harlem, em Nova York, decidiu radicalizar o ensino de competências socioemocionais e criou, há dois anos, uma aula diferente: de caráter.

O projeto desenvolvido em parceria com um centro de estudos sócio emocional da Universidade da Pensilvânia ainda está em fase piloto e estabelece um currículo abrangente. Para desenvolver o caráter dos alunos, a escola aposta no ensino de habilidades não cognitivas – como comunicação, resiliência e determinação – em todas as aulas, oficinas para pais e momentos de trocas entre os estudantes chamados de Kipp Circles.

As classes de caráter acontecem duas vezes por semana para as 5ª e 6ª séries e nelas se dá aulas expositivas para mostrar aos alunos como eles são capazes de aprender, como podem enfrentar seus pontos fracos, como devem estabelecer relações saudáveis com outras pessoas e como podem usar a mente para conseguir o que querem.

Em uma aula sobre como enfrentar pontos fracos, por exemplo, a professora perguntou como os alunos se sentiam quando eram os últimos a serem escolhidos para formar um time de basquete. Alguns responderam algo como “que saco, eu de novo no fim”, mas alguém disse “não tô nem aí, sou bom mesmo no futebol”.

Segundo Tônia Casarin, mestranda brasileira em educação na Universidade de Columbia que acompanha o projeto piloto na escola de Nova York, as diferentes reações fazem os alunos se darem conta de como podem pensar diferente. “As conversas ajudam a desenvolver a autoestima das crianças, elas aprendem a mudar a própria perspectiva.” Como resultado, a expectativa é que as crianças mudem de atitude também em casa. Por isso, os pais são chamados no início do ano para um workshop em que são apresentados aos conteúdos que serão ensinados e como isso será feito.

Também há dicas de como eles podem dar suporte aos seus filhos. Fonte – Site-Bol.com. Caráter (ou carácter em português europeu acordo ortográfico 1991) é um termo usado em psicologia como sinônimo de personalidade Em linguagem comum o termo descreve os traços morais da personalidade.

Sobretudo as escolas da caracteriologia alemã e franco-holandesa esforçaram-se por dar aos dois termos (personalidade e caráter) um significado diferente, sem que, no entanto, se chegasse a um consenso. René Le Senne, por exemplo, propõe a seguinte distinção: Caráter refere-se ao conjunto de disposições congênitas, ou seja, que o indivíduo possui desde seu nascimento e compõe, assim, o esqueleto mental do indivíduo; já personalidade, é definida como o conjunto de disposições mais “externas”, como que a “musculatura mental” – todos os elementos constitutivos do ser humano que foram adquiridos no correr da vida, incluindo todos os tipos de processo mental. É o termo que designa o aspeto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar a cada indivíduo; esta qualidade é inerente somente a uma pessoa, pois é o conjunto dos traços particulares, o modo de ser desta; sua índole, sua natureza e temperamento.

O conjunto das qualidades, boas ou más, de um indivíduo lhe determinam a conduta e a concepção moral; seu gênio, humor, temperamento; este sendo resultado de progressiva adaptação constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociais.

Caráter é a soma de nossos hábitos, virtudes e vícios. O caráter faz ver além, nas consequências dos atos de hoje, e não pode ser adquirido ou estudado ou mesmo aprendido. Ou pode sim, ser ensinado?

No momento em que o bom - caráter está sendo banido da sociedade, vale a pena tentar tudo pra vencer o mau-caráter!

(André Junior - Membro UBE - União Brasileira de Escritores - Goiás - [email protected])

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