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OPINIÃO

Muito obrigado, governador Marconi Perillo e meus chefes imediatos!

Epicuro de Samos disse: “As pessoas felizes lembram do passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.” Partindo deste pensamento do filósofo grego do período helenístico, quero dividir com vocês momentos muito significativos de minha vida.

No último dia 22, na tarde de uma quarta-feira, fui recebido, oficialmente, em audiência no Palácio das Esmeraldas, pelo governador do Estado, Marconi Perillo. Durante 30 anos de caminhada (1986 - 2016), passando pela Assessoria Especial do governador Henrique Santillo, Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Câmara Federal, Senado e nos seus quatro governos, esta foi, a primeira e única audiência formal que tive com o mesmo.

Elas eram desnecessárias, pois sempre nos falávamos em momentos esparsos e extraoficiais. Nunca necessitei de formalidades, pois tinha as constantes viagens ao interior; encontro na casa de seus pais no inesquecível Canindé; no seu apartamento no Setor Oeste; nos incontáveis encontros e reuniões festivas nas casas de meus pais em Silvânia; nas palestras realizadas em 2006 em diversos estados; e com a tecnologia, ultimamente, nos falamos por curtas frases através do WhatsApp.

Enquanto milhares sonham com a aproximação para lhe solicitar algo, eu fui devolver e agradecer. Desta vez foi o cargo de assessor técnico (CDS6), da Secretaria de Estado da Casa Civil, com lotação no Centro Cultural Oscar Niemeyer. Não por descontentamento, mas para me dedicar em outros afazeres na iniciativa privada.

Esta audiência, somente foi possível graças a sensibilidade e generosidade de sua secretária particular, Glorinha, que nunca deixou de se ater aos momentos de relevância na vida política do governador e de seus leais amigos. Considero-a uma das maiores e melhores colaboradoras de seu governo. Poucos sabem de sua maestria e competência em bem conduzir suas funções, que sempre transcendem a condição de secretária particular.

Ao longo desta caminhada, acumulei muita gratidão, amizades, sonhos e realizações. Nominar cada pessoa de que tive o privilégio de estar ao lado expõe-me ao risco da omissão, por isto vou citar apenas três chefes imediatos ao longo dessa jornada.

O primeiro deles foi Lúcio Fiuza Gouthier, mineiro de pouca conversa e muita ação. Um ser humano de coração generoso e de uma calma inenarrável. Estive ao seu lado no Tesouro Estadual e, posteriormente, na assessoria particular no Palácio das Esmeraldas, em uma sala que dividia com ele e a querida amiga Ângela. Bons tempos.

Sempre estive ao lado de Marconi, somente saí para encarar um desafio ao lado do dr. Nasr Fayad Nagib Chaul, gestor do Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), uma das criaturas mais iluminadas com que tenho o privilégio de conviver e ser amigo. Éramos colegas no Senado Federal e quando Marconi retornou ao governo, em 2010, fui convidado por ele a ir trabalhar no CCON – na época um enorme desafio que somente Chaul, com sua criatividade e paixão pela cultura, poderia solucionar, dando vida àquele espaço totalmente abandonado.

O Centro Cultural estava ligado, então, à Secretaria de Estado da Casa Civil e com muitas dificuldades legais para tocar vários projetos. Lá nasceu a Orquestra Filarmônica do Estado de Goiás (OFG), um sonho do governador, que pela perseverança e competência da musicista Ana Elisa dos Santos, é hoje referência nacional. Os Cafés de Ideia – com palestra memoráveis – e os encontros internacionais de dança e música, as grandes exposições... Hoje, o CCON é um espaço de lazer, entretenimento e cultura para os goianos com eventos constantes na Esplanada Juscelino Kubitschek, no Palácio Belkiss Spenzieri e no Museu de Arte Contemporânea (MAC).

A história de Chaul confunde-se com a do CCON, pois desde a sua gestão na Agência Pedro Ludovico Teixeira foi ele quem manteve ao lado de Marconi as primeiras conversas com o admirável arquiteto Oscar Niemeyer, e delas a obra iniciou-se e foi entregue. É, indubitavelmente, o local que mais mídias espontâneas obteve na imprensa, sendo capa de diversos jornais.

Portanto, se há ações e expectativas que não foram consolidadas não foi por falta de vontade, mas de condições legais de serem implementadas. E se buscarmos o site do Centro Cultural (www.ccon.go.gov.br), mais precisamente no link http://migre.me/ qUGKr, veremos um relatório sucinto do que foi realizado – e as ações valem mais do que mil palavras. Como bem disse Oscar Niemeyer: “A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem.” E por lá, falta muito pouco para a conclusão dos sonhos.

Por fim, poderia enumerar os mais diversos momentos em que tive oportunidade de estar ao lado do maior líder da política goiana, Marconi Perillo. O maior deles em 1998, quando era deputado federal, de viajar a vários municípios aonde ele foi ouvir as bases. Na época, contava com o apoio para sua reeleição para a Câmara Federal de 32 prefeitos, mais de uma centena de vereadores e inúmeras lideranças de grande expressividade que o acompanham até hoje.

Marconi mais ouviu do que falou. No avião ou nas viagens de carro, com o amigo Azulão, quase sempre o seu silêncio predominava. Era perceptível que mais do que a esperança e o sonho, dentro do coração daquele jovem político (na época, com 35 anos) existia a certeza de que a população goiana sonhava com uma mudança. Marconi ousou sonhar e conseguiu surpreender todos nós quando decidiu disputar a acirrada e histórica eleição contra o então imbatível Iris Rezende Machado.

Estive ao seu lado, sempre nos bastidores, pois o meu desejo maior era estudar (20 anos ininterruptos de vida acadêmica). Sou um privilegiado em ter podido participar, bem de perto, de todos os acontecimentos de seus governos e ações parlamentares. E, mais ainda, de ter tido a compreensão e estímulo do amigo para atingir meus objetivos.

Marconi teve destaque brilhante no Congresso Nacional. Na Câmara, destacou-se pela sua postura ética, grande articulador do seu partido e um incansável municipalista. No Senado Federal, surpreendeu até mesmo o seu partido (PSDB), na conquista do cargo de vice-presidente da Casa, deixando a marca de sua atuação brilhante e o respeito de todos os seus colegas.

Posso falar com propriedade de cada passo deste grande político. Sempre o defendi com convicção e verdade. Se houve e há erros em suas gestões, são parte natural de uma administração. O que é mais importante é ter a certeza de que em seu caráter, sempre existirá a humildade, hombridade e honradez em corrigi-los, além de um grande desejo de acertar. Isto é o que delineia a figura de um grande líder!

Ainda há uma estrada longa a seguir. Mas, agora, hei de percorrê-la na condição de amigo, compadre (ele batizou Otávio, meu primeiro filho em março de 2001 em Silvânia) e militante ativo nas suas pretensões políticas. Terás sempre, Marconi, minha gratidão pelas inúmeras atribuições que me confiaste! Aprendi muito. Cresci bastante. E hoje, sinto-me preparado para alçar novos voos. Saio do ninho, mas jamais do espaço em que ele foi construído.

Fraterno abraço, amigo!

(Cleverlan Antônio do Vale, graduado em Gestão Pública, Administração de Empresas, pós-graduado em Políticas Públicas e Docência Universitária, doutorando em Economia, articulista do DM - [email protected])

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