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OPINIÃO

Pirenópolis, meu xodó

Sendo um dos primeiros municípios goianos, a histórica cidade de  Pirenópolis  foi fundado com o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário Meia Ponte pelo minerador português Manoel Rodrigues Tomar, segundo a tradição local, surgiu como arraial fundado em sete de outubro de 1727. Foi importante centro urbano dos séculos XVIII e XIX, com mineração de ouro, comércio e agricultura, em especial a produção de algodão para exportação. Ainda no século XIX, com o nome de cidade de Meia Ponte, destacou-se como o berço da música goiana, graças ao surgimento de grandes maestros, bem como berço da imprensa em Goiás, já que ali nasceu o primeiro jornal do Centro Oeste, denominado Matutina Meiapontense. Em 1890, mudou seu nome para Pirenópolis, o município dos Pireneus, nome dado a serra que a circunda. Ficou isolada durante grande parte do século XX e redescoberta na década de 1970, com a construção da nova capital do país, Brasília. Hoje, é famosa pelo turismo e pela produção do quartzito, a Pedra de Pirenópolis. Em 1989 foi tombada como conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o município conta com um Centro Histórico ornado com casarões e igrejas do século XVIII, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (1728-1732), a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (1750-1754) e a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (1750-1754), além de prédios de relevante beleza arquitetônica como o Teatro de Pirenópolis, de estilo híbrido entre o colonial e neoclássico, de 1899, e o Cine Teatro Pireneus, em estilo art-déco, de 1919 e a Casa de Câmara e Cadeia, construídas em 1919 como réplicas idênticas do original de 1733. O município localiza-se a pouco mais de 100 kms de Goiânia, é  cercado de morros e goza de privilegiada localização geográfica, estando aos pés da Serra dos Pireneus, Pirenópolis se destaca por manter uma natureza preservada. Devido a essa topografia possui excekente potencial turístico, com clima agradável e a presença de centenas de cachoeiras, que agradam aos ecoturistas e amantes da natureza. Além do turismo, essas formações provêm matéria-prima para a exploração mineral do quartzito, rocha muito usada na construção civil, especialmente para pisos exteriores, conhecida comercialmente como Pedra de Pirenópolis, Pedra Goiana, Pedra Mineira ou Pedra de São Tomé.

O turismo é uma atividade de grande relevância para a cidade, principalmente no âmbito urbano, empregando boa parte de sua população. Além do grande potencial turístico oferecido pelas belezas ecológicas (principalmente as magníficas cachoeiras) e a manutenção das tradições folclóricas como: Procissão do Encontro; Cavalhadas e da Festa do Divino, desenvolve outras atividades culturais como os conhecidos festivais musicais, conta também com um campus da Universidade Estadual de Goiás, onde são ministrados os cursos de Tecnologia em Gastronomia, Hotelaria e Turismo e, é bastante ativa em suas atividades econômicas ligadas à agricultura, comércio, serviços e artesanato.

É possível tecer infinitos comentários sobre Pirenópolis em vários aspectos, entretanto, embora seja goianiense, sou filho de pirenopolino e me considero pirenopolino de coração. O imenso carinho pela cidade surgiu na infância, me encantei com as formações rochosas, a capela e a vista do alto do Morro dos Pirineus; jamais me esquecerei do acolhimento humilde de sua gente, especialmente, do carinho da tia Geralda (a Geralda da Simoa) e suas quitandas; nem do saudoso primo Vicente Lopes, homem trabalhador e honrado que foi um dos pioneiros na produção e venda de mudas de jabuticabeiras; também me lembro com carinho de uma das melhores férias que desfrutei, foi na minha querida Pirenópolis, onde tive o prazer de encontrar um colega de Colégio, o pirenopolino dr. Rivadávia Jayme (na época, o Rivinha). Recordo com prazer dos bons momentos vividos no “Poção da Ponte”; das tardes de futebol com grandes craques na praça do Rozário e do senhor Napoleão, grande incentivador da turma (por sinal, me fez conhecido na turma com o agradável apelido de “Nêgo de Goiânia”). Em outras oportunidades, com a família, visitamos cachoeiras e alguns pontos do Rio das Almas que parecia só nosso, como por exemplo, um ponto do rio que denominamos “Poço da Curva”, nesse local haviam rochas com formatos de móveis: cadeiras, bancos, poltronas, sofás e ate cama. Hoje, quase não visito a cidade por razões sentimentais, principalmente por não ser mais possível encontrar os saudosos “Primo Vicente” e “Tia Geralda”, porém, por tudo aqui narrado eu afirmo: Pirenópolis, para sempre meu xodó!

(Natal Alves França Pereira, servidor público, graduado em Ciências Contábeis, filiado à Associação Goiana de Imprensa)

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