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Queimadas? Vamos apagar essa infeliz ideia

Final do mês de julho, antes mesmo de agosto, quando o calor e a baixa umidade, quase sempre trazem de volta o problema das queimadas que preocupa, e já tivemos a notícia do incêndio na belíssima Serra dos Pirineus.  Apesar de ser assunto batido e das campanhas de conscientização e divulgação, o crime continua recorrente, a população insiste em usar o fogo como ferramenta de limpeza contra o mato em terrenos baldios, colocando em risco a saúde e a vida das pessoas, além de causar danos ao meio ambiente. Atear fogo em mato é uma prática criminosa que pode resultar em pagamento de multa e, em alguns casos, prisão. Sabemos a grandiosidade dos prejuízos causados à biodiversidade, à dinâmica dos ecossistemas e a diversos tipos de agricultura do planeta, impactando significativamente os processos de mudanças climáticas na terra e do aquecimento global. Além disso, a fumaça pode trazer sérios riscos à saúde de quem vive próximo a esses locais, e contaminar o solo. Após um incêndio, o terreno fica sem plantas para estabilizar e facilmente pode ser lavado pelas águas das chuvas, principalmente se for inclinado. Sem as plantas, o clima fica mais seco e aumenta as possibilidades de outros incêndios.

O ser humano precisa de mais conscientização para a importância da prevenção. As consequências são altamente danosas para esta e para as gerações vindouras. A responsabilidade é nossa, os ensinamentos devem acontecer nas famílias, nas escolas e na imprensa, da mesma forma, os poderes públicos não podem ficar omissos, afinal, todos respiram e precisam do mesmo ar, queremos um futuro melhor para nossos filhos e, somos mortais. Se quisermos o meio ambiente melhor, precisamos agir com urgência, para que nossos filhos façam parte de uma geração melhor para o planeta. A natureza, generosa, nos concede as mais variadas vegetações, que os animais “irracionais” respeitam e não destroem, mas, o bicho homem vem e estraga tudo. O fato é que por ignorância, vandalismo, descuido ou maldade das piores, o homem continua destruindo vidas, e as mais prejudicadas são as dos animais, que ficam sem alimentos ou não podem escapar porque ficam ilhados e não conseguem fugir. O fogo só ocorrerá com o aumento da temperatura, devido ao calor e a presença de algum material combustível como o papel, folhas, gasolina, álcool e outros. Geralmente avança mais rápido nos morros e tende a se alastrar mais depressa, na medida em que vai encontrando substâncias combustíveis. Quando atinge as copas das árvores alcança grande poder de destruição e se torna mais difícil combatê-lo e contê-lo. Pode até não ser proibido na zona rural, desde que sejam obedecidas as regulamentações de segurança e sejam previamente autorizadas pelos órgãos competentes. Aqueles que não respeitam as normas legais estão sujeitos as penalidades previstas. É mais fácil evitar que o fogo seja iniciado que combater um incêndio. O homem é o maior responsável pelos incêndios florestais, devendo ser implantado um programa permanente de educação ambiental, visando a sua conscientização sobre os prejuízos decorrentes das queimadas e a vantagem de se utilizar outras técnicas agrícolas mais modernas. Quem costuma viajar de automóvel, certamente já percebeu o perigo das queimadas em beiras de estradas (às vezes provocadas porque outro motorista jogou um cigarro aceso). Com a fumaça atrapalhando a visibilidade é sério o risco de graves acidentes. Enfrentamos problemas também nas zonas urbanas, quando a população, talvez não confiando em um bom serviço público de coleta, resolve queimar os lixos, entulhos e folhas de árvores em seus quintais. Além da sujeira, das incômodas fuligens e da agressiva fumaça, podem, inclusive, ocasionar um incêndio e gerar problemas de saúde como bronquite, asma e outras doenças respiratórias.       É preciso que haja mais consciência de todos e mais orientação o ano todo. Alguns inconsequentes e desorientados teimam em colocar fogo na intenção de limpar, ocorre que muitas vezes viram incêndios, as equipes das brigadas de incêndio com muito trabalho apagam o fogo, outros ou os mesmos causadores fazem surgir novos focos. Esse ato incendiário é uma péssima idéia e tem que ser apagada do nosso meio. Queimadas? Vamos apagar essa idéia. Pela preservação da qualidade da vida, viva e deixe viver.

(Natal Alves França Pereira, servidor público, graduado em Ciências Contábeis, filiado à Associação Goiana de Imprensa)

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