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OPINIÃO

Uma análise sistemática e psicológica sobre o TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo – numa visão espiritualista e holística do ser

“O Ser real é constituído de corpo, mente e espírito. Dessa forma, uma abordagem psicológica para ser verdadeiramente eficaz deve ter uma visão holística do ser, tratando de seu corpo (físico), de sua mente (consciente, inconsciente e subconsciente) e de seu espírito imortal que traz consigo uma bagagem de experiências anteriores a presente existência e está caminhando para a perfeição Divina.” Joanna de Ângelis.

Escrevemos em outros artigos sobre essa tríade – mente-corpo-espírito – portanto, não podemos tratar um distúrbio que vai muito além do físico e do mental, tendo uma visão unilateral e simplista do ser. Precisamos ampliar nossos horizontes de entendimento da pessoa humana e, sem perdermos tempo, buscar uma visão também no que diz respeito à essência humana: a alma!

É no mundo íntimo, no inconsciente pessoal, que se encontram as fixações perversas e desvairadas do primarismo do ser, que permanecem durante o período da razão, gerando distúrbios que reaparecem na consciência atual, desestruturando os equipamentos da saúde física, psíquica e, especialmente, da emocional.

Quando a consciência é invadida por representações mentais involuntárias, repetitivas e incontroláveis, podemos chamar de pensamento compulsivo. Trata-se de um objetivo defensivo do inconsciente pessoal, impedindo que o doente tome conhecimento da sua realidade interior, dos seus legítimos impulsos e emoções.

Na atividade compulsiva o indivíduo apresenta-se como incoercível necessidade de ações repetidas. Podem variar para fórmulas, rituais, cerimônias, como atavismos ancestrais, em imagens arquetípicas perturbadoras. É um mecanismo que busca fazer uma catarse da ansiedade de que se é vítima.

Outro ponto importante é o caráter obsessivo em que o indivíduo mostra-se sistemático, impressionando pela rigidez do comportamento, inclusive para com ele próprio. São portadores de sentimentos nobres, confiáveis e dedicados ao trabalho, que exercem até o excesso.

Sentindo-se obrigados, desde cedo, a reprimir as emoções e sentimentos outros, tornam-se ambivalentes, escapando-lhes de controle os que se constituem de natureza hostil, apresentando-se mais como intelectuais do que sentimentais desencadeado por mecanismos escapistas que se impõem inconscientemente.

São relevantes, com relação a isto, os estudos de Freud com relação a fase anal (em razão das exigências da mãe quando no trato com eles na infância, higienizando-os, exingindo-lhes obediência irracional a horários rígidos, incluindo aqueles para as funções intestinais; através dessas imposições, as mães negavam-lhes afeto e identificação emocional).

Numa visão da fisiopatologia pode-se detectar anomalias biológicas, como: epilepsia do lobo temporal, aumento expressivo de atividade metabólica no giro orbital esquerdo e até mesmo uma alteração cromossômica na constituição do ser.

Sob ponto de vista neurológico observa-se a influência não somente de epilepsia no lobo temporal, mas também da coréia de Sydenhan, da síndrome de Giles de la Tourette, etc. Há aumento do fluxo sanguíneo cerebral no córtex orbitofrontal, neostriatum, globo pálido e tálamo, no hipocampo e córtex posterior do giro cíngulo.

Esses desencadeadores dos transtornos psicóticos obsessivo-compulsivos, do ponto de vista psicológico, encontram-se no inconsciente pessoal, como herança também de atos transatos, sem dúvida, no qual estão inscritos igualmente os códigos das imagens arquetípicas que permitem, por outro lado, a vinculação com outras mentes ora desencarnadas – obsessão. Essas entidades impõem-se o direito de cobranças esdrúxulas.

Porque permanece impressa nos painéis do inconsciente pessoal, nos refolhos do períspirito (inconsciente) a dívida moral, os pacientes assimilam as ondas mentais das suas antigas vítimas, que são convertidas em sensações penosas, em forma de consciência de culpa  lavar as mãos, assepsiar-se em demasia, sentir o corpo sempre sujo – tanto quando a captação de odores pútridos – ativação da pituitária pelo psiquismo que sente necessidade de reparação – que são exteriorizados pelos cobradores espirituais.

Sob outro aspecto, esses endividados espirituais reencarnam (nascem) com os fatores neurológicos e orgânicos, em geral impressos no corpo perispiritual (inconsciente) em face dos transtornos morais que se permitiram anteriormente, de forma a experimentarem a recuperação moral mediante o processo depurador a que ora fazem jus.

A psicoterapia cognitivo-comportamental e/ou um psicoterapeuta holístico (terapia que se processa por várias abordagens adaptando a que melhor condiz com o perfil do paciente e sua enfermidade, pois, embora se dê o mesmo “rotulo” (CID) existe uma grande diferença, não apenas sobre como originou a enfermidade e como deve ser o prognóstico que mais beneficiará o paciente de acordo com seu histórico de vida e personalidade, pois não se molda um corpo a uma roupa; mas uma roupa a um corpo)  que trabalha o indivíduo como um todo – um ser integral e levando em conta todos os aspectos inerentes à enfermidade incluindo a bagagem trazida de vidas transatas e quando bem conduzida em relação a esses enfermos, ameniza ou produz a cura dos efeitos danosos e mórbidos; no entanto, a terapêutica bioenergética, por alcançar os fulcros espirituais de onde se exteriorizam os campos vibratórios, interrompe a emissão da energia enfermiça, afastando os agentes que, necessariamente atendidos, orientados e confortados moralmente, terminam por abandonar os propósitos malsãos em que permanecem e libertam os seus inimigos, entregando-os à Consciência Cósmica.

Evidentemente, o contributo de alguns barbitúricos e fármacos diversos, sob cuidadosa e cautelosa orientação de uma psiquiatria humanista, portadores de inibidores de reabsorção de serotonina, torna-se de inestimável significado para o reequilíbrio do paciente. Entrementes, a educação, o trabalho junto ao enfermo, auxiliando-o na mudança de atitude perante a vida, de comportamento mental, de sentimento rancoroso e agressivo em relação ao seu próximo, para o qual, não raro, transfere o perigo de trazer-lhe contaminação, resulta em valiosa psicoterapia para o reequilíbrio do Self, e lento, posterior, mas seguro bem-estar.

Lembrando que as medicações não irão curar o paciente; mas trazer alívio quase imediato para que a psicoterapia possa fazer o seu verdadeiro papel junto ao enfermo, para que através do conhecimento de si mesmo e de sua história, possamos juntos desbloquear e cauterizar culpas, mágoas, rancores, ressentimentos e demais mazelas que desencadeiam esse transtorno e outros como a depressão e síndrome do pânico, oriundos e desencadeados pela dificuldade que temos de conhecer a nós mesmos e escutar nossos sentimentos.

Finalizando, no livro Psicoterapia: O despertar d’alma, o autor dá algumas ‘dicas’ sobre alguns pontos que desencadeia as enfermidades da alma (psiquê) e como a psicoterapia pode e auxilia de maneira eficaz, quando bem administradas pelo paciente e psicoterapeuta/psicólogo, principalmente, quando buscamos esse tratamento logo no início da percepção desses conflitos, tais como irritabilidade, insônia, desinteresse pela vida, agressividade, fuga nos vícios, principalmente o álcool, manias, ‘aperto no peito’, dentre outros sintomas.

Aqueles que mais precisam de ajuda psicoterápica são aqueles que sempre estão dizendo que os outros precisam de terapia. Eles estão sempre certos e os outros sempre errados.

(Dr. José Geraldo Rabelo. Psicólogo holístico. Psicoterapeuta espiritualista. Parapsicólogo. Filósofo clínico. Especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo. Escritor, artista plático e palestrante. Emails.: [email protected] e/[email protected])

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