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OPINIÃO

Posse acadêmica e a continuidade da história

Nos dias da história da pátria gigante

Buscando sua glória o feliz bandeirante

Na terra aportou dos índios goyazes

Na orla altaneira de prados e montes

Surgiu esse berço de filhos audazes...

Querida cidade Itaberaí

Teu nome adorado ao longe ressoa

Salve, salve Itaberaí !

Trechos do Hino a Itaberaí - Letra e música de Antonio Severino Coelho, Patrono da Cadeira de nº 6 da Aila – Itaberaí – GO

A Academia Itaberina de Letras e Artes, em seus 22 anos de fundação, vem resguardando a história de Itaberaí tecida às linhas de documentos cuidadosamente arquivados. A importância destes arquivos  locados não somente nesta comarca, bem como noutras, a exemplo a Cidade de Goiás, provê os  valores culturais do passado desta cidade.

Toda e qualquer instituição possui  os seus objetivos e esses, definidos e propostos sobre finalidades, orientam procedimentos e encaminham ações. Os objetivos de uma academia de letras são então o cultivo das letras, o prestígio à arte e, variavelmente, o reconhecimento aos valores das ciências. Suas normas e cláusulas são estabelecidas em estatutos devidamente legalizados à vista de autenticações procedentes. As academias, seguindo os moldes daquela primeira criada na França ao século XVII, possui 40 cadeiras; àquele tempo estas seriam os assentos dos grandes memorialistas e suas vagas seriam então preenchidas por pessoas notabilizadas por algo expressivo de sua própria criação, tornando-se por esta razão, imortais, posto que ‘arte’ possui status para se imortalizar. Hoje, tais critérios ainda se  preservam à medida de possibilidades e de circunstâncias.

Os imortais são escolhidos por eleição em escrutínio secreto. Quando um acadêmico falece, a cadeira é considerada vaga na Sessão da Saudade  e a partir disto já se iniciam os procedimentos para sua ocupação.  A posse do novo acadêmico se dá em sessão solene com discursos expressivos de saudação ao membro anterior ou membros anteriores, e ao que está sendo recepcionado.

A Academia Itaberina de Letras e Artes – Aila – aos quatro dias deste julho de 2015, deu posse a Marilda Pinheiro de Abreu Aquino. O evento pôde contar  com presenças ilustres, o que transferiu a esta instituição os valores de seu empenho sodalício para com cultura itaberina.  A festividade contou com a presença do prefeito municipal de Itaberaí Roberto Silva; da dra. Ela Wiecko, vice-procuradora-geral da república e amiga pessoal da empossada; do dr. Geraldo Coelho Vaz, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e membro da Academia Goiana de Letras, do embaixador Lauro da Silva Moreira; do itaberino Juarez Ferraz de Maia, coordenador do curso de Jornalismo da UFG; do vereador Eliene de Souza, chefe do poder legislativo deste município, da diretora de cultura do município de Itaberaí Elenister Galvão dos Santos, do dr. Antonio César Caldas Pinheiro, fundador da Aila e acadêmico da AGL; da cantora lírica e devotada acadêmica goiana da Anunciação, dentre outros vultos também importantes, todos  abrilhantadores da noite de posse.

Com a finalidade de assistirem a posse da filha, neta e bisneta de itaberinos, ou seja, Marilda Aquino, centenas de pessoas residentes em outras cidades e estados compareceram ao evento. Muitas destas pessoas, algumas itaberinas de tradição, outras, conterrâneas por bem definida afinidade, há décadas não compareciam a esta cidade;  a bem vinda ocasião suscitou-lhes muito  boas lembranças e lhes oportunizou muito felizes reencontros.

As redes modernas de comunicação, cita-se aqui o whatsapp, oportunizou à empossada rever todas as suas amigas de infância e mocidade; estas, ‘As Itaberinas’, em dezenas de formadoras desse grupo de contato e moradoras de diversas cidades  do estado, atenderam ao convite para a posse e compareceram todas, contagiadas pelo amor extraordinário de Marilda Aquino pela cidade de seus antepassados. Em nome desse grupo Paula Rosana falou sobre a apurada habilidade dessa amiga para  agregar valores humanos. Somando valores então, sua vocação poética e suas prendas artísticas para artes plásticas levaram-na ao merecimento da Cadeira Nº 26 da Academia Itaberina de Letras e Artes.

O dr. Antonio César Caldas Pinheiro, em seu natural lirismo discursivo, falou aos presentes  sobre a novel que adentrou à academia naquela noite, definindo-a como itaberina de valor e de palpitante veia artística; que dela muito se pode esperar, posto que sua identidade familiar àquela casa de cultura e arte possuem laços tecidos no decorrer de longos anos. Parabenizou-a fraternalmente e mencionou seu esposo, Deusdedith Righi de Aquino, jornalista brilhante a quem o Estado de Minas Gerais reverencia respeitosamente. Através do processamento de operações informáticas, a empossada e o auditório puderam ouvi-lo em suas valiosas palavras à esposa pelo ensejo daquela data. Falaram-lhe, igualmente, o enteado, de Nova York, sua nora e  neta.

O discurso do presidente da Aila, Benedito Magno Vieira, elencou os valores das famílias Caldas, Pinheiro de Abreu, Vieira e Almeida. Marilda, filha de pais itaberinos, contudo moradora em outras cidades, desde a infância, às ocasiões das férias e dos feriados prolongados, conviveu muito com sua avó materna dona Umbelina Vieira de Almeida. Essa proximidade com as famílias de Itaberaí fez com que ela desenvolvesse amizade muito sólida com  as famílias do lugar, cujos filhos, de sua idade, com ela tiveram boa convivência. Isto justifica a firmeza dos seus laços de amizade com essa numerosa parcela de itaberinos.

Afirmou ainda que Marilda assumiu a Cadeira 26 da Aila, cujo patrono é José Ludovico de Almeida – seu primo em segundo grau; a sede desta academia é a Casa de Cultura Coronel João Caldas, seu tio-bisavô; nesta casa existe a Biblioteca Eliezer Pinheiro de Abreu, seu avô; a primeira ocupante da Cadeira 26 foi a escritora Nely Alves de Almeida casada com seu primo em segundo grau Humberto Ludovico de Almeida; o segundo ocupante foi o médico Francisco Ludovico, também seu primo. O presidente acrescentou ainda que a solenidade de posse, a céu aberto, à frente da academia, deu-se no cruzamento da Rua Capitão Caldas, seu trisavô, com a Praça Sinhô Pinheiro, seu tio-avô.

Em resumo, Benedito Magno relatou aos presentes na cerimônia de posse algumas das ações da Aila nas áreas cultural e educativa, esclarecendo que esta é uma instituição particular e sem finalidades lucrativas; esclareceu sobre as agendas na Casa de Cultura Coronel João Caldas, sede da Aila e do Museu de Itaberaí; estas estão sempre preenchidas por atividades voltadas a escolares, a professores, a palestras, a pesquisas e a tantos mais afazeres, todos esses, visando lucros de ordem sociocultural. A casa de cultura atende do mesmo modo a todas as parcelas da comunidade, das centralizadas às mais afastadas e algumas vezes, se desloca até estas em atendimentos passíveis de probabilidades.

E a Aila, sempre pronta em servir na medida de suas condições, é despretensiosa na conquista de prestígio; prestígio, se o tem, é a própria comunidade que a ela delega essa prerrogativa. Seus acadêmicos entendem que valores culturais são fortes coadjuvantes para transformações facilitadoras de educação e cultura.

E, encerrando, a empossada, criativa à orla imensurável da arte, coloriu o céu avizinhado ao Rio das Pedras Brilhantes com fogos de artifício, levantando os olhares iluminados pela vaidade de se ser itaberino!

E a festa prosseguiu no Salão Fasso até a madrugada, onde conterrâneos e convidados da empossada se confraternizaram à alegria da posse já patenteada... Inesquecível !

(Maria das Graças Morais, acadêmica, 1ª Secretária da Aila. Colaboração: Benedito Magno Vieira - Presidente da Aila)

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