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OPINIÃO

Os 80 anos da Câmara Municipal de Goiânia

No ano de 1935, há exatos 80 anos, era criado o município de Goiânia e, por conseguinte, a Câmara Municipal da nova capital de Goiás. Novos tempos e novas perspectivas se abriam ao universo da gente goiana, com a fundação de uma cidade em pleno coração do centro oeste brasileiro.

Era o alvorecer do que se chamou “Capital brotinho”!

Gente de todos os lugares surgia como pioneiros da primeira hora. Casas e casas eram levantadas às pressas para abrigar os moradores – gente rica e pobre que se misturava – que enfrentava a inospidez do cerrado, os redemoinhos, a falta de água e de luz, o isolamento e as saudades, como ressaltaram tantos escritores como Rosarita Fleury, Armênia Pinto de Souza, Ondina Albernaz, Venerando de Freitas, Belkiss Spencière, Emília Perillo, Genesco Bretas, Colemar Natal e Silva e tantos outros.

Às 13 horas do dia vinte de novembro de 1935, no edifício destinado à Câmara Municipal de Goiânia e à Prefeitura, ambas provisórias, na confluência das avenidas Araguaia e Anhanguera, num romântico sobradinho, era instalado o Município de Goiânia, a nova capital que se abria no “campo limpo das flores”!

Eram presentes a este ato solene, grandes homens de nossa história social e cultural, concorrendo para o engrandecimento da solenidade. Estavam ali Benjamim da Luz Vieira, ilustre vilaboense, secretário de Estado, que, naquele momento, representava o interventor federal Pedro Ludovico Teixeira; o desembargador Maurílio Augusto Curado Fleury, representando o Judiciário; o juiz dr. Heitor Moraes Fleury, primeiro juiz de Direito de Goiânia; Venerando de Freitas Borges, primeiro prefeito da nova capital; dr. Albatênio Caiado de Godoy, secretário de governo e sua esposa, a cronista pioneira de Goiânia, Maria Paula Fleury de Godoy; Licardino de Oliveira Ney, prefeito de Campinas; além dos deputados estaduais Salomão Clementino de Faria, João José Coutinho e dr. Irany Alves Ferreira; e as autoridades constituídas, Solon de Almeida, Joaquim Câmara Filho e Jerônimo Coimbra Bueno, além de prefeitos de diversas localidades próximas como Trindade, Suçuapara (Bela Vista), Bonfim de Goiás (Silvânia), Ribeirão (Guapó) e Pirenópolis.

Foi o ilustre dr. Benjamin da Luz Vieira que declarou aberta a sessão; declarou fundado o município de Goiânia e seu respectivo Conselho Provisório e leu o compromisso do prefeito e dos conselheiros, que repetiram juntamente com o mesmo. Também, usou da palavra o dr. Solon de Almeida, empolgado com a magnífica obra encetada por Pedro Ludovico Teixeira; assim como o dr. Joaquim Câmara Filho, em nome de Licardino Ney, prefeito de Campinas, a cidade matriz da nova capital do Estado.

A presença feminina se fez ressaltar pela fala da mocinha Maria Emília Accyolli, em nome do Colégio Santa Clara de Campinas; saudando o prefeito de Goiânia, Venerando de Freitas; que, em seguida, em emocionado discurso, traçou as metas de seu governo futuro, numa cidade que nascia!

Assumiu em seguida a sessão do desembargador Maurílio Augusto Curado Fleury que, na qualidade de presidente da Corte de Apelação do Estado, deu posse a dr. Heitor de Moraes Fleury como primeiro juiz de Direito da Comarca de Goiânia. Redigiu esta ata histórica o dr. Germano Roriz, membro do Conselho Municipal provisório de Goiânia.

Estava criada, assim, a cidade de Goiânia, na posse dos três poderes, Executivo, Legislativo (provisório) e Judiciário!

Um dos primeiros passos do primeiro prefeito de Goiânia, debalde o grande canteiro de obras que era a nova cidade, foi fazer o recenseamento do novo município para que se pudesse providenciar, logo de imediato, a possibilidade de eleições para o Conselho Municipal, dentro da legalidade.

Findo o município de Campinas, todos os seus encargos, dívidas e problemas foram também passados ao novo prefeito, que, de bom ânimo, assumiu essa imensa responsabilidade, no casamento de uma cidade velha como Campinas e uma que brotava em pleno chão vermelho, ali por perto.

Era uma realidade diferente àquele jovem – Venerando de Freitas – de apenas 29 anos de idade, simples professor e contabilista, que assumia essa imensa dificuldade em complicada situação, em plena crise e distanciamento no coração do Brasil.

Dentro da exiguidade humana e orçamentária, o prefeito se lançou ao trabalho e como um servidor, saiu a campo. Não era homem de gabinete. Estava junto com o povo, misturado ao chão, naquela luta que entraria para a história.

Admirável e inesquecível Venerando de Freitas!

Dentre as dimensões políticas desse tempo, desde a criação do município de Goiânia pelo Decreto 510, de 20 de novembro de 1935, foram marcadas as eleições municipais para o dia 24 de junho de 1936; já que o prefeito Venerando de Freitas Borges fizera, às pressas, o recenseamento dos possíveis eleitores, rurais e urbanos, dentro dos limites geográficos da nova cidade, compreendidos entre os municípios de Trindade, povoado de São Geraldo (Goianira), Cerrado (Nerópolis), Bonfinópolis, Milho Inteiro (Caldazinha), Esplanada (Senador Canedo), Bela Vista, Povoado de Ribeirão (Guapó), Aparecida, Biscoito Duro (Aragoiânia), além de outros. Foram suprimidos os municípios de Campinas e Santo Antônio das Grimpas (Hidrolândia), sendo o último emancipado, com prefeito nomeado na época, Almir Turisco de Araújo.

Foram a princípio, nomeados sete conselheiros municipais: Germano Roriz, Pedro Arantes, Godofredo Leopoldino de Azevedo, Aarão Augusto de Souza, João Augusto Roriz, Antonio Euzébio Felipe e Milton Klopstock e Silva. Os mesmos atuaram de forma pioneira, até a eleição em 15 de outubro de 1936, por quase um ano. Pelo pouco tempo de atuação, auxiliaram na aprovação de obras para o núcleo urbano pioneiro, nas imediações da Praça Cívica e outras obras em Campinas, então já como bairro “antigo” de Goiânia.

Com a eleição realizada em 15 de outubro de 1936 foram eleitos os primeiros e efetivos vereadores de Goiânia: Licardino de Oliveira Ney, José Rodrigues de Moraes Filho, João Augusto Roriz, Milton Klopstock e Silva, Hermenegildo de Oliveira, Germano Roriz e Octacílio França. Mas, eles puderam atuar por apenas um ano e poucos dias, pois em 10 de novembro de 1937 por decreto do interventor Getúlio Vargas foram fechadas as portas dos legislativos de todo o País.

Somente depois de uma década, em 06 de dezembro de 1947 é que foi reaberta novamente a Câmara Municipal de Goiânia, em solenidade oficial, presidida pelo juiz eleitoral da época, dr. Elísio Taveira.

Dos vereadores pioneiros de Goiânia, há destaque pelo ex-prefeito de Campinas, Licardino de Oliveira Ney, autor do livro Um lutador, um dos progressistas de Campinas e região, além de Milton Klopstock e Silva, próspero comerciante e fazendeiro da região de Ribeirão, hoje Guapó, assim como José Rodrigues de Moraes Filho, de uma das mais antigas famílias de Campinas, sem esquecer de Germano Roriz, um dos mais destacados pioneiros de Goiânia, notadamente nas obras vicentinas e na fundação da Santa Casa de Misericórdia.

Mas, os mesmos foram tragados pelo tempo, na obscura década de fechamento dos legislativos do País. Seus nomes, porém, estão no pioneirismo dos primeiros dias de Goiânia, uma cidade tão nova e já tão sem memória, infelizmente.

No ano de 1947, novos vereadores foram eleitos, permanecendo até 1950, sendo eles, Aarão Augusto de Souza, Alberto Xavier de Almeida, Alípio Gonçalves, Ana Pereira Braga, Boaventura Moreira de Andrade, Delfino Moreira, Eustógio Vaz, Ewaldo Athayde Cavalcanti, Gil Lino, José Fernandes Peixoto, José Rodrigues Naves Junior, Julieta Fleury da Silva e Souza, Milton Mendonça, Natal Alves de Siqueira, Nicola Limongi, Odon Rodrigues de Moraes, Agenor Rodrigues Chaves, Glauco Baiocchi, Germano Roriz, Maria José Oliveira, Waltrudes Cunha.

O que se ressalta nessa primeira legislatura, a presença de três mulheres: Ana Pereira Braga, Julieta Fleury da Silva e Souza e Maria José Oliveira.

Julieta Fleury da Silva e Souza nasceu na Cidade de Goiás em 1908, filha de Vicente Miguel da Silva Abreu e Eugênia Caiado Fleury. Carregou consigo, por atavismo, todo o talento e a versatilidade das velhas famílias vilaboenses e bonfinenses.

Normalista pelo Colégio Santana, tornou-se a primeira diretora do Grupo Escolar Modelo de Goiânia, com profícuo trabalho junto à comunidade; o que lhe rendeu a popularidade e o reconhecimento que a conduziu à Câmara Municipal por três legislaturas. Suas bandeiras de luta foram educação, a cultura e as obras assistenciais. Avançada, possuía um belo automóvel que dirigia pelas ruas de Goiânia e uma bela e florida casa ainda existente na Rua 21, perto do Lyceu. Faleceu em 2002, aos 94 anos de idade.

Ana Pereira Braga, depois Ana Braga de Queiroz, depois Ana Braga Machado Gontijo e, hoje, simplesmente Ana Braga, foi e continua sendo produto de si mesma, de seu esforço, de seu talento. Nascida na cidade de Peixe, antigo norte goiano e hoje Estado do Tocantins, em 1923, residiu em Trindade e em Goiânia, nos primeiros dias da nova capital. Normalista pelo Colégio Santa Clara, formou-se em Direito e se tornou pioneira no legislativo municipal e estadual. Escritora de talento, oradora vibrante; é membro da Academia Goiana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, assim como da Academia Tocantinense de Letras. Hoje, reside em Goiânia, aos 92 anos de idade.

Quando vereadora em Goiânia ainda era uma moça solteira, de 24 anos de idade, carregada de planos e de ideais de luta. Defendeu as minorias, os programas sociais, a saúde e a educação; assim como Maria José de Oliveira, outra batalhadora e pioneira inesquecível, natural de Catalão, esteve nas duas primeiras Legislaturas e também defendia, no PSD, a luta feminina.

Outros importantes nomes femininos na Câmara Municipal de Goiânia podem ser lembrados como Silene de Andrade, Goianita Bessa, Neuza Pereira, Maria Dagmar Miranda, Conceição Gayer, Denise Carvalho, Mariana Sant’Anna, Rose Cruvinel, Olívia Vieira, Vânia Martins, Célia Valadão, Isaura Lemos, Tatiana Lemos, Cidinha Siqueira, Cida Garcez, dra. Cristina, além de outras.

Vivia-se no tempo pioneiro da Câmara Municipal de Goiânia as perseguições e lutas partidárias, como a cassação do Partido Comunista em que tinha dois vereadores, Alberto Xavier de Almeida e José Nonato, que tiveram que se filiar à UDN. Odon de Moraes, um dos presidentes da primeira Legislatura, defendia um Legislativo livre e sempre pronto a combater qualquer erro do Executivo. Era uma luta constante numa Goiânia que ainda não passava dos 40 mil habitantes.

Diferente dos dias atuais, havia sessões obrigatórias de segunda a sexta. Muitas, polêmicas, entravam pela madrugada, com rígidos horários para início de sessão. O recesso natalino de 1947 foi curtíssimo, com duas sessões entre o natal e o ano novo!

Muitos pedidos pioneiros surgiram nesse período como a compra do terreno na Praça Cívica para construção da Prefeitura Municipal, o primeiro necrotério de Goiânia e a necessidade dos plantões de farmácias na capital. Da questão da expansão urbana, muito desordenada, também contou com a iniciativa, certa ou errada, de muitos vereadores, cada um em seu tempo. Só mais tarde se pensou no termo “ordenamento territorial”.

No princípio a questão de abrir estradas era primordial. Assim, em 1949, o então prefeito Eurico Viana, com a aprovação do Legislativo, criou o Departamento Municipal de Estradas e Rodagens. Logo em seguida se abriu uma estrada que ligava Goiânia ao Bairro de Vila Nova!

Vila Nova era distante do centro naquela época!

Também se pensou numa rodoviária para o Bairro de Campinas, a ligação telefônica com Grimpas (Hidrolândia) e, na gestão de Hélio de Britto, toda a questão da água, lixo e saneamento da capital foi revista e feita, um serviço hercúleo e que não aparecia, só podendo ser feito por um homem extraordinário da envergadura de um Hélio Seixo de Britto! (Ele antecedeu o que somente seria feito a partir de 1974, com a criação da Comurg).

No transcorrer desses 80 anos de história da Câmara Municipal de Goiânia muitos projetos polêmicos foram votados, assim como decisões difíceis em momentos de crise, como o assassinato do jornalista Haroldo Gurgel e o posicionamento do então presidente Luiz Contart, em 1953.

Projetos polêmicos como as mudanças de denominações de ruas de Goiânia, trocas de nomes, zoneamento urbano, a questão das invasões e a criação de conjuntos habitacionais para a população carente; as taxas mais altas sobre lotes vagos; a especulação imobiliária crescente; os asfaltamento de bairros distantes; as linhas de ônibus; o funcionamento dos lupanares; a questão dos ruídos urbanos; a vacinação de animais; criação de porcos nos quintais; os horários do comércio nos dias de sábado, e até projeto para a realização de aborto legal nas unidades de saúde do município!

Nomes de indiscutível liderança também passaram pelo Legislativo Municipal de Goiânia. Boaventura Moreira de Andrade, homem simples e do seio do povo, entrou para a história com sua bicicleta e depois carroça, que fazia a visita a seus eleitores, principalmente na região da Vila Nova. Há 50 anos exatamente, em 1965, ele morreu atropelado na 5ª Avenida, na Vila Nova, quando ia aviar uma receita de seus eleitores.

Também Darciso de Souza, conhecido por “Barba”, radialista famoso da Rádio Difusora de Goiânia, desportista, durante o seu mandato, sofreu um derrame cerebral e ficou mais de 30 anos acamado. Eram dois mitos do Legislativo goianiense!

Também nomes de projeção nacional passaram pela Câmara Municipal de Goiânia, com destaque indiscutível para Iris Rezende Machado, que ali iniciou sua carreira de líder popular, chegando à Prefeitura de Goiânia, governo do Estado e Ministro de Estado, da Agricultura e da Justiça. Com mais de 80 anos ainda continua como liderança e carisma ao longo de mais de 50 anos de vida pública.

Também Nion Albernaz, foi prefeito de Goiânia mais tarde por três mandatos e deputado federal, José Luiz Bittencourt, como vice-governador e deputado, Cláudio das Neves, que foi deputado estadual, Messias de Souza, que foi desembargador e presidente do Tribunal de Justiça, Olympio Jayme, que foi deputado estadual, Heli Mesquita, que foi deputado estadual; Cristóvam do Espírito Santo, que foi deputado estadual; Adão Silva, que foi deputado estadual, Bianor Ferreira, que foi deputado estadual; João de Paula Teixeira Filho, que foi prefeito de Goiânia; Felisberto Pereira Braga, que foi deputado estadual; José Barbosa Reis, que foi deputado estadual; Antonio Barreto, que foi juiz de Direito; Clarismar Fernandes, que foi deputado estadual; João Natal, que foi deputado federal; Tobias Rodrigues Alves, que foi deputado estadual e federal; Idelfonso Avelar, que foi deputado federal; Benvindo Lopo, que foi deputado estadual, Vicente Miguel da Silva e Souza, que foi deputado estadual; Iran Saraiva, que foi deputado federal, senador, ministro do TCU; Daniel Antonio, que foi deputado estadual e Prefeito de Goiânia; José Luciano da Fonseca, que foi deputado estadual; Paulo Gomes, que foi deputado estadual, José Elias Fernandes, que foi deputado estadual, Línio Ribeiro de Paiva, que foi deputado estadual, Geraldo de Souza, que foi deputado estadual, Barbosa Neto, que foi deputado estadual e federal, Sandes Junior, que foi deputado estadual, Darci Accorsi, que foi deputado estadual e prefeito de Goiânia, Anselmo Pereira, que foi deputado estadual, Denise Carvalho, deputada estadual; Pedro Wilson, deputado Federal, Aldo Arantes, deputado federal, Valdi Camarcio, deputado estadual, Jovair Arantes, deputado estadual, vice prefeito e deputado federal, além de outros.

Os locais onde a Câmara Municipal de Goiânia se instalou dependeu da ocasião política e da necessidade. Desde a sede junto à Prefeitura Municipal na Avenida Araguaia com a Anhanguera, de forma improvisada, na Avenida Goiás, no prédio do jornal O Popular, também na mesma avenida no prédio do antigo Cine Frida; na avenida Anhanguera, esquina com a seis, no Edifício Inhumas, no Palácio da Pecuária, na Avenida Goiás, no 9° andar do Edifício Parthenon Center, na Rua 4 e, finalmente, a sede  na Praça do Trabalhador, desde 1998.

Atuais vereadores em Goiânia, nesta 16ª Legislatura, sob a presidência de Anselmo Pereira: Antonio Uchoa, Carlos Soares, Célia Valadão, Cida Garcez, Cleber Dias, Clécio Alves, Deivison Costa, Denicio Trindade, Divino Rodrigues, Djalma Araújo, dr. Gian, dra. Cristina, Edson Automóveis, Elias Vaz, Eudes Vigor, Fábio Caixeta, Fábio Lima, Felizberto Tavares, Geovani Antonio, Izídio Alves, Jorge do Hugo, Milton Mercêz, Mizair Lemes, Paulinho Graus, Paulo da Farmácia, Paulo Magalhães, Pedro Azulão, Richard Nixon, Rogerio Cruz, Tatiana Lemos, Tayrone Di Martino, Thiago Albernaz, Wellington Peixoto, Zander.

Das brigas históricas entre UDN e PSD, passaram às rixas homéricas entre MDB e Arena e, agora, o pluripartidarismo, os nomes diferentes de candidatos, os apelidos, muitos deles ligados à profissão ou atividade-fim.

Muitos foram dignos de louvores, humanos e simples, como Helinho de Britto, seguindo os passos do pai, passou limpo pela política, e depois dela, ainda limpo, continua a ser o mesmo Helinho, do tempo de Hélio e Célia Coutinho! Um grande homem!

Muitos desses passaram, mas dos poucos que ficaram, louvo aqui a atuação humana e profícua do professor José Luciano da Fonseca, um apóstolo da bondade, que passou pela Câmara e pela Assembleia Legislativa de Goiás. Homem de bem, simples e bondoso; usou do poder para ajudar milhares de pessoas, principalmente na área da saúde e, hoje, é relembrado como um verdadeiro cristão que viveu a máxima da caridade. Morreu pobre como entrou pobre na política. Que homem admirável!

Em lindíssima crônica após o seu falecimento, o jornalista Batista Custódio ressaltou que a morte não mata um homem como o professor Luciano, que saiu da vida calado; sem alarde, numa madrugada na estrada, a caminho da sua senda do bem. Tem razão o querido cronista. A morte não é uma cortina de sombras para quem tanto ama e tanto ampara. Ele está vivo em cada dor que mitigou, em cada pessoa que ajudou com remédios e alimentação.

Que esta matéria seja em homenagem a sua santa e veneranda memória!

Tudo passou como tudo passa, na disputa pelo poder. De nada fica, quando se pensa na história fugaz do homem, na efemeridade da carne. Se não ficaram as obras e os gestos de bondade e solidariedade, apenas cinzas e esquecimento!

Uma Câmara Municipal é feita de homens e de memórias ou esquecimentos!

Parabéns, Câmara Municipal de Goiânia pelos seus 80 anos de história na memória de Goiás!

“No ano de 1935, há exatos 80 anos, era criado o município de Goiânia e, por conseguinte, a Câmara Municipal da nova capital de Goiás. Novos tempos e novas perspectivas se abriam ao universo da gente goiana, com a fundação de uma cidade em pleno coração do Centro-Oeste brasileiro.”

(Bento Alves Araújo Jayme Fleury Curado, graduado em Literatura e Linguística pela UFG, pós-graduado em Literatura Comparada pela UFG, mestre em Literatura e Linguística pela UFG, mestre em Geografia pela UFG, doutor em Geografia pela UFG - [email protected])

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