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OPINIÃO

Uma análise sistemática e psicanalítica sobre sete armadilhas do ego e suas consequências

- Embora a maioria das pessoas fala sobre o Ego, até mesmo profissionais e estudiosos do assunto ainda são pegos pelas suas armadilhas, principalmente, pela nossa invigilância. Motivo de nosso Irmão Maior – Jesus ter nos alertado: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação.”

O Ser Essencial (espírito imortal – Self) é amor, no entanto, no processo de despertamento da sua potencialidade divina, adquire expressões não legítimas, que passam a atormentá-lo, já que fazem parte do processo de maturação através de negatividades, que são o desamor e as máscaras do Ego, expressando-se como pseudo-amor.

O Ego é a camada de ignorância que envolve o Ser Essencial, onde ficam registradas todas as experiências equivocadas – inconsciente e subconsciente, nas quais não colocamos em prática o amor essencial. Também poderíamos chamá-lo de “falso Eu” – personalidade. Lembrando que personalidade se deriva da palavra persona (personagem – representação de atores) ou máscaras. Nosso Eu menor, inferior. Na visão de Alírio de Cergueira pode ser dividido em duas partes.

A negatividade do Ego: que é a parte do Ego onde ficam registrados todos os sentimentos que representam a ausência do valor essencial correspondente. Sentimentos que nascem na energia de desamor que compõem o Ego: o ódio, egoísmo, orgulho, inveja, raiva, mágoa, revolta, ressentimento, angústia, depressão, ansiedade, desespero, pânico, ciúme dentre outros sentimentos vivenciados pela ausência de amor. São sentimentos negativos transitórios que compõe o movimento do Ego e sua presença se dá enquanto não dispormos de cultivar os sentimentos reais, que são os essenciais.

As máscaras do Ego: como a própria denominação já nos revela é a parte disfarçada, mascarada, onde o Ego lança mão dos seus instrumentos de defesa e fuga.

As máscaras do Ego surgem na energia de pseudo-amor, onde a pessoa consciente ou inconscientemente, mascara as negatividades do Ego com sentimentos aparentemente positivos: euforia (desencadeador do Transtorno Bipolar do Humor), autopiedade (Síndrome de ‘vitimismo’), perfeccionismo (mania de perfeição), pseudoperdão, puritanismo, inveja, ‘mania’ de ajudar, etc.

Quando não observados e analisados com a devida cautela, temos a impressão de que são reais, entretanto, quando se passa por uma análise mais detalhada, percebemos que originados do falso amor gerando a ausência amor.

A persistência em viver sob esse prisma das máscaras do Ego pode levar o indivíduo a comprometimentos da personalidade e do psiquismo, desde um “simples” distúrbio como a depressão, por exemplo, até mesmo desencadear uma Esquizofrenia (entre 18 e 28 anos), pela cristalização dos sentimentos falsos.

Na Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32) temos os três elementos vivenciado por nós: Filho Pródigo – aquele que pegou a fortuna ou bens que lhe cabia e saiu para o mundo: representa a Negatividade do Ego; Filho mais Velho – aquele que se indignou com o pai que receberá com festa o seu irmão: representa as Máscaras do Ego; Pai – o nosso Ser Essencial e/ou nosso Criador.

Estamos quase sempre envolvidos com as armadilhas do Ego, portanto, necessário se faz estarmos sempre a vigiá-lo. A filosofia budista considera o Ego como o “grande demônio da humanidade”. Entretanto não nos cabe descartá-lo ou ignorá-lo, pois ele tem muita importância em nosso processo de individuação e crescimento espiritual.

Vejamos, portanto, sete dessas armadilhas que, quando não observadas, podem nos causar danos, às vezes, irreversíveis à nossa saúde integral: corpo – mente – espírito.

  1. Sempre quer vencer: uma das “brincadeiras” do Ego é dividir as pessoas em dois universos: vencedores e perdedores. O querer sempre vencer leva às competições exacerbadas, pois nos sentimos ameaçados por pessoas mais espertas, mais rápidas, mais sortudas que deve ser ‘eliminadas’ de nosso caminho. Despertando em nós sentimentos de inferioridade e desvalorização de si mesmo.


Essa armadilha torna-se um comportamento de pessoas egoístas e autoritárias, não consegue receber não como resposta e se julga melhor do que as outras. Tem dificuldades de relacionamentos interpessoais e quase sempre vai desencadear enfermidades renais.

  1. Sempre se sentir ofendidas: comum em pessoas imaturas emocionalmente e dominadas pela função do ego. O melindre está quase sempre em primeiro lugar. Quando recebe a opinião alheia que não condiz com sua, fecham a “cara” e muitas vezes decidem jamais conversar com aquela pessoa, mesmo que essa pessoa lhe seja cara. Esse tipo de personalidade é comum em pessoas autoritárias e com sentimento de superioridade. Comum em muitas pessoas que se sentem e vivem pela posição que ocupa na sociedade, mesmo que seja falsa essa posição. Essa armadilha do Ego pode provocar enfermidades como a diabetes e gorduras localizadas. Somente os orgulhosos se sentem ofendidos.
  2. Sempre quer ser superior: é comum em pessoas que estão mais preocupadas com a vida alheia, procurando seus defeitos e esquecendo que também os tem. Tudo que faz é melhor do que o do outro e colocam quase sempre defeitos nos comportamentos e ações alheias. Gostam de escravizar o outro com forma de se sentir superior. Estão quase sempre contando vantagens e se gabando. Finge humildade diante daqueles que para ela são superiores. Desenvolve uma personalidade amarga e precisam comprar de alguma forma as amizades. Embora se sentem solitárias estão sempre rodeadas por muitas pessoas. Pessoas com grande propensão à depressão e insônia.
  3. Sempre estão certas: são as pessoas que o ego a escravizam na busca de estarem sempre certas em suas ações e atitudes. Para essas pessoas todas as outras estão erradas. Desenvolvem fanatismo, principalmente, religioso. Suas verdades não podem ser questionadas. Tem sempre uma “receita” pronta para combater a “verdade” do outro. Pessoas arrogantes e intransigentes. Falam muito e tem, na maioria, pouca ação. Sabem tudo, conhecem de tudo; mas quase sempre colecionam fracassos. Desenvolvem hipertensão arterial e dores nas junções, principalmente. (veja continuação parte II)

(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, artista plástico, prof. Educação Física, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo, escritor e palestrante)

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