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OPINIÃO

Os milagres de João de Deus que presenciei no Peru

Em janeiro de 1994, integrei a comitiva de João de Deus a uma viagem ao Peru, fato minuciosamente relatado no meu livro “João de Deus, o fenômeno de Abadiânia”. Assustei-me com o número de pessoas que nos cercaram desde o aeroporto, apesar do frio e do horário em que pousamos em Lima: quatro horas da manhã. Isto obrigou o “médium” a alterar os planos: deixou de se hospedar em um hotel cinco estrelas, que o governo peruano nos reservara, e nos hospedamos no “Hostal la Marina”, uma pousada simples em um bairro limenho, para despistar os curiosos e poder proporcionar um pouco de descanso.

De Lima rumamos para a província de Puno, local onde seria feito o atendimento.

Quando a televisão e os jornais noticiaram que João de Deus estava em Puno, verdadeiras caravanas chegaram àquela cidade, provenientes das províncias peruanas (Cusco, Iquitos, Arequipa e outras), bem como da Bolívia, do Chile e da Venezuela, e jornalistas de países vizinhos para ali acorreram, a fim de entrevistar o “médium” brasileiro.

Naquele curto período de cinco dias, em que quase 20.000 pessoas foram atendidas, calculo que cerca de mil operações (visíveis e invisíveis) hajam sido feitas, além de milagrosas curas, e de testemunhos importantes de pessoas que haviam recebido graças em viagens anteriores. É impossível mencionar todas, mas alguns fatos podem ser destacados, apenas para que o leitor aquilate a força espiritual do “médium”.

Sob a vigilância de membros do Colégio de Médicos e de fiscais do Ministério Público, foram feitas operações diversas, como catarata, próstata, remoção de cistos e tumores diversos, entre centenas de outras, sendo importante dizer que até mesmo médicos e fiscais do Ministério Público se submeteram às operações.

Os casos mais impressionantes que se verificaram, talvez pelo impacto causado à multidão que assistia publicamente aos fenômenos produzidos, eram os de pessoas que chegavam ali escoradas em um par de muletas e ainda amparadas por pessoas.

Lembro-me claramente de uma mocinha de seus 13 ou 14 anos, dançarina de um grupo folclórico em Cusco, que estava com duas muletas, em razão de acidente de carro. Ao chegar ali à frente do “médium”, ele, após massagear suas pernas, ordenou:

- Caminhe! Você está curada!

Ante os olhares incrédulos de muitos, ele se destacou do meio da multidão e atirou longe, fazendo bastante barulho, o par de muletas, e a mocinha, de início com certa dificuldade, começou a caminhar, sob intensos e incontidos aplausos dos presentes, e mais tarde já estava andando quase normalmente, mas sempre derramando copiosas lágrimas de gratidão, ao lado de seus familiares.

No momento em que isto acontecia (e ocorreu várias vezes muletas serem atiradas longe), o público aplaudia e, de imediato, a imprensa (TV e jornais) entrevistava o paciente, que mal continha a emoção. E durante a estada de João Teixeira no Peru, a TV e os jornais deram especial cobertura ao seu trabalho.

No dia anterior, a pedido do General Luiz Paz Cárdenas, Comandante da Unidade do Exército em Puno, foram atendidas, só durante a manhã, cerca de mil pessoas, familiares dos militares, e nesse atendimento houve o caso de um menino que, em razão de uma doença, encontrava-se quase entrevado, andando com muita dificuldade apoiando-se em muletas. Quando chegou a sua vez, a entidade ordenou que andasse. Poucos ali acreditavam que ele pudesse andar, em razão de, há muito tempo, se encontrar aos cuidados de fisioterapeutas e ortopedistas, sem resultado.

Os incrédulos presentes arregalaram os olhos, sendo o caso muito conhecido em Puno, devido a pertencer o menino a uma família de militares de certa proeminência na Província.

Quando lhe foram subtraídas as muletas, e o menino começou a andar, enquanto o público ficava boquiaberto diante daquele milagre, pude observar, ao meu lado, o rosto duro e fechado do General Paz Cárdenas ser banhado por duas lágrimas, que ele não conseguiu disfarçar.

Mas já houve tentativas de desmistificar o trabalho de João de Deus. Há anos, veio a Abadiânia um cadeirante do Paraná, e um amigo seu, que o acompanhava, talvez para testar os poderes do nosso taumaturgo, pegou a cadeira, sentou-se e entrou na fila. Quando chegou sua vez, a entidade lhe disse:

– Daqui a um ano você volta a andar!

O rapaz deu um risinho irônico, como se tivesse tido uma vitória na sua tentativa de desmistificar o “médium”, e quando firmou o braço para se levantar, descobriu que não podia, pois as pernas não obedeciam a seu esforço de movimentar-se.

Ficou paralítico por um ano, numa cadeira de rodas, após o que conseguiu caminhar normalmente, como previra a entidade.

(Liberato Póvoa, desembargador aposentado do TJ-TO,  membro-fundador da Academia Tocantinense de Letras e da Academia Dianopolina de Letras, escritor, jurista, historiador e advogado - [email protected])

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