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OPINIÃO

Jesus Cristo, São Nicolau e a Coca-Cola

O meu amigo Gaeta disse que este artigo deveria ter o título: “O capitalismo estragou o ‘Papai Noel’” e, já que as festas natalinas passaram, ou melhor, voaram, volto a reafirmar que está comprovado: Jesus Cristo não nasceu no mês de dezembro. Não é preciso ser teólogo e nem muita pesquisa, os relatos bíblicos, especialmente os dos evangelistas mostram que o clima era ameno, com pastores cuidando de suas ovelhas, o que não ocorre no inverno, quando os animais eram e são até hoje mantidos, ou seja, guardados nos apriscos. O misericordioso leitor ficará impressionado com a quantidade de material que existe na Internet comprovando o que afirmo, e as razões pelas quais as festas “saturnais”, celebradas nesta época no passado, num processo de “sincretismo religioso” foram paulatinamente substituídas pelo “Natal”. Como já mencionei no último artigo, publicado neste matutino vanguardista sob o título: “Natal, mentiras e hipocrisias”,  foi a “Coca-Cola” quem deu o empurrãozinho final para transformar um “santo refinado”, São Nicolau, arcebispo de Mira, na Turquia no século IV, que costuma, anonimamente, deixar sacolas com moedas de ouro na chaminé das casas das pessoas com dificuldades financeiras, num “velhinho bonzinho”, bonachão, de roupas vermelha e branca, botas pretas, as cores da marca, ou do logotipo da poderosíssima multinacional, enfim, deixa pra lá, pois não deixa de ser bom ver as crianças inocentes, alegres com seus brinquedinhos, se é que seus puderam satisfazê-las.

Ah, só mais uma coisinha. Não era costume nem dos hebreus e nem dos judeus comemorarem aniversário e, pior, nos dois únicos relatos de “festa de aniversário” na “Bíblia Sagrada”, a de um Faraó e a de Herodes, ocorreram dois assassinatos. No do último, a cabeça de João Batista, aquele que batizou Jesus Cristo, foi oferecida numa bandeja de prata. Alguém poderia me informar quando nasceu José ou Maria ou, então, Moisés, Elias, os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João ou o apóstolo Paulo? Até!

(Henrique Gonçalves Dias, jornalista)

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