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Celg: Geradora da Cachoeira Dourada

Em 2003, no 48° aniversário da Celg, o seu então presidente, José Paulo Loureiro,declarou, em seu pronunciamento: “Ao longo de sua existência, a Celg representou um consistente instrumento propulsor do desenvolvimento da potencialidade socioeconômica do Estado de Goiás, cumprindo a principal finalidade de sua criação, até que, num lamentável equívoco de estratégia administrativa, o governo de Goiás privatizou a Usina da Cachoeira Dourada, em setembro de 1997, ceifando do povo goiano um dos seus principais patrimônios, deixando a maior empresa do Centro-Oeste brasileiro em situação praticamente insustentável,sob o ponto de vista econômico e financeiro.”

Naquele ano de 2003, no 48° aniversário da Celg, era governador de Goiás Marconi Perillo e vice-governador, Alcides Rodrigues Filho. Ambos tinham (e têm) pensamentos idênticos sobre a problemática da Celg “post” venda da Cachoeira incrustada no rio Paranaíba.

CAMPANHA PARA A VENDA

Preparando a opinião pública, a assessoria de comunicação do governo Maguito Vilela publicou matérias argumentando o acerto da venda da usina e, também, elementos de proa da administração estadual as entidades de classe (inclusive a AGI) perfilando as vantagens da venda.

Naqueles dias foram poucos os que se manifestaram contrários à venda de Cachoeira Dourada.

Mas a AGI – Associação Goiana de Imprensa foi contra desde quando a ideia da venda veio à luz, influenciada pelos argumentos dos investidores espanhóis, atuais donos da hidroelétrica a Itumbiara.

E a AGI era membro do Conselho Estadual dos Consumidores da Celg, entidade criada sob os aupícios do governador Henrique Santillo, que prestou inestimáveis serviços à Celg, inclusive sugerindo e orientando a instalação de novas linhas, processos de economia, combate ao consumo clandestino de energia, etc. Cerca de 11 entidades faziam parte do Conselho, inclusive um representante da própria Celg.

Por ocasião da efervescência do tema da venda da usina, a AGI apresentou uma moção radicalmente contra a venda da usina geradora. A moção foi aprovada por unanimidade, mas de nada adiantou. Ainda mais que a mídia em Goiás ignorou a decisão do Conselho. A imprensa em geral nada disse (exceto o DM e uns dois ou três colunistas altivos de pequenos jornais) sobre a importante decisão do Conselho, órgão criado para colaborar com a administração pública.

Agora, nesses dramáticos dias vividos pela Celg, decorrentes primordialmente da privatização da geradora, muitos se arrependeram de terem silenciado na ocasião da venda. Menos a AGI, que, também, encetou campanha contra a venda das ações da Petrobras no exterior e a favor da venda das ações do Banco do Brasil, somente para brasileiros.

O Conselho de Consumidores da Celg foi paralisado, que pena! Mas fica aqui a minha saudação a todas as entidades que dele fizeram parte e cujos representantes cerraram fileira em torno da moção apresentada pela AGI naquele ano, vale lembrar que presidia a Celg o Juquinha das Neves, ex-presidente da Valec, o qual, mesmo no governo, sempre foi contra a venda.

Daí o “como e porque” a AGI foi homenageada solenemente, no governo de Marconi Perillo-Alcides Rodrigues, por ocasião do 48° aniversário da Celg, pelos seus diretores.

(Walter Menezes, ex-presidente e conselheiro permanente da AGI)

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