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OPINIÃO

Brasil Império é uma necessidade

A deprimente situação atual do sistema político brasileiro evidencia a gritante diferença entre a mentalidade medíocre dos mandatários chefes do Brasil atual em nítido contraste com a mentalidade nobre dos mandatários chefes do Brasil Império.

Em 1880 o Brasil atingiu o patamar de 4ª economia mundial, sendo o 9º maior Império da história humana. Nessa época existiam apenas 14 impostos no Brasil, atualmente são 92 impostos diferentes. Nesse período histórico a moeda do Império tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina e a Marinha do Império do Brasil era a segunda maior e melhor marinha do mundo, ficando atrás apenas da marinha do maior império da história humana, o Império Britânico. O Império foi o maior construtor de estradas de ferro do mundo, com mais de 26 mil km pavimentados. A média nacional do salário dos professores estaduais de Ensino Fundamental em 1880 era de R$ 8.958,00 em valores atualizados para a unidade monetária de hoje.

Entre 1860-1889 a média do crescimento econômico brasileiro era de 8,81% ao ano, quase 30 anos de crescimento vertiginoso constante. Nesse período o Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.

Durante o período de 1850-1889 a média da inflação era de 1,08% ao ano. Entre 1850 e 1890, o Rio de Janeiro era conhecido na Europa como “A Cidade dos Pianos” devido ao enorme número de pianos em quase todos ambientes comerciais e domésticos.

A liberdade de expressão era livre nas mídias e na imprensa para pregar qualquer ideal, inclusive o ideal republicano e até mesmo para falar mal do Imperador do Brasil. “Diplomatas europeus e outros observadores estranhavam a liberdade dos jornais brasileiros”, conta o historiador José Murilo de Carvalho. “Schreiner, ministro da Áustria, afirmou que o Imperador era atacado pessoalmente na imprensa de modo que ‘causaria ao autor de tais artigos, em toda a Europa, até mesmo na Inglaterra, onde se tolera uma dose bastante forte de liberdade, um processo de alta traição’.” Mesmo diante desses ataques, D. Pedro II se colocava contra a censura.

“Imprensa se combate com imprensa”, dizia o Imperador.

“Quanto às minhas opiniões políticas, tenho duas, uma impossível, outra realizada. A impossível é a república de Platão. A realizada é o sistema representativo: a Monarquia. É sobretudo como brasileiro que me agrada esta última opinião, e eu peço aos deuses (também creio nos deuses) que afastem do Brasil o sistema republicano, porque esse dia seria o do nascimento da mais insolente aristocracia que o sol jamais alumiou”, disse Machado de Assis, escritor e fundador da Academia Brasileira de Letras.

O maestro e compositor Carlos Gomes, de “O Guarani”, foi sustentado por Dom Pedro II até atingir grande sucesso mundial.

Dom Pedro II criou o projeto da construção de um trem que ligasse diretamente as cidades do Rio de Janeiro e Niterói. O projeto está em tramitação até hoje e nunca saiu do papel.

Dom Pedro II ordenou o fim da guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a proclamação da república a guarda voltou a existir.

Em 1887, Dom Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge.

Dom Pedro II e o Barão de Mauá eram amigos e planejaram juntos o futuro dos escravos pós-abolição. Infelizmente com o golpe militar de 1889, apoiado pelos burgueses fazendeiros que perderam seus escravos, os planos foram interrompidos criando aglomerados de socialmente excluídos conhecidos hoje como “favelas” e oficialmente, a primeira grande favela na cidade do Rio de Janeiro, data de 1893, 4 anos e meio após a proclamação da república e o cancelamento de subsídio financeiro que o Império pagava aos ex-cativos por ocasião da abolição até que tivessem consolidada sua inserção social.

Por ocasião do golpe militar de 1889, D. Pedro II tinha 90% de aprovação popular. O golpe foi inconstitucional e sem aprovação popular, tanto que era uma ditadura militar e não um sistema representativo aprovado por voto direto do povo.

José do Patrocínio criou uma guarda especialmente para a proteção da princesa Isabel, devido a promulgação da Lei do Ventre Livre e depois, com a abolição, a princesa recebia diariamente ameaças contra sua vida e de seus filhos, ameaças estas financiadas pelos grandes cafeicultores e latifundiários escravocratas.

A família imperial não possuía escravos. Todos os negros, brancos e servidores públicos à serviço do Império do Brasil em contato direto com a família imperial, eram alforriados e assalariados, em todos imóveis da família.

  1. Pedro II tentou no parlamento, no Rio de Janeiro, a abolição da escravatura desde 1848 criando uma luta contra os poderosos fazendeiros brasileiros por longos 40 anos e por isso foi deposto, por ter libertado os escravos.


O imperador brasileiro falava 23 idiomas, inclusive hebraico e árabe, sendo que em 17 idiomas ele era fluente.

A primeira tradução do clássico árabe “Mil e uma noites” foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil.

  1. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes.


A princesa Isabel recebia com bastante frequência amigos negros em seu Palácio em Laranjeiras para saraus e pequenas festas e isso era considerado um verdadeiro escândalo para uma época em que afrodescendentes eram consideradas uma sub-raça.

Na casa de veraneio em Petrópolis, princesa Isabel ajudava a esconder escravos fugitivos de senzalas e arrecadava numerários e doações de outros poderosos de bom coração para pagar pela alforria deles.

Os filhos da princesa Isabel editavam um jornal totalmente abolicionista que circulava em Petrópolis.

O imperador brasileiro, Dom Pedro II, recebeu 14 mil votos no estado da Filadélfia, nos Estados Unidos, para a eleição presidencial de lá, devido à sua popularidade mundial, pois, na época, os eleitores americanos podiam escrever na cédula o nome de quem quisessem votar nas eleições.

Uma senhora milionária do sul dos Estados Unidos, inconformada com a derrota na guerra civil americana, propôs a Dom Pedro II anexar o sul dos Estados Unidos ao Brasil e ele respondeu literalmente com dois “never!” (nunca) bem enfáticos.

Dom Pedro II fez um empréstimo pessoal em um banco europeu para comprar a fazenda que hoje é o Parque Nacional da Tijuca. Numa época em que ninguém sequer fazia ideia do que fosse ecologia ou desmatamento, o imperador mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica nativa.

A mídia da época do Brasil Império ridicularizava com charges e críticas em artigos a figura de Dom Pedro II por usar roupas extremamente simples para os padrões convencionais europeus de imperadores, e o descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis e ele agia assim porque não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Mesmo ele sendo o alvo de charges diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão, liberdade total de imprensa e nenhuma censura de qualquer espécie.

Os grandes inventores Thomas Edison, Louis Pasteur e Alexander Graham Bell fizeram teses acadêmicas em homenagem ao Imperador brasileiro, Dom Pedro II.

No final de sua vida, Dom Pedro II andava pelas ruas de Paris, em seu exílio, sempre com uma pequena bolsa de veludo dentro do bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana e foi enterrado com essa pequena bolsa em seu caixão.

O Brasil Império precisa voltar para moralizar a política nacional, porque essa corja maligna e corrupta que criou tentáculos em todas as esferas do poder brasileiro transformaram o Brasil de um dos países mais desenvolvidos do mundo na época do Império em um dos países mais miseráveis do mundo atualmente. É necessário que o Brasil volte a ser um império urgentemente, pelo bem da moralidade, da decência e da ética na política nacional, resgatando assim tudo de bom o que um dia esse país foi.

Fontes:

Biblioteca Nacional, IMS, Coleção Teresa Cristina, Diário de Pedro II, Correspondências do acervo do Museu Imperial de Petrópolis, Biografias como As Barbas do Imperador, Imperador Cidadão, Filho de uma Habsburgo, Chico Xavier e D. Pedro II, Cartas da Imperatriz, Teatro de Sombras, Construção da Ordem, D. Pedro II Ser ou Não Ser, Acervo Museu Histórico Nacional e internet.

(André Luís Neto da Silva Menezes, pseudônimo: Tiranossaurus Rex – publicitário, inventor, filósofo, músico, integrante da Royal Society Group, membro da Confederação Brasileira de Letras e Artes e vice-presidente da Associação Canedense de Imprensa - [email protected])

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