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OPINIÃO

Cara a Cara com João de Deus

Foram exatamente sete anos após uma cirurgia para extirpação de um câncer de próstata, que vivi a mais marcante experiência da minha vida, quando no dia 30 de julho de 2015 estive Cara a Cara com João de Deus, o que me trouxe experiências, além de presenciar testemunhos que antes eu entendia como impossíveis quando vistas com olhos puramente humanos. E após sugestões de Entidades espirituais e incentivo de amigos e do próprio João de Deus, me vi revestido da honra, prazer e intuição para produzir o livro “Cara a Cara com João de Deus”, que em breve estará no mercado literário, em especial espiritualista, que traz apresentação do ilustre dr. Emílio Vieira, professor universitário, advogado e escritor, membro da Academia Goiana de Letras, da União Brasileira de Escritores de Goiás e da Associação Goiana de Imprensa e prefácio, cujo texto transcrevo abaixo, ipsis litteris, de autoria do não menos ilustre dr. José Liberato, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Tocantins, membro-fundador da Academia Tocantinense de Letras e da Academia Dianopolina (TO) de Letras, escritor, jurista, historiador e advogado, ambos espiritualistas e estudiosos, também, sobre os assuntos abordados:

“Há hora de falar e hora de se calar. A sapiência do Livro dos Livros, diz no Eclesiastes, 3.8:

Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.”

Fiz esta introdução, de caráter bíblico, primeiro para que o Mestre dos Mestres abençoe este livro, que, seguramente, marcará história na vida da “Casa de Dom Inácio de Loyola”; segundo, para dizer que, para falar de José Cândido Póvoa, eu deveria me calar, por se tratar de um primo carnal, com quem convivi na adolescência, palmilhando as ruas de nossa querida cidade natal, e isto poderia significar parcialidade no meu julgamento.

Mas não posso me furtar a falar, por uma série de razões. Passei longo tempo sem me encontrar com ele, vez que deixei nosso torrão natal em 1962, e ele, só em 1968, ganhou o mundo para buscar a instrução que o nosso “Ginásio João D’Abreu” não mais oferecia. Em 1967, não por um capricho do destino, mas por um desígnio de Deus, fui paraninfar a turma daquele Ginásio e José Cândido era um dos formandos, que surpreendeu não só a mim, mas a todos que lotavam o “Cine Atanaram”, local escolhido para a solenidade, com um primoroso discurso de improviso, que serviu de alavanca para sua vida futura, pois o então governador de Goiás, Leonino Caiado, enxergou naquele rapazola franzino um gigante da oratória, trazendo-o para Goiânia, quando o chamava de “patativa do norte”, e ele não desmereceu os cargos que ocupou, como uma árvore cujo galho carregado frutificou em quintal alheio.

Aos 18 anos, enfrentou a selva de pedra da cidade grande, não desmerecendo, em  momento algum, a terra que o viu nascer. Hoje, advogado, pós-graduado em Auditoria em Serviço de Saúde, com diversos cursos de especialização em Gestão Integrada e Direito das Águas no Brasil e Direito Regulatório (Agências Reguladoras), membro da Academia de Letras de Dianópolis/TO, onde ocupa a cadeira número 12, publicou o livro “Poemas Azuis”, articulista do “Diário da Manhã”, com poemas publicados na Revista da Academia de Letras de Brasília, artigos e crônicas em jornal de grande circulação diária no Tocantins e outros semanários, além de possuir os inéditos “Colheita - Artigos e Crônicas” e “Poemas, Quase Poemas e Reflexões”; foi presidente da Seccional da “Casa do Estudante do Norte Goiano”(Cenog), engajado na causa até a criação e instalação do Estado do Tocantins. Foi destacado funcionário da Saneago, onde trabalhou por 30 anos e da Agência Reguladora do Tocantins, por 11 anos; assessor parlamentar, coordenador do Setor de Planejamento e Análise de Processos e Projetos Legislativos, diretor administrativo, diretor financeiro e diretor geral da Câmara Municipal de Goiânia, dentre outros cargos de relevo. Alçou voo, levando na bagagem, além do grande ideal de vencer na vida, as incontestáveis qualidades de um grande, poeta, orador e pesquisador da vida humana, o que, de um passo, levou-o a ser um grande filósofo, mercê de suas reflexões.

Diz um velho axioma surgido no Lácio em tempos perdidos no início da sua história: “Poeta nascitur, orator fit” (“O poeta nasce, o orador se faz”), mas, com o passar do tempo, observei que José Cândido nasceu poeta e não precisou fazer-se orador, pois verdadeiramente já o era.

E voltando ao Eclesiastes, nada ocorre ao acaso, pois Deus traça com Sua infinita sabedoria  cada passo de nossa vida. Nos anos sessenta, ele ainda menino, aportou em Belo Horizonte, onde eu morava, para fazer-se padre, no “Seminário Dom Inácio de Loyola”, dos jesuítas, vivendo uma crise existencial sem precedentes para um jovem de sua idade, mas sempre buscando seu lugar no mundo espiritual. E sentindo-se como um estranho no ninho, procurou-me, e, compreendendo sua angústia, providenciei junto aos meus tios Pery e Stela Póvoa, seus pais, o seu retorno.

Passaram-se mais de cinquenta anos para mostrar que Deus havia traçado o seu roteiro: sua vida já estava marcada por Dom Inácio de Loyola, pois há poucos meses, sabendo eu que ele enfrentava um problema com a saúde, ofereci-me para levá-lo até João de Deus na “Casa de Dom Inácio de Loyola”, em Abadiânia, e ele sabendo que eu sou filho daquela Casa, quis conhecer essa verdadeira casa de caridade.

Como a primeira pessoa que publicou um livro sobre o tema (“João de Deus, o fenômeno de Abadiânia”, publicado em 1994), com milhares de exemplares espalhados mundo afora, senti-me na obrigação de incentivá-lo a escrever este “Cara a cara com João de Deus”, diante de suas potencialidades de cronista, poeta, filósofo e agora escritor espiritualista, que, não com ciúmes, mas com muita alegria, vejo que supera muitas obras (inclusive a minha) escritas sobre esse formidável taumaturgo da caridade e esse imensurável universo espiritual.

Veja o leitor como Deus traça nosso destino com extrema e infinita sabedoria: mais de meio século depois de deixar o “Seminário Dom Inácio de Loyola” de Belo Horizonte, José Cândido é reconduzido ao seio do rebanho do mesmo Dom Inácio, já na seara espiritualista. É que o tempo não era aquele dos anos sessenta, mas o de hoje.

E, mais uma coincidência: ele menciona neste seu livro a posição diametralmente oposta de “um padre jesuíta, já bastante conhecido por suas posições contrárias à fé espírita, combatendo-a, por muitas vezes de forma radical e até com certo fanatismo, quando procura através da parapsicologia explicar os fenômenos mediúnicos, atribuindo aos mesmos acontecimentos como coordenados pelo demônio, ou mesmo que se trata de fenômenos químicos, físicos ou naturais. Esquecendo-se o religioso que tais fatos ocorrem desde os primórdios da humanidade”. Mas temos que relevar as posições do mesmo, se considerarmos sua formação espanhola na Igreja Católica, que não deixa de ser um pouco, também, radical, em relação a certos dogmas estabelecidos pelo Vaticano.

Apesar da abundante bibliografia sobre João Teixeira de Faria, o João de Deus, inclusive traduzida em muitos idiomas, este “Cara a cara com João de Deus” trata do assunto de uma forma global e inovadora, pois, além das informações sobre o dia-a-dia da “Casa de Dom Inácio de Loyola”, o autor mergulha na História, na Sociologia e em outros ramos do conhecimento humano, em percuciente pesquisa sobre os personagens que surgiram antes e depois da codificação Kardecista, que o leitor seguramente conhecerá pela leitura desta obra, escrita em estilo agradável e atraente.

Além de discorrer sobre o que os demais livros falam, ele ilustra sua obra com o currículo das principais das muitas entidades que praticam a caridade naquela Casa, as particularidades dos locais do imóvel que compõe o complexo espiritual, opiniões de ilustres espiritualistas, como Emílio Vieira e outros, entrevistas recentes com João de Deus, o papel das dezenas de voluntários, muitos dos quais deixaram seus lares (no Brasil e no exterior) e vieram para Abadiânia engrossar as fileiras dos praticantes da caridade, além de traçar um roteiro de orientação para os que, não conhecendo a “Casa de Dom Inácio de Loyola”, certamente, ao lerem este livro, manifestarão o desejo de conhecê-la.

Assim, sem descer a minúcias sobre a obra, para não subtrair do leitor a oportunidade de conhecer este novo biógrafo que surge na vida de João de Deus, é com muita alegria que apresento esta nova publicação, que certamente correrá o mundo, com previsíveis versões em outros idiomas, descortinando o maravilhoso mundo da Espiritualidade. Goiânia-GO, fevereiro de 2016.

(José Cândido Póvoa, poeta, cronista e advogado – jc . [email protected])

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