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OPINIÃO

Goiás, Tocantins e a eficiência da gestão pública

Por muitos e muitos anos foi imenso o poder dos governadores na administração pública de seus estados. Nos tempos da indisciplina fiscal, a grande maioria dos governos estaduais não dava atenção para o controle das contas públicas pelo fato dessas restringirem suas ações predatórias de governo. Governos fortes para punir e premiar, mas fracos para transformar.

Por essa razão, o orçamento se tornava uma espécie de peça de ficção feita para “inglês ver”. Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal, essa realidade começou a mudar, pois, a partir do seu cumprimento, começaram de fato a ser cobradas responsabilidades dos gestores públicos.

De uns tempos para cá, todavia, o fantasma da indisciplina fiscal retornou a perturbar o equilíbrio das contas públicas brasileiras. Resultado: a inflação, cada vez mais crescente, está aí para nos mostrar que não existe almoço grátis em economia. O preço, acabamos todos nós pagando.

O Estudo revelador do professor Paulo Rabello de Castro – este um conceituado doutor PHD pela prestigiada Universidade de Chicago ? revela o real compromisso que vêm tendo os estados no gerenciamento de suas contas públicas. Atenho-me a revelar, neste artigo, o desempenho de Goiás e Tocantins em relação aos outros estados brasileiros.

A Gestão Pública do Tocantins foi ? de 2005 a 2008 ? claramente mais eficiente que em Goiás. Nesse período, a terra de Siqueira Campos obteve a pontuação equivalente a 16,8 e a honrosa terceira melhor gestão estadual do país. O desempenho de Goiás foi exatamente o oposto, pois obteve tão somente 0,3 pontos, a incômoda 19ª posição em relação aos outros estados.

De 2009 a 2012, o Tocantins caiu moderadamente para quinta posição (11,3 pontos), enquanto que Goiás melhorou sensivelmente seu desempenho, subindo para o oitavo lugar (6,3 pontos). Em 2012, seria a vez de Goiás ter um desempenho sensivelmente melhor do que seu estado coirmão, pois se manteve em oitavo lugar com 6,5 pontos, enquanto que o Tocantins caiu para o nada confortável 22º lugar, com 3,3 pontos negativos. Ou seja, a penúltima posição do país no tocante à eficiência da gestão pública.

O ranking final médio aponta o Tocantins em sexto lugar (20,3 pontos) e Goiás em décimo lugar (10,9 pontos). Desconfio que o melhor desempenho médio do Tocantins se relacione com o fato deste estado não ter o peso de inúmeras estatais deficitárias, como as mantidas por Goiás, para financiarem suas ações predatórias de governo. A maior evidência disso pode ser notada na brutal perda de patrimônio que teve o povo goiano no seu patrimônio público, principalmente a privatização do maior ativo da terra de Pedro Ludovico: a Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada? que inibiu o crescimento econômico goiano ante a falta do maior insumo que o sustenta: a energia elétrica.

(Salatiel Soares Correia, engenheiro, bacharel em Administração de Empresas, mestre em Planejamento Energético. É autor, entre outras obras, do livro A Energia na Região do Agronegócio)

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