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OPINIÃO

A propósito do Dia Internacional do Trabalho

A propósito do Dia Internacional do Trabalho, comemorado neste domingo, 1º de maio, voltamos a debater a questão de um sindicalismo forte e com uma grande representatividade.  E aproveitamos a oportunidade para enfatizar que esse feriado é uma data importante, porque, afinal de contas, é o dia do trabalhador.

Consciente disso, a Força Sindical Goiás realiza neste dia dedicado ao trabalhador uma grande festa, a 7ª organizada por aquela entidade. O evento tem início programado para 16 horas, na Avenida Rio Verde, em frente ao Terminal Cruzeiro do Sul. Serão sorteadas cinco motos e um carro HB20 okm. Entre as atrações: shows dos cantores Rayan Barreto e Danilo Hudson. A expectativa é a de reunir 40 mil pessoas.

Mas vamos as nossas considerações, tendo por base importantes publicações, que têm como objetivo discutir as principais questões sociológicas presentes nesse debate atual sobre globalização e relações de trabalho. E que contribuem efetivamente para um movimento sindical eficaz.

Em um contexto de mudanças econômicas globais, a desigualdade, o desemprego e a pobreza estão presentes ao lado da insatisfação dos trabalhadores. Mudanças provenientes de um processo de reestruturação produtiva, com uma rápida transformação tecnológica e um aumento da competição internacional que se deu, inclusive, através da abertura comercial do início dos anos 90.

A partir desta nova realidade se exige mais qualidade e eficiência no processo produtivo, trazendo novos dilemas aos sindicatos que, como atores representativos dos interesses dos trabalhadores, passam a buscar novas estratégias para reverter a precarização do trabalho, afastando, assim, a incerteza e a insegurança dos assalariados.

Importantes publicações, ao exemplo do livro Além da Fábrica – trabalhadores, sindicatos e a nova questão social, de Santana e Ramalho, têm como objetivo discutir as principais questões sociológicas presentes neste debate atual sobre globalização e relações de trabalho. Muitas delas abordam estas questões a partir de autores especialistas brasileiros e estrangeiros, com destaque para as novas práticas provenientes do processo de reestruturação produtiva relacionado a um mercado globalizado.

São colocados em discussão conceitos relacionados ao tema da globalização no contexto histórico das transformações ocorridas nas últimas três décadas nas sociedades contemporâneas industrializadas, em um conjunto de estudos e análises sobre a questão social, trabalho e sindicatos.

Analisam os novos desafios que se apresentam aos sindicatos, através de uma visão internacional, levando em consideração as recentes mudanças no mundo do trabalho que recaem sobre a sociedade. Dentre os assuntos abordados estão: a inclinação das políticas sociais e públicas, as novas maneiras de organização do trabalho e as formas como os sindicatos vêm tentando enfrentar a lógica de desenvolvimento econômico, pouco preocupada com o fator trabalho.

Discutem os aspectos das relações de trabalho na atualidade – partindo do cenário de mudanças globais, abordando a complexidade constitutiva da classe trabalhadora e a diversificação das suas demandas alterando sua compreensão que durante muito tempo foi percebida como a de um grupo coeso.

Fazem referência à configuração que os sindicatos têm adotado para estarem presentes na relação capital/trabalho e como vem demonstrando capacidade de reagir e buscar novas estratégias para fazer frente a esta nova realidade trazida pela globalização da economia. As alterações até aqui assinaladas podem ser resumidas e simplificadas na ideia de que o mundo do trabalho, atingido pelo Estado-mínimo, assume um contexto de pouca proteção, através de processos de flexibilização e da desregulamentação. O crescimento do setor informal seria um dos reflexos desta “nova organização flexível” (além dos tipos de contrato, da nova divisão social do trabalho etc.).

“Além da Fábrica – trabalhadores, sindicatos e a nova questão social” apresenta um sucinto balanço das tendências observadas nas negociações coletivas durante os anos 90, considerando impactos que as principais medidas de política trabalhista e as alterações nas normas de reajuste salarial tiveram sobre as negociações das categorias profissionais mais importantes, identificando as mudanças que o sindicalismo dos países industrializados vem sendo obrigado a efetuar em meio ao mundo enxuto e a crescente deterioração das condições de vida e trabalho na nova ordem global.”

Algumas conclusões observadas apontam para a fundamental presença dos sindicatos com o intuito de garantir aos trabalhadores a conquista e a manutenção de seus direitos, destacando experiências de novas formas de organização. Neste sentido, o que os sindicatos fazem é lidar com a questão da segurança no emprego diante da possibilidade constante do desemprego.

Enfim, conclui-se que a capacidade de reação do movimento sindical diante das mudanças que ocorreram no mundo do trabalho nas últimas três décadas tem se mostrado bastante eficaz onde a ação sindical se voltou para o interior das unidades produtivas, promovendo a emergência de um sindicalismo forte e com uma grande representatividade.

(Eduardo Genner de Sousa Amorim, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio no Estado de Goiás (Seceg) e da Federação dos Trabalhadores no Comércio nos Estados de Goiás e Tocantins (Fetracom/GO/TO) e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio – CNTC)

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