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OPINIÃO

Uma luz na história

O lendário repórter fotografo Hélio de Oliveira, hoje aposentado, cuidando do seu rico arquivo fotográfico sobre os primórdios de Goiânia e Brasília, não figura no livro “Uma Luz na História”, da escritora Tima Tubino, lançado em novembro passado, no Palácio das Esmeralda.

Hélio de Oliveira fotografou Juscelino Kubitschek, tão logo ele, JK, pisou pela primeira vez no local onde iniciou a construção da cidade, em um campo de pouso de avião construindo a toque de caixa por Bernardo Sayão, no governo de José Ludovico de Almeida.

Em julho de 1935, procedente de Buriti Alegre (nasceu aos 13/07/1929), chegou em Goiânia na companhia de seus pais Ozório de Oliveira e Antônia de oliveira, seu pai, acreditando no desenvolvimento do Estado e no progresso de sua recém-fundada Capital, montou a primeira loja de materiais de construção da cidade, na antiga Campininha, denominada “Progresso Goiano” e como construtor licenciado que era, ergueu as primeiras casas residenciais desta cidade (um exemplo: a casa da profª Amália Hermano, Rua 24).

Aqui cresceu com a cidade e fez seus primeiros estudos em escolas particulares. Fez seu curso ginasial no Ateneu Dom Bosco (1942/1945) sendo, portanto, integrante da primeira turma de formandos daquele estabelecimento. Fez o curso colegial no Colégio Estadual de Uberlândia (MG). Nesta cidade conheceu um repórter fotográfico do Rio de Janeiro e através dele se interessou pela fotografia e daí seus primeiros passos na arte.

Em 1950, voltando a Goiânia, exerceu a profissão fotografando eventos sociais e esportivos até que, no final de 1951, ingressou no jornalismo sendo contratado pelo jornal “O Popular” como o primeiro repórter fotografo de Goiânia, permanecendo no cargo por 10 anos.

Em 1953, junto com o jornalista Isorico Barbosa, fundou a agência de publicidade “Organização Caçula” que, infelizmente, funcionou por pouco tempo na antiga galeria do Lord Hotel.

Participou da fundação, tendo à frente o cronista social Lourival Batista Pereira da Associação dos Jornalistas profissionais de Goiás, que mais tarde se tornou o Sindicato dos Jornalistas. Participou também da fundação da Associação dos Cronistas Esportivos de Goiás (juntamente com Eurico Barbosa – conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Antônio Porto, Lisita Jr. e outros). Colaborou na fundação da Associação dos Repórteres Fotográficos de Goiás.

De 1951 a 1968 participou ativamente da diretoria do Atlético Clube Goianiense, do qual é um dos sócios fundadores.

Em agosto de 1960, a no governo de José Feliciano Ferreira, quando o jornalista Eliézer Penna ocupava a Secretaria do Interior e Justiça, foi nomeado para o cargo de “redator”, na vaga deixada pelo pedido de exoneração do jornalista Jávier Godinho. Antes, porém, trabalhou para os governos do dr. Pedro Ludovico Teixeira e dr. José Ludovico de Almeida, recebendo seus salários através de recibo.

Em 1962 foi chamado pelo governador Mauro Borges Teixeira, juntamente com Isorico Barbosa, Itabaiana de Moura e outros, par organizar a assessoria de imprensa do Palácio. Em 1963 foi incumbido de organizar o serviço fotográfico do Palácio, precursor do atual departamento fotográfico da Secom.

Foi o primeiro fotógrafo a retratar o Presidente JK no sítio da nova Capital Federal, em 1956. Foi também o fotógrafo oficial na campanha de JK para o Senado, por Goiás. Fotografou os primeiros grandes acontecimentos de Brasília como a primeira missa oficial, a inauguração da Capital, as primeiras visitas ilustres, etc... sempre acompanhando os governadores de Goiás.

Durante mais de 30 anos, antes do advento dos cartões postais coloridos, divulgou Goiânia fornecendo vistas da cidade para as bancas de jornais e revistas e atendendo solicitações por cartas, de várias partes do País.

Colaborou com quase todos os jornais e revistas surgidas em Goiânia nas décadas de 50, 30 e 70, fornecendo fotografias relativas às vidas sociais, esportiva, política, cultural, administrativa e oficial da cidade, amealhando daí um acervo de mais de 35 mil fotos da história da cidade e do Estado.

Em 23 de outubro de 1983, recebeu o diploma de primeiro repórter fotografo em Goiânia. Também em 1990 recebeu da Prefeitura de Goiânia o diploma de “Primeiro de Goiânia”. Em 1992 recebeu o diploma de “Grande Oficial da Ordem Pedro Ludovico”. Em 10 de setembro de 1999 foi homenageado pela AGI que lhe outorgou o diploma do Mérito Profissional.

Casado com Maira Benedita Chagas de Oliveira, tem quatro filhos e vários netos.

Pelos relevantes serviços prestados pelo jornalista Hélio de Oliveira à cultura e história da cidade de Goiânia e pela contribuição relevante ao processo político e institucional em nosso Município e Estado, foi lhe concedido o Título Honorífico de Cidadão Goianiense pela Câmara Municipal numa iniciativa do vereador Jair Bastos.

(Walter Menezes, ex-presidente, conselheiro permanente da AGI - Associação Goiana de Imprensa e direta do Jornal da Cultura Goiana)

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