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Beleza de antanho: Maria Lucy Veiga Teixeira

Nascida a 26 de maio de 1926, na cidade de Goiás, são seus pais Júlio Alencastro Veiga e Deocleciana de Souza Veiga.

Aos 4 anos de idade, iniciou o estudo de piano, instrumento do qual nunca se separou, pois, até hoje, infalivelmente, acompanha as músicas sacras cantadas pelos fiéis na missa das 8h30, na Paróquia Mãe de Misericórdia.

Quando jovem, na cidade de Goiás, cantava e se acompanhava ao piano, num duo com seu pai, violinista, nos saraus realizados naquela cidade.

Aos 18 anos, casando-se com o advogado e desportista Aládio Teixeira Álvares, mudou-se para Goiânia. São seus filhos: Áladio Jr., Teresinha, Luiz Eduardo, Luiz Roberto, Virgínia, Luiz Antônio e Isaura (adotiva).

Aqui, continuou os estudos de piano com a professora Belkiss Spenciere Carneiro de Mendonça, a quem deve sua performance como exímia pianista.

Graduou-se em piano, canto e Educação Musical, tendo se dedicado ao ensino do Canto Coral. Especializou-se em Regência Coral com os maestros Heitor Villa – Lobos, Isaac Karabtchevsky, Carlos Alberto Pinto Fonseca e, em Genebra, com Samuel Baud – Bovy.

Por concurso de títulos e provas foi nomeada professora de Canto Coral da Escola Técnica Federal de Goiás, hoje Instituto Federal de Goiás.

Em 1956, foi fundado o Conservatório Goiano de Música e passou a integrar seu corpo docente com os demais professores: Jean François Douliez, Belkiss Spenciere Carneiro de Mendonça, Maria Luiza Póvoa da Cruz e Dalva Maria Pires Machado Bragança.

Foram inúmeras suas atividades didáticas e administrativas, bem como as distinções ou honras e elas dedicadas. Na área de músicas, foram-lhe concedidos, dentre outros, os troféus Tiokô, Jaburu, Buritis, Diplomas e Medalhas Veiga Valle, Conselho de Ordem do Mérito Anhanguera, Governo de Goiás e Governo do Rio Grande do Sul.

Integra a Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás e a Academia Nacional de Músicas do Rio de Janeiro. É autora das melodias do Hino da Academia Feminina e do Hino do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, bem como várias harmonizações para coro misto.

Em quase quatro décadas dedicadas ao magistério, fundou e dirigiu, durante 28 anos, o Coral da Universidade Federal de Goiás, que se apresentou com sucesso não só em Goiânia mas, ainda, em diversos Estados brasileiros, tendo sempre merecido da crítica especializada as mais elogiosas referências.

Assim se expressou, no Jornal “O Globo”, o crítico musical Antonio Hernandez, referindo-se ao Coral da UFG: “É um conjunto afinado, flexível, capaz não apenas de ondulações dinâmicas, mas também de liberdade agógica e de tensões rítmicas que fariam inveja a muitos coros profissionais, graças ao trabalho da professora Maria Lucy Veiga Teixeira”.

Por ocasião do ll Festival Internacional de Coros do Rio Grande do Sul, em 1974, foi o Coral da UFG selecionado como um dos participantes do recital de encerramento do referido encontro.

A ela assim se referiu o maestro e compositor Camargo Guarnieri: “Uma artista nata. Maria Lucy Veiga Teixeira é realmente uma regente de coral. Ao longo dos anos que leciono em Goiânia, tive a oportunidade de constatar a veracidade de minha afirmativa: ela intuitivamente descobriu que a verdadeira missão do regente, seja ele de orquestra ou de coro, é a de transmitir a seus comandados, através de gestos ou de mímica, todas as intenções de ordem interpretativa que estão no seu interior. É isso, justamente, que faz de Maria Lucy uma excelente regente de coro, possuidora de grande sensibilidade artística e cultura musical’’.

Por motivo de aposentadoria deixou o magistério e a direção do Coral da Universidade  Federal de Goiás em maio de 1983, tendo lhe dedicado o melhor de seus esforços.

Benquista por todos, carinhosamente chamada por “dona Fifia”, aos 90 anos continua enriquecendo os eventos importantes a vida cultural goiana com o seu mágico dedilhar ao piano como fulgurante princesa da música.

(Walter Menezes, ex-presidente, conselheiro permanente da AGI (Associação Goiana de Imprensa) e diretor do Jornal da Cultura Goiana)

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