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OPINIÃO

Colheremos no futuro o que plantarmos hoje

O que semeia Justiça recebe galardão seguro”,

Provérbios 11

A lei da semeadura é uma das mais antigas e sábias lições que a história da humanidade cultiva. Desde os mais remotos tempos que a sabedoria empírica passada de pais para filhos, de culturas para outras e de gerações para gerações transmite o conceito de que em nossas vidas é disposto um conjunto de situações que são puro reflexo do que construímos e vivenciamos ao longo de nossas existências. Teremos ao nosso redor, principalmente nos estágios superiores de nossas vidas, os efeitos do que praticamos e nos relacionamos no decorrer dos anos anteriores.

Isso em nada se assemelha ao que é costumeiramente chamado de “lei do regresso” ou alguma outra conceituação espiritualista. Apenas que se agregamos coisas boas em nossas ações haveremos igualmente de ter bondade diante de nós e o contrário é verdadeiro. Isso pode ser facilmente percebido com exemplos vistos no dia a dia e que basta um pouco de observação mais atenta para comprovarmos isto.

A maçonaria universal prega para seus iniciados que é obrigação de todo maçom praticar o bem, a virtude e cultivar a Justiça, porque somente com essas práticas haveremos de dar nossa prestimosa contribuição para a edificação de um mundo melhor, mais justo e fraterno. Assim, a nenhum maçom é permitido praticar o mal ou replicar um ato de maldade que lhe seja direcionado. Acreditamos na existência de um Ser superior, que a tudo criou e que tudo rege. Esse Supremo Criador, Deus, chamamos de Grande Arquiteto Do Universo, que nos legou ensinamentos primorosos, de absoluta sabedoria contidos no Livro da Lei, ou a Bíblia como é conhecida.

Nesse conjunto de livros compilados encontramos inúmeras passagens que nos exortam à prática do bem e da virtude como forma de nos encontrarmos em comunhão com o sagrado e com a perfeição. A citação do início desse artigo, contido no Livro dos Provérbios é uma das muitas lições que o GADU nos legou através de seus sábios emissários e profetas de que não podemos nos afastar do cultivo da bondade e nem praticarmos a maldade, porque disso dependerá o que receberemos na sequência de nossas vidas. Um trecho seguinte a esse citado acima fala expressamente que “o que semear a perversidade colherá males” e por assim caminham os ensinamentos.

A primeira lei que precisamos ter como certa é que somente plantando que poderemos colher. Se a primeira parte da ação não for praticada não haverá o que fazer na segunda, porque de um terreno não cultivado nada poderá ser ceifado, assim, precisamos ter em mente sempre que é preciso plantar e cultivar para ter o que esperar e receber por justa paga. A segunda condição é que a consequência do que teremos depende do que semeamos. E isto é fato. Quem planta cereal colherá cereal e não frutas diversas. Assim, os que “lavram iniquidade e semeiam o mal, colhem o mesmo”, consta expressamente no Livro do Profeta Oséias. A terceira norma que podemos comprovar é que o que colheremos será proporcional ao que plantamos, ou se plantamos pouco é porque acreditamos pouco na fertilidade do solo que cultivamos, assim colheremos pouco também.

Em uma observação mais adequada aos nossos dias podemos perceber com clareza que o indivíduo que pratica o bem e a fraternidade ao seu redor tem sempre pessoas que amam a retidão e a bondade como companheiros de jornada e o que esses partilham são os mesmos valores e práticas que aqueles que se cuidam de agregar o bem. Quem insiste no vício e na maldade em suas ações haverá de ser inevitavelmente vítima dessa mesma maldade que consome a si e a quem a cultiva.

Em nossas lojas maçônicas mantemos um compromisso permanente de levar o bem e a fraternidade para todos os indivíduos que necessitam de nosso auxílio. Um dos principais fundamentos em nossa sublime ordem é a filantropia ou o auxílio a pessoas necessitadas, principalmente viúvas e órfãos, porque na desvalia é que se precisa mais de almas bondosas que venham em nosso socorro. Nossas esposas são as principais artífices dessas obras caridosas em nos auxiliar na tarefa de levar a ajuda a quem precise e se não fossem essas dedicadas e amorosas companheiras que temos ao nosso lado nossa tarefa muito provavelmente ficaria comprometida.

Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, nos permite escolher o que fazer em nossas vidas, nos concedendo o livre arbítrio. Isso é uma dignidade muito grande, concedida pelo Supremo Criador, porque nos permite tomarmos decisões sobre nossas próprias vidas. Entretanto, Ele nos legou os ensinamentos e exortações para que conheçamos o caminho correto a seguirmos e as ações engrandecedoras que precisamos praticar. Nos mostrou ao longo da história da humanidade que somente o bem, o amor e a paz nos levam a Ele. Se cultivamos esses princípios seremos recompensados com o bem ao nosso redor. Colheremos aquilo que plantarmos.

Adolfo Ribeiro Valadares é Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás

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